Restos de Colecção: Mocidade Portuguesa

12 de janeiro de 2012

Mocidade Portuguesa

A Lei n.º 1.941, de 19 de Abril de 1936, que organizou o Ministério da Educação Nacional, preconizou a criação de «uma organização nacional e pré-militar» para a juventude portuguesa, que estimulasse o «desenvolvimento integral da sua capacidade física, a formação de carácter e a devoção à Pátria» e contribuísse, deste modo, para a sua defesa. A organização nacional denominada “Mocidade Portuguesa”, formalmente instituída pelo Decreto-Lei nº 26.661, de 19 de Maio de 1936, pretendia abranger a juventude do «Império Português» e os núcleos de portugueses no estrangeiro.

A Mocidade Portuguesa tinha no topo da hierarquia um comissário nacional, nomeado pelo ministro da Educação Nacional. O primeiro comissário nacional a dirigir a “Mocidade Portuguesa” foi Francisco José Nobre Guedes, de 4 de Dezembro de 1936 a 14 de Agosto de 1940. Simpatizante do III Reich, procurou criar uma organização de juventude nacional inspirada no modelo alemão da Juventude Hitleriana.

                                                Emblema e Estandarte da MP              Francisco Nobre Guedes             

                                            

«Acompanho a mocidade que se sacrifica no altar da Pátria. Tendes diante de vós um homem que acredita que o sangue de tantos heróis será resgatado, pleno de glórias. Abraçai as vossas tradições de crenças, de amor a Deus e à vossa Pátria; o Deus das conquistas e descobrimentos, o Deus de Aljubarrota (...).»: Bispo de Beja durante uma missa campal da Mocidade Portuguesa em 1937.

No início de Julho desse ano é anunciado que a “Mocidade Portuguesa” começaria os seus trabalhos a partir de Outubro, abrangendo, logo de entrada, cerca de 200 000 rapazes. A elaboração do regulamento
demoraria ainda mais tempo: devido a prolongadas negociações entre os promotores da “Mocidade Portuguesa” e oficiais do exército, era promulgado só em Dezembro de 1936.

                              A influência da “Mocidade Portuguesa” no ensino escolar no tempo do “Estado Novo”

                                      1965                                               1965                                              1962 

                

         
           fotos in: Almanach Silva
                                  

«Que cobardia é essa, oh mocidade bejense? Não sentis orgulho de serdes governados por homens que, à custa do seu trabalho e da sua inteligência, conseguiram transformar uma nação depauperada e corrupta numa nação completamente diferente?»: Francisco Pacheco, aluno do Liceu Fialho de Almeida contestando a falta de entusiasmo dos alunos pela Mocidade Portuguesa.

                                         Cartão de Identidade                                         Certificado de Aptidão Desportiva

                 

Regulamentada em 4 de Dezembro de 1936, a “Mocidade Portuguesa” devia não só promover a educação moral, cívica e pré-militar, em harmonia com os princípios consagrados no Regimento da Junta Nacional de Educação, como também cultivar nos seus filiados a educação tradicional, não admitindo nas suas fileiras indivíduos sem religião. Consagrada à "Renascença da Pátria", a “Mocidade Portuguesa” tomou como ideais de acção as figuras de D. Nuno Álvares e do Infante D. Henrique e adoptou como símbolos a bandeira nacional e a bandeira de D. João I.

A ela deveriam pertencer, obrigatoriamente, os jovens dos sete aos catorze anos. Os seus membros encontravam-se divididos por quatro escalões etários:

  • Lusitos, dos 7 aos 10 anos;
  • Infantes, dos 10 aos 14 anos;
  • Vanguardistas, dos 14 aos 17 anos;
  • Cadetes, dos 17 aos 25 anos.

                                         Lusito                                                                        Infantes

                 

                                          Vanguardistas                                                                         Cadetes

         

A partir de 30 de Julho de 1936, duas semanas após a sublevação de tropas nacionalistas espanholas, centenas de voluntários começaram a alistar-se na Mocidade Portuguesa, pessoalmente, junto do Ministério da Educação, ou por escrito. Deste modo, inscreveram-se cerca de 2000 mil voluntários, cujos nomes foram publicados no “Diário da Manhã”. Salienta-se que o voluntariado assim constituído não era composto unicamente por estudantes escolares e universitários; a afluência de empregados e de operários é igualmente notável.

                                       Desfile da “MP”                                                       Passeio velocipédico da “MP”

        

A 8 de Dezembro de 1937 foi criada “Mocidade Portuguesa Feminina”, definida como «secção feminina da organização nacional Mocidade Portuguesa (M.P.F.) a cargo da Obra das Mães pela Educação Nacional (O.M.E.N.)» De acordo com o texto deste diploma, esta organização «cultivará nas filiadas a previdência, o trabalho colectivo, o gosto da vida doméstica e as várias formas do espírito social próprias do sexo, orientando para o cabal desempenho da missão da mulher na família, no meio a que pertence e na vida do Estado.»

