Restos de Colecção: Instituto Superior de Engenharia de Lisboa

16 de abril de 2014

Instituto Superior de Engenharia de Lisboa

O “ISEL - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa” tem a sua origem na mais antiga escola de engenharia em Portugal, o “Instituto Industrial e Comercial de Lisboa”. Este instituto tinha tido, por sua vez, a sua génese em 30 de Dezembro de 1852, por Decreto Régio de D. Maria II. Na sequência da fundação do Instituto Superior Técnico, foi criada a Secção Secundária do extinto “Instituto Industrial e Comercial de Lisboa”, em funcionamento na “Escola Marquês de Pombal”, ministrado os cursos secundários industrial e comercial do extinto IICL.

Em 1914, por decreto do Ministério de Instrução Pública, foi substituida pela “Escola de Construções, Indústria e Comércio”, direccionada para ministrar cursos de nível secundário semelhantes aos anteriormente existentes no extinto “Instituto Industrial e Comercial de Lisboa”. Em 19 de Novembro de 1914, por decreto do Ministério de Instrução Pública, foi aprovado o regulamento da ECIC. Em 1918, com a reorganização do ensino industrial e comercial, aprovado por decreto da Secretaria de Estado do Comércio, a ECIC mudaria de nome para o novo “Instituto Industrial de Lisboa”, a não confundir com o antigo IIL.

“Instituto Industrial de Lisboa” na Boavista em Lisboa

Em 1974, por decreto-lei do Ministério da Educação e Cultura, foi convertido no actual “ISEL - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa” , localizado na Rua Conselheiro Emídio Navarro, no Bairro de Chelas em Lisboa. Em 1988, por decreto-lei do Ministério da Educação, o ISEL passa a fazer parte da rede de estabelecimentos de Ensino Superior Politécnico e é integrado no Instituto Politécnico de Lisboa.

ISEL.1

Fotos do “ISEL - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa” a seguir à sua inauguração

 

 

 

O “ISEL - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa”, conta actualmente com cerca de 4.000 alunos, 600 docentes e 150 funcionários não docentes.

O “Campus do ISEL”, ocupa aproximadamente uma área global de seis hectares, onde se encontram implantados os seus edifícios. Aí podemos encontrar salas de aulas, laboratórios, instalações para o corpo docente, reprografias, uma livraria/papelaria, uma agência da “Caixa Geral de Depósitos”, três bares/restaurantes para alunos e corpo docente e uma unidade alimentar pertencente aos serviços sociais do “Instituto Politécnico de Lisboa”.

O ISEL dispõe de uma biblioteca, central de apoio a toda a escola, tendo capacidade para 152 alunos. No que respeita a alojamento para estudantes, no “Campus do ISEL”, existe a “Residência Maria Beatriz”, pertencente aos Serviços de Acção Social, com capacidade para 200 camas. Em 2006 foi inaugurado o edifício Ferreira Cardoso, onde decorrem as aulas de licenciatura e mestrado do curso de Engenharia Civil.

Licenciaturas (adequadas ao processo de Bolonha):

Engenharia Civil, Engenharia Electrónica e Telecomunicações e de Computadores, Engenharia Electrotécnica, Engenharia Informática e de Computadores, Engenharia Mecânica; Engenharia de Redes de Comunicação e Multimédia e Engenharia Química e Biológica nos ramos de Engenharia Química, Engenharia Biológica e Engenharia do Ambiente.

Mestrados (adequados ao processo de Bolonha):

Engenharia Civil, Engenharia Electrónica e Telecomunicações, Engenharia Electrotécnica, Engenharia Informática e de Computadores, Engenharia Química, Engenharia Mecânica e Engenharia de Redes de Comunicação e Multimédia.

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

12 comentários:

João Celorico disse...

Caro José Leite,
Foi com grato prazer que vi o seu blogue de novo em actividade. Já quase tinha desistido de por aqui passar porque a advertência que me era comunicada era ambígua e pressupunha que fosse algum problema com a Google propriamente dita. Pelos vistos não foi e ainda bem!
Hoje por um mero acaso fiz a busca e deparei com este “post”. Sem pretender que isto seja uma crítica, lamento que da sua busca pareça ter desaparecido o período daquele que chama o IIL antigo, sito na Rua de Buenos Aires até fins do ano de 1970, pois que só em Janeiro de 1971, depois de muitas atribulações o agora ISEL começou a funcionar.
Essas instalações da Rua Buenos Aires começaram, então, a ser utilizadas suponho que pelo ISCEF.
Se for do seu interesse poderei enviar-lhe digitalização de fotos do livro de cursos de 1970/71.
Sem mais, aproveito para lhe desejar e a todos os seus uma Santa e Feliz Páscoa!

Melhores cumprimentos,
João Celorico

José Leite disse...

Caro João Celorico

A minha ausência apenas se deveu ao facto de me ter ausentado para o estrangeiro entre 14 de Março e 7 de Abril.

