Restos de Colecção: Teatro Baltazar Dias no Funchal

16 de agosto de 2018

Teatro Baltazar Dias no Funchal

O actual “Teatro Municipal Baltazar Dias”, localizado no Funchal, na ilha da Madeira, tem origem no “Theatro D. Maria Pia”, propriedade da Câmara Municipal do Funchal  tendo sido projectado pelo arquitecto portuense Tomás Augusto Soler. Foi inaugurado em 11 de Março de 1888, com a zarzuela "Las Dos Princezas" pela companhia espanhola de José Zamorano.

No entanto, com a morte precoce, do arquitecto Soler em 1883, o projeto foi entregue ao seu conterrâneo José Macedo de Araújo Júnior, não sendo conhecido se existiram alterações em relação ao projeto inicial. O Teatro seguiria o modelo tipicamente italiano, seguindo o protótipo do “Teatro Nacional de São Carlos”, em Lisboa e do Teatro “La Scala” em Milão. Este Teatro começou a ser construído em 1883, na administração do presidente da Câmara, o Dr. António Leite Monteiro, e para ajudar na sua construção, foi necessário contratar o mestre-de-obras Manuel Francisco Pereira. O arquitecto e cenógrafo Italiano Luigi Manini, acompanhado pelo português Eugénio Cotrim, ficaram encarregues das decorações e cenografias. As obras ficaram concluídas em 1887, sendo presidente da Câmara do Funchal, o Conde Ribeiro Real.

Início dos trabalhos de construção

Inicialmente o "Theatro D. Maria Pia", possuía 18 frisas, 20 camarotes de 1ª ordem, 21 de 2ª ordem, 100 fauteuils, 160 cadeiras, 138 lugares de geral frente e 84 de geral de lado. À data da sua inauguração, a sala de espectáculos tinha 13 metros de altura, 9 de largura e 14 de comprimento. A boca de cena tinha 9 metros de largura e 10,5 metros de altura.
Toda a largura do palco era de 31 metros, 14 de fundo e 17 metros de altura.

Planta inicial

 

«Possue o theatro dois gabinetes fechados, varias salas em rompimentos, bosque, prisão, praça de guerra, vista de mar e ainda outras boas scenas.
O rendimento póde elevar-se a réis 450$000. O municipio recebe de aluguer apenas 3% da receita bruta e 15$000 réis por espectaculo isolado. A despeza é de réis 17$000 por cada recita, alem da percentagem para a camara e do pagamento á orchestra. Esta varia entre 10$000 e 30$000.» in: “Diccionario do Teatro Portuguez”, de Sousa Bastos.

O Theatro estava equipado com 14 grandes camarins com janela, arrecadações, guarda-roupa, depósitos, etc. Na parte mais elevada existia um salão de pintura, com uma galeria em volta, donde se podia disfrutar de uma bela vista. A sua iluminação era eléctrica.

Inicialmente chamado de “Theatro D. Maria Pia”, em homenagem à então Rainha de Portugal de origem italiana, passaria após a implantação da República, em 1910, a  designar-se por “Theatro Funchalense”.

A partir de 1921, depois da morte do Dr. Manuel de Arriaga antigo deputado da Madeira e 1º Presidente da República Portuguesa, passou a “Teatro Dr. Manuel d’Arriaga”.

A partir de 1930, e em definitivo, adoptou o nome do poeta cego e autor teatral madeirense, da segunda metade do séc. XVI, Baltazar Dias, passando a ser designado por “Teatro Municipal Baltazar Dias”.

Concurso “À Procura de Artistas”, promovido pela “Disco Rádio” em 29 de Maio de 1962

O “Teatro Municipal Baltazar Dias”, actualmente, «é um espaço privilegiado na cidade do Funchal, possuí quatro espaços - Sala de espetáculos, Foyer, Salão Nobre e Auditório do Jardim Municipal - preparados para acolher espetáculos nas mais variadas formas de arte.»

 

 

 

fotos in: Opsis, Delcampe.net, Teatro Municipal Baltazar Dias

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