Ernst Meumann (c.1810-1867), pianista, compositor e empresário alemão, nasceu no Grão-Ducado de Hesse em cerca de 1810. Primeiramente viveu em Paris mas, por razões de saúde, decidiu vir para Portugal, estabelecendo-se em Lisboa no início do ano de 1852.
Em 16 de Março de 1853 deu o seu primeiro grande concerto, no "Real Teatro de São Carlos", em Lisboa. No mesmo ano de 1853, por volta do mês de Outubro, e com financiamento de um banqueiro alemão, conseguiu estabelecer um negócio na cidade, um armazém de pianos, que inicialmente funcionava na Rua do Alecrim, nº 35 sob a razão social de "Monteiro & C.ª"
19 de Março de 1853
Era natural do grão ducado de Hesse Darmstadt, onde nasceu cerca de 1810. Viveu alguns annos em Paris, mas sendo de uma constituição debil veiu procurar no nosso paiz um clima temperado que lhe prolongasse a existencia. Chegou a Lisboa em principios de 1852, dando um concerto no theatro de S. Carlos em 18 de março d'esse anno.
No anno seguinté, auxiliado pelo banqueiro allemão Dotti, estabeleceu urn armazem de pianos na rua do Alecrim, mudando-se em 1854 para a travessa da Parreirinha. N'estc anno esteve no Porto, onde deu alguns concertos, tocando phantasias de Prudent, Fumagalli, Gottschalk, etc., e improvisando no harmonium. Voltou ao Porto em 1855, e tocou com o pianista Wehel e com o violoncellista Jacquard. Por essa occasião estabeleceu tambem n'aquella cidade o negocio de pianos, que ali conservou até 1862.
Onde funcionou a loja de "E.Meumann & Compª " (dentro do rectangulo desenhado). Nesta foto já o prédio tinha sido "tomado" pela "Companhia dos Grandes Armazens Alcobia"
Mudança de instalações em 19 de Junho de 1854 para a Travessa da Parreirinha
Vindo a Lisboa em 1863 o violinista Rudolpho Gleichauff, associou-se com Meumann e Guilherme Cossoul para realisarem uma serie de sessões de musica de camara, sob a protecção do rei D. Fernando. Essas sessões, as primeiras no seu genero que houve entre nós, effectuarnm-se no salão do theatro de D. Maria nos domingos 1, 8, 15 e 29 de março do mencionado anno; n'ellas se executaram o trio em dó menor de Beethoven, o quartetto em ré menor de Mendelssohn, o quintetto em sol menor de Mozart, a sonata a Kreutzcr, além de outrlas obras classicas; Meumann apresentou tambem uma sonata de sua composição, para piano e violino, que mereceu os elogios de pessoas esclarecidas. Os outros executantes eram Angelo Carrero, segundo violino, e Manuel Joaquim dos Santos, viola.
Meumann escreveu outra sonata para piano e violino, um ou não sei se mais quartetros para piano e instrumentos de cordas, e diversas composições para piano só; algumas d'estas obras imprimiram-se na Allemanha.
No meiado de 1863 esteve em Paris, onde se fez ouvir, e por essa occasião o jornal musical "Le Ménestrel" publicou um artigo muito elogioso que contém o seguinte periodo:
"Mr. Meunann é allemão como o seu nome e a natureza do seu talento indicam, mas, depois de ter sido parisiense, vive ha dez annos em Portugal, de fórma que, ao lado serio e esthetico que as suas obras devem á sua nacionalidade mesmo e á sua estada entre nós, reune hoje um colorido brilhante que não poderia considerar-se completamente estranho ao generoso sol de Lisboa."
O mesmo artigo cita com muito louvor uma sonata "em ré", para piano e violino, "bella e grande pagina capaz de estabelecer a reputação de um artista, e devendo ganhar-lhe sem contestacão verdadeiros titulos de nobreza em musica."
Depois d'isto nunca mais tornou Meumann a tocar em publico, limitando a demonstração do seu talento ás reuniões intimas e concentrando-se no seu negocio de pianos que lhe fez grangear uma mediana fortuna.
Falleceu em 4 de fevereiro de 1867. Teve alguns discípulos bons, tanto artistas como amadores, contando-se entre estes o visconde de Oliveira Duarte.»
Quanto à loja e armazém de pianos, Ernst Meumann abriria outra na cidade do Porto, em 1859 e em sociedade com o construtor de pianos José Schumacher. O armazém inicial seria montado na Rua das Taypas, mas meses depois, mudaria de instalações para a Praça de D. Pedro, 43, (actual Praça da Liberdade).
13 de Julho de 1864
Ainda na década de sessenta do século XIX, vemos aparecerem mais casas ligadas aos comércio em Lisboa de instrumentos musicais, particularmente pianos, todas elas acusando origens em nacionalidades fora de portas: "C. A. Habel", no Largo do Calhariz, 69-71, esquina com a R. das Chagas, com armazém e fabrica de pianos; "Garciatto G.", na Rua do Ferragial de Cima, 36, 3º, oferecendo pianos importados de Paris com preços não elevados; "E. Meumann & Cª ", na Travessa. da Parreirinha, 3, com armazém de pianos e harpas.
Quanto ao comercio e indústria de instrumentos musicais, no Porto ...
1890
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