                                               Emblema e estandartes da “Mocidade Portuguesa Feminina”

                              

                                                   

                     

O segundo comissário nacional foi o professor Marcello Caetano, de 14 de Agosto de 1940 a 6 de Setembro de 1944. Fiel à política portuguesa de neutralidade no conflito mundial, procedeu a grandes reformas que afastaram a MP do modelo inicial militarista, aproximando-a da Igreja Católica e de outras organizações de juventude como os escuteiros. A sua acção marcou de maneira significativa a orientação da organização por muito tempo.

Em 1 de Dezembro de 1940 ocorreram as cerimónias de passagem de escalão, em Lisboa e nas principais cidades e vilas sede de concelho, do continente e ilhas adjacentes.  Nessa crimónia os «Lusitos» passavam a «Infantes», no ano em que completavam 10 anos, os «Infantes» a «Vanguardistas», aos 14 anos, e os «Vanguardistas» a «Cadetes», aos 17 anos, mais tarde 18 anos.

                           Prof. Dr. Marcello Caetano, na cerimónia de passagem de «vanguardista» a «cadete»

                                       

O «compromisso solene» obedecia ao seguinte guião:

Compromisso:

«Filiados da M.P.! Ides afirmar pública e solenemente o vosso propósito de servir os altos ideais que vos guiam.
Dizei:
- Jurais consagrar a vossa vida à consolidação e ao engrandecimento do Império Português. Aquém e além-mar?
Resp.: Sim!
- Jurais empenhar todos os esforços para cumprir devotadamente os vossos deveres de cristãos e portugueses?
Resp.: Sim!
- Jurais fidelidade aos vossos chefes enquanto vos conduzirem no caminho do trabalho, do dever e da honra?
Resp.: Sim!
Estais dispostos a lutar sempre para obter Mais e Melhor Por Portugal?
Resp.: Sim! Mais e Melhor Por Portugal!»

                                          Desfile em 1 de Dezembro (Dia da Mocidade Portuguesa) de 1940

        

Para a sua implantação a nível nacional, a Mocidade Portuguesa dividiu o território metropolitano em Províncias e estas, em Regiões. Cada Província correspondia a uma Divisão e cada região concelhia a uma Ala. Dentro das Alas os filiados eram agrupados em Quinas, Castelos, Bandeiras e Falanges. Nas cidades ou vilas, que o Comissariado Nacional reconhecesse como detentoras dos requisitos necessários para os fins da organização, funcionavam os Centros de Instrução. Nas Ilhas Adjacentes, os Distritos Administrativos eram considerados equivalentes às Províncias do Continente.

                                                             Reunião da “MP” no Palácio da Independência

A divisão dos territórios ultramarinos, acordada entre os Ministros das Colónias e da Educação Nacional, reflectiu uma orgânica, tanto quanto possível, idêntica à da metrópole. As Divisões e as Alas de cada província eram dirigidas por um Comissário Provincial. A organização dos núcleos de portugueses no estrangeiro foi estabelecida pelos Ministros dos Negócios Estrangeiros e da Educação Nacional. Depois de um período de expansão e consolidação, entre 1936 e 1945, a Mocidade Portuguesa passou por sucessivas tentativas de redefinição.

                                         Diploma Escolar                                «Dia da Mocidade» a 1 de Dezembro de 1939

             

                                                                     «Guião» - Revista para Graduados

                                                    Capa                                                                Verso da capa

                  

                                       Verso da contra-capa                                                  Contra-capa

                   
                  fotos in: Tronco-em-Flor

O professor Marcello Caetano foi substituído, em 1944, interinamente por José Porto Soares Franco, antigo secretário-inspector da Mocidade Portuguesa, até à nomeação de Luís Pinto Coelho, um professor universitário de Direito e também antigo secretário-inspector da MP, que ocupou o cargo de 1946 a 1951. Este dirigiu a organização de modo adaptá-la às realidades do pós-guerra e de melhor a coordenar com as actividades circum-escolares.

                                                      Algumas actividades lúdicas da “Mocidade Portuguesa”

                                              Vela                                                                                   Remo

         

                                            Esgrima                                                                               Música

         

         fotos in: Hemeroteca Digital, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

Seguiram-se António Gonçalves Rodrigues, um catedrático de Letras, e Baltasar Rebelo de Sousa, que ocupou interinamente o cargo, desde 1956, enquanto subsecretário de Estado da Educação Nacional. Neste período Rebelo de Sousa procurou reanimar a organização e implantá-la nos territórios africanos.

Desde 1960, foram comissários nacionais, o general Raul Pereira de Castro, substituído interinamente por Leopoldino de Almeida, em 1961 o tenente-coronel Carlos Gomes Bessa, a partir de 1965 o arquitecto Melo Raposo, sucedido pelo tenente-coronel Fonseca Dores e, por último, desde 31 de Janeiro de 1972 (ano em que a filiação na MP se tornou voluntária), o engenheiro Manuel da Silva Lourenço Antunes, até 25 de Abril de 1974.

