O “Lycée Français Charles Lepierre”, situado na Avenida engº Duarte Pacheco, em Lisboa, foi inaugurado em 17 de Novembro de 1952.
Porém, a sua história remonta a 1907 com a criação da “Société de l’École Française de Lisbonne” na Rua da Emenda. Anos mais tarde, em 1917 esta escola muda-se para o Pátio do Tijolo, junto ao Largo do Rato e instala-se no Palácio Braancamp.
Palácio Braancamp ocupado pela “École Française de Lisbonne” no Pátio do Tijolo
Na revista “Illustração Portugueza” em 1918 1940
No anúncio anterior pode-se ler, traduzindo do francês: «Pais refugiados em Portugal, confiem-nos os vossos filhos, estudaremos todos os casos em particular».
Trinta e cinco anos de pois transfere-se para o actual edifício, projectado pelos arquitectos franceses M. Cuminal e N. Groer. A escola transformou-se e mudou de designação para “Lycée Français Charles Lepierre”, tendo adoptado o nome do professor Charles Lepierre (1867-1945), engenheiro químico diplomado pela “École de Physique et Chimie Industrielles” de Paris”, tendo sido aluno de Pierre Curie. Trabalha durante 20 anos na “Universidade de Coimbra”, onde desenvolve o laboratório de microbiologia. Em 1911, com a grande reforma do ensino universitário em Portugal, foi convidado a integrar o novo “Instituto Superior Técnico de Lisboa”, a convite de Manuel de Brito Camacho, onde trabalhou durante 26 anos como professor. Dirigiu igualmente o “Instituto de Hidrologia” e o laboratório do “Instituto Português de Conservas de Peixe”.
“Lycée Français Charles Lepierre”, em fotos de 1953
O “Lycée Français Charles Lepierre”, albergando 1750 alunos (950 no ensino primário e 800 no ensino secundário, além da creche), e onde 63% são alunos franceses ou fraco-portugueses e 10% de outras nacionalidades, é hoje parte integrante da rede de estabelecimentos de ensino directamente geridos pela “AEFE - Agence pour l'enseignement français à l'etranger" (Agência para o ensino da língua francesa no estrangeiro) e tutelado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros francês. Ao receber alunos franceses, portugueses e estrangeiros, contribui para a divulgação da língua e da cultura francesas. Partilha os mesmos valores de tolerância e de respeito mútuo tão caros a Charles Lepierre, que durante toda a sua vida trabalhou para o aprofundamento e o enriquecimento das relações franco-portuguesas.
1956
De seguida vou publicar um artigo 8 páginas da revista “Eva” de Abril de 1964, acerca do “Lycée Français Charles Lepierre”, gentilmente cedida pelo ex-aluno desta escola sr. José de Lucena e que se encontra na foto da capa da revista, ao lado da sua colega Judite Cortesão.
“Lycée Français Charles Lepierre”, actualmente
Entretanto nas primeiras décadas do século XX apareceu, em Lisboa, publicidade, pelo menos, a duas escolas que na sua designação pressupõem alguma ligação a franceses (pelo menos o 2º tudo indica), que por curiosidade, aqui ficam 2 anúncios publicitários das mesmas.
1909
1933
E também o “Instituto Francês” em 1927
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Digital
1 comentário:
Bom dia. Gostaria de acrescentar que o Charles Lepierre teve muito que ver com a escola, tendo sido seu diretor pelo menos em 1915/1916, quando assina o relatório e contas como presidente do conselho de administração. Ele também surge noutros anos, não como presidente, mas coomo vice-presidente, mas presidente da comissão exectiva... na BPMP temos os relatórios de 1914 a 1948, com algumas falhas (adrianosilva@cm-porto.pt)
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