Quanto à falha factual que me refere, apenas se deve ao facto de pouca e difícil informação obtive acerca deste equipamento, aliás como é hábito nas minhas modestas investigações a tudo o que se refere a antes de 1974 ...

Lembro que este blog não é pretensioso a nível cultural e histórico, apenas vou contribuindo com a minha modesta sabedoria, cultura e tempo livre.

Grato pelo seu comentário e informação adicional.

Os meus cumprimentos

José Leite

Unknown disse...

Muito boa publicação, sem dúvida que foi um gosto ler este texto. Apenas uma pequena correcção... O ISEL conta neste momento com pouco menos de 4000 alunos e não 7000 como é referido.

Os meus cumprimentos.

José Leite disse...

Caro Fábio Almeida

Grato pelo seu amável comentário, e vou corrigir o que me fez o favor de informar

Os meus cumprimentos

José Leite

Unknown disse...

Na minha modéstia opinião, para que servem atualmente tantos Institutos Politécnicos em Portugal, alguém me sabe explicar?!!
Com o prestigio que o ISEL teve no passado, porque atualmente duvido, lamento que não houvesse alguém interessado em aproveitar algumas oportunidades, que parece que teve, para dar o salto para a Universidade, e então sim as outras escolas de engenharia que se cuidassem!!! tudo por causa, talvez de algumas quintinhas instaladas!!! e com isto, espero que o nosso ISEL não tenha que fechar por falência dos politécnicos, sim porque de certeza mais tarde ou mais cedo, só vão ficar as Universidades, como é óbvio!!!
Carlos Silva

BRUNO CANUDO disse...

Que pena sinto em ver esta historia de uma instituicao onde me comecei a formar...plo valor das propinas fui obrigado a interromper...para tristeza minha...admiro a historia...a qualidade de ensino...os docentes...enfim tudo de um todo...adorava poder retomar e terminar o sonho que me foi arrebatado...bem ha ja ao ISEL que muitos sonhos desvanecidos me fez criar...

Isa Gonçal disse...

As Imagens refrentes aos edificios do IIL/ISEL, estão mencionados na minha Tese de Mestrado em file:///C:/Users/Isa/Downloads/23089_ULFBA_TES345.pdf pagina 271.
Fui aluna do ISEL de 1990 a 2000.

Anónimo disse...

https://repositorio.ul.pt/handle/10451/2048?locale=en

José Leite disse...

Grato pela sua informação. Mais informo que as mesmas estão disponíveis na Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, na plataforma Flickr, aliás donde as mesmas foram retiradas.

Victor Santos disse...

As voltas que o mundo dá .
Fui aluno do instituto industrial de lisboa no ano lectivo 1974 /75 e muitas noites aí passei até altas horas em RGA's.
A intenção na altura era que o instituto industrial ( ensino médio ) passa-se a ser ensino superior .
Manias do período que se vivia , dado que terminado o curso do instituto de 3 anos (agentes tecnicos de engenharia, ou como já alguns chamavam de engenheiros auxiliares ) podiamos pedir a equivalência para entrar no tecnico para o 4ºano e terminar o curso de engenharia que na altura era de 5 anos .
Nesse ano de 74/75 em que praticamente não houve aulas ,no final houve exames e quem lá foi deu-se bem ,pois passou para o curso ( agora superior )do ISEL .
Em 75 o ministro da educação Sottomayor Cardia acaba então com o IIL e cria o ISEL .
Resultado disto tudo ,quem entrou em 74 e não passou para o ano seguinte ao querer matricular-se de novo ,como já tinha sido extinto o IIL teve que pedir equivalência do curso industrial e das secções aos ex institutos industrias e o ministério decide enviar-nos para o 10º ano.
Tanto trabalho para que o IIL passa-se a ensino superior e afinal ficou-se por politecnico
Como curiosidade para quem não saiba o percurso para se chegar ao IIL depois da primária e do ciclo preparatório ( 6ºano) vinha o curso industrial + 3 anos ( 9 anos )
e depois 2 anos de secção preparatória ao instituto industrial (11º)
Como já lá vai muito tempo poucos se devem recordar que o Curso industrial de electricidade tinha uma carga horária de entrar ás 08:30 e sair ás 19h . As manhãs eram oficinas de electricidade e oficinas de serralharia . Á tarde tinhamos laboratórios, electricidade,tecnologia de electricidade, mecânica, desenho de maquinas ,desenho esquemático ,desenho industrial e as outra todas como português ,matemática ,fisica ,quimica.
Nos 2 anos de secção preparatória deixavamos de ter as práticas e passavamos a ter uma carga apenas das tardes ou das manhãs com o português ,matemática fisica ,quimica , inglês francês historia, geografia.
No proximo ano irei-me reformar depois de uma vida ligada á industria, felizmente com sucesso e com sentimento de ter cumprido e de ter crescido e acompanhado bem a evolução dos tempos .
Só tenho pena que tantas voltas que o ensino deu na ansia de querer ser mais e pouco de querer ser melhor.

jozevramalho@gmail.com disse...

