Em 1909 os incidentes parlamentares por vezes eram resolvidos com duelos.
Manuel Afonso de Espregueira, Par do Reino e Ministro dos Negócios da Fazenda esteve envolvido numa dura polémica parlamentar, sofrendo violentos ataques pela voz de vários deputados da oposição, que o acusavam de conflitos vários de interesses na gestão das finanças públicas. Muito atacados foram um empréstimo que contraiu em Paris dando como garantia os rendimentos do monopólio dos fósforos e o protecionismo que aparentou em relação ao Banco Lisboa & Açores, ao qual estivera ligado.
Em consequência destes factos o então jovem deputado José Caeiro da Mata , do Partido Regenerador, acusou o Ministro de burla e de criminoso, por causa de um empréstimo à Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portuguesas, empresa da qual fora director geral e onde se mantinha como engenheiro consultor. A questão acabou no duelo à pistola travado em Monsanto.
O juiz (conde de Penha Garcia) e os quatro padrinhos (conselheiros do reino) preparando as pistolas
Resultado do duelo ….. ambos saíram ilesos …. mas vingados na sua honra. Hoje em dia quando os deputados querem “vingar” a sua honra apenas utilizam um tempo suplementar de oratória na sessão parlamentar, ao que chamam, creio, “em defesa da honra”.
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