A “Companhia de Seguros Commercio e Industria, Sociedade Anonyma de Responsabilidade Limitada” foi fundada em Lisboa, em 20 de Agosto de 1907 com a sua primeira sede na Rua do Ouro, 75 -2º e filial no Porto, na Rua dos Voluntarios da Rainha. Em 1914 as instalações da Companhia passaram para a Rua do Arco do Bandeira, - no edifício contíguo ao “Crédit Franco-Portuguais” - onde se manteve a sua sede até à sua fusão com outras companhias em 1980.
Sede na Rua Arco do Bandeira e publicidade no “Diario Illustrado” em 1907
A origem desta nova companhia de seguros vem na linha da reanimação das relações económicas com as regiões africanas. A iniciativa da fundação de uma nova empresa seguradora parte de um grupo de comerciantes africanistas, entre eles José Luiz Valente Sobrinho, Joaquim Ribeiro da Cunha, Affonso de Pinho, e Luis Gonçalves Santiago entre outros comerciantes de Lisboa. Entre os seus fundadores sobressaiu Luís Gonçalves Santiago, antigo empregado de uma empresa exportadora da Figueira da Foz, que emigrou em novo para S. Tomé e Príncipe e que ali fizera fortuna. Dirigiria a “Comércio e Indústria’”durante 38 anos e, depois disso, é proclamado seu presidente honorário. Outro fundador veio do Porto, o comerciante José d’Almeida Cunha. Este grupo era encabeçado pelo Dr. José Paulo Monteiro Cancela, procurador régio, amigo pessoal de José Luciano de Castro, chefe do Partido Progressista que, no ano anterior, abandonara a presidência do ministério, substituído por João Franco. O acto de instituição da Companhia decorreu nas próprias instalações da “Procuradoria Régia”, no Largo do Pelourinho, porta ao lado da entrada principal do “Arsenal da Marinha”.
Chapas publicitárias
Emblemas para grelhas de radiador de automóvel
Os estatutos iniciais da “Companhia de Seguros Comércio e Indústria SARL” estabelecia que:
«Os fins da Companhia são: 1º Efectuar seguros terrestres, marítimos, constituição de rendas vitalícias, mercadorias em trânsito, e quaisquer outros, seja em que ramo for. 2º Celebrar contratos relativos às operações com outras companhias nacionais ou estrangeiras (…)».
1907
1908
Partida da Praça dos Restauradores para a excursão do pesssoal da “Comércio e Indústria” em 21 de Agosto de 1938
Dois postais publicitários
Verso do postal anterior
Entretanto em 23 de Dezembro de 1907 requer que «lhe seja concedida autorização para continuar o exercício da sua indústria de seguros terrestres, marítimos, chapas de vidro, mercadorias em trânsito e contra roubo, agrícolas e postais, à excepção de seguros de rendas vitalícias, que apesar de estar autorizada pelos seus estatutos a fazê-lo.». Autorização que seria concedida em 3 de Janeiro de 1908. Neste mesmo ano é-lhe concedida autorização para exercer actividade nos resseguros.
Em 1916, juntamente com outras companhias, a “Companhia de Seguros Comércio e Indústria” funda a “Consortium Portuguez”, para a exploração conjugada do ramo “Agrícola”. Em 1924, adquire a carteira de seguros dos ramos “Incêndio”, “Agrícola”, “Automóveis” e “Cristais” da “Companhia de Seguros Prosperidade” (1908-1924) que já estava autorizada a explorar. Em 1926 adquire a carteira de seguros do ramo “Incêndio” à “Companhia de Seguros Excelsior” (1919-1926) com sede no Porto. Em 1931 é adquirida a carteira de seguros da “Aliança Seguradora” (1922-1931).
Instalações renovadas da sede na Rua do Arco do Bandeira e na última foto palcard publicitário junto do Aeroporto
Publicidade nos acessos ao Aeroporto de Lisboa, em 1960
Os anos de 1974 e 1975 são de prejuízo, situação que viria a repetir-se em 1976. Este facto era justificado, por um lado, «no elevado índice de gastos gerias , com peso excessivo da massa salarial» e ainda, «pelos projectos de expansão imediatamente anteriores à nacionalização com largo movimento de admissões.» Por outro lado, obras em delegações e «dificuldades na representação em Moçambique estando a de Angola paralisada com a carteira fechada.».
Instalações da “Companhia de Seguros Comércio e Indústria” na Avenida Fontes Pereira de Melo, em Lisboa
1964 1969
Último logótipo
Aquando da sua nacionalização, em 1975, a “Companhia de Seguros Comércio e Indústria” era presidida por Joaquim Ribeiro da Cunha, natural de Lufreu, S.Pedro d'Alva. Em consequência da nacionalização do sector segurador, as diferentes companhias foram alvo de um processo de fusão de forma a alcançarem uma dimensão europeia.
Em 1980, a “Companhia de Seguros Comércio e Indústria” é incluída na nova “Companhia de Seguros Bonança, S.A.” resultado da fusão de quatro companhias: “Bonança”, “União”, “Ultramarina” e “Comércio e Indústria” .
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Arquivo Municipal de Lisboa
Sem comentários:
Enviar um comentário