José Ramalho ( Engº)

Fui aluno do IIL, entrando em 1970/71, e começando frequentar o curso de Eletrotecnia e Máquinas no curso nocturno, que então tinha a duração de 7 anos, de dia era 4 anos. Em 1974, então no 4º ano, iniciou-se no IIL, como por todas as instituições de ensino superior, um movimento (revolucionário!) em que práticamente as aulas forma suspensas e o IIL iniciou um processo conduzido pelos Profs e alunos interessados em que o IIL reformulasse a estrutura dos cursos existentes, já há muito desactualizados, bem como novas designaçoes desses cursos com vista a que o IIL se transformasse num escola de ensino superior , até então ensino médio especial, obtendo-se o grau de BACHAREl. Nesse período eu alguns colegas e professores trabalhamos intensamente, até altas horas da noite, na reformulação dos curriculos das novas cadeiras, no caso no primeiro curso Electrónica e Telecomunicaçoes no novo ISEL, oficializado e iniciado em fins de 1975. Até 1975, o Profs Engºs Carlos Correia, Saraiva Fernandes, Pimenta Rodrigues (o dinamizador da área de Sist. Digitais e Computadores no ISEL e no país), o Cameira, etc, trabalharam arduamente nessa tarefa de reestruturação. Entretanto os que como eu vinham do curso antigo foram sujeitos á frequência de novos programas de Análise Vectorial, Algebra linear e Geometria Analítica e outras cadeiras necessárias para reintegração no novo Programa de curso. Como sempre os oportunistas encontraram uma porta aberta que lhes permitiu concluir o antigo curso fazendo exames em catadupa (fantoches!) de cadeiras do antigo curso ( com matéria reduzida e simplificada) em que ninguém reprovava, dado o contexto politico existente no país nesse período ( 1974, inicio 1975), enquanto outros, como eu, trabalhavam e estudavam na construção dos programas dos novos cursos. Muitos destes andavam em anos anteriores ao meu e terminaram o antigo curso muito antes de mim com o mesmo grau de Bacharel a nova designação de Engº Técnico. Recordo-me de assistir a muitos destes terem acesso ao interior da Secretaria para obter o diploma de curso e a Chefe da Secretaria ( de cujo nome não me recordo) lhes perguntar se queriam no diploma a designação de Agente Técnico ou Engº Técnico, o que é ilegal, o diploma deve apenas referir o grau académico. E muitos deles foram a correr para o IST, quando houve a possibilidade de entrarem no 4º ano, porque antes de 74 a entrada era no 1 º ano do IST com as disciplinas opcionais de Filosofia e Mineralogia e Cristalografia feitas em exame. Mas m 1978, a entrada no IST foi condicionada ás 15 melhores médias de curso, no meu caso só entrei porque tinha média de 17 valores no curso, uma das melhores da altura, no curso de Electrónica e Telec. Ou seja, tive de estudar 4 anos á noite e mais quase 3 anos no novo curso a que somam mais 2 anos e meio no IST, pois a entrada neste curso do IST era feita no 3º ano, onde eramos obrigados a tirar Electrotecnias Teóricas I e II e Matemáticas Aplicadas à Electrotecnia I e II. No total quase 10 anos para concluir uma Licencitura, em que nunca reprovei numa cadeira, e com bons resulattados finais para, hoje, ser equivalente a uma licenciatura de 1º ciclo, de Bolonha, com duração de 3 anos e com planos de estudo mais parecidos com os dos cursos de formação profissional, em particular nas universidades privadas, e sempre a trabalhar desde os meus 16 anos. Acrescento que sei como foi concedido o titulo de Engº Técnico, numa ida á 5 de Outubro em finais de 1974, quando era Director Geral o Prof. Doutor Espanha.

joze ramalho disse...

Jose Ramalho

Em aditamento ao meu anterior comentário devo dizer que o ISEL pela sua história, qualidade do seu corpo docente e pelas provas profissionais dadas pelos seus graduados em diversas actividades industriais é uma referência e merece ocupar um lugar de destaque em todo o ensino politécnico existente. Concluí o curso industrial na década de 60 e tal como diz Victor Santos as manhãs eram passadas nas oficinas de electricidade ou serralharia terminando as aulas por volta das 18 horas. A carga horária eram pesada comparada com o ensino liceal, mas devo reconhecer que neste os conteúdos, não estando orientados para uma profissão, eram de maior profundidade, razaõ pela qual quem viesse dos cursos industriais tinha de fazer as secçoes preparatórias para ingressar no IIL. Em referência aos que concluiram o curso antigo por via daqueles exames sem que nunca tenham assisido a qualquer aula sem reprovaçoes em clima de caos em que alguns que conheci o concluiram em menos de 2 anos, direi que situaçoes dessas ocorreram em todo o ensino universitário nesse período e não foi exclusiva do IIL/ISEL.