A “Mocidade Portuguesa”  tinha o seu hino «Hino da Mocidade», e que, julgo, todas as escolas eram obrigadas a ensinar e cantar nas aulas de Canto Coral (pelo menos na minha era assim), e que a seguir recordo a letra:

 

1.

Lá vamos cantando e rindo
Lá vamos, cantando e rindo
Levados levados sim
Pela voz do som tremendo
Das tubas clamor sem fim

2.

Lá vamos que o sonho é lindo
Torres e torres erguendo
Rasgões, clareiras abrindo

3.

Alva de luz imortal
Que roxas névoas despedaçam
Doiram os céus de Portugal

4.

Querer! Querer! e lá vamos!
Tronco em flor estende os ramos
À mocidade que passa

 

5.

Cale-se a voz que turbada
já de si mesmo, se espanta.
Cesse dos ventos, a infâmia
Ante a clara madrugada,
Em nossas almas nascida.
E, por nós, oh! Lusitânia,
Corpo de Amor, terra santa
Pátria! Serás celebrada,
E por nós serás erguida,
Erguida ao alto da Vida!

Lá vamos, cantando e rindo ...
... (repete de 1 a 4)

6.
Querer é a nossa divisa
Querer, palavra que vem
Das mais profundas raízes,
Deslumbra a sombra indecisa
Transcende as nuvens de além ...
Querer, palavra da Graça
Gritos das almas felizes

7.
Querer! Querer! E lá vamos
Tronco em flor estende os ramos
À Mocidade que passa

     

19 comentários:

Graça Sampaio disse...

Falta aqui o Hino da Mocidade Portuguesa Feminina. Aprendi-o, mas já não me lembro. (Ainda bem...) Bela retrospetiva!

Al. Almeida disse...

Pelo que me recordo do que aprendi nos anos 60 no Liceu Alexandre Herculano(Porto), na 1ª estrofe "Das tubas clamor" era "Das tubas clangor" ; na 2ª estrofe "Clarões, clareiras..." seria "Rasgões, clareiras.." e só cantávamos (nas aulas de Canto Coral) até ao 1º "Refrão" do "Querer, querer e lá vamos"

José Leite disse...

Caro Al. Almeida

Grato pela sua chamada de atenção ,mas fui verificar de novo e realmente na versão original de 1937 as palavras «clangor» e «Rasgões» eram utilizadas.

Mas uma versão actualizada substitui «clangor» por «clamor» e numas fontes os «Rasgões» foram substituídos por «Clarões» e noutros foi mantida a palavra «Rasgões», pelo que já rectifiquei a última.

Evidentemente que não cantávamos o hino todo mas só a versão abreviada.

Cumprimentos

António disse...

MOCIDADE PORTUGUESA VS JUVENTUDE HITLERIANA, FOI UMA VERGONHA NACIONAL QUE EM 25 DE ABRIL DE 1974FOI EXTINTA.

JoseMalafaiaFelicio disse...

... mocidade que passou faz parte da nossa vida....e dos nossos ideais de Pátria dess época...
tambem havia campeonatos de futebol, atletismmo etc... do futebol lembro-me que pontificava a equipa dos "PUPILOS" de que fiz parte em 1941 e 1942,anos em ganhámos oo campeonato...tendo nascido com a nossa clque o grito.."só mais um...só mais um"....Que saudades! JoséMalafaiaFelicio,exPilão1934/152.

Vitalino Chitas disse...

Acho que nao fez mal a ninguem andar por lá, já em relaçao á Juventude Hitlariana nao queira comparar...

Freitas Carvalho disse...

Deduz-se do texto que até 1972 a filiação na MP era obrigatória. Seria, porém posso atestar que nos anos 50/60 frequentei a escola primária e o primeiro e segundo ciclos liceais em Fafe, e depois o terceiro ciclo no Liceu de Guimarães,e nunca tive, nem ouvi falar de que alguém tivesse, alguma actividade da Mocidade. Em Guimarães tomei conhecimento foi da existência da Legião, porque tinham uma cantina muito baratinha que nos permitia economizar uns trocos no preço do almoço para uma bilharada no Milénio...

José Leite disse...

Caro Freitas carvalho

Realmente do texto depreende-se o facto que questiona, mas não era decerto obrigatório, pois eu frequentei a escola desde 1960 e nunca me foi imposto a filiação nem fui filiado na MP

Agora quanto ao saber o Hino da Mocidade já questiono, pois na minha escola era obrigatório juntamente com o Hino Nacional

Os meus cumprimentos

José Leite

Anónimo disse...

qual a diferença com as juventudes partidárias dos paises comunistas,já agora por cá a seguir ao 25,
também o pcp fez uma tentativa com os pioneiros

Ferreira disse...

Nao fez mal a ninguem ... e , atendendo aos termos e condicoes de vida da altura ... quantas criancas poderiam fazer Hipismo ??? Esgrima ??? Vela ??? Remo ???
Tambem Frequentei o Alexandre (no Porto) ... nao me queixo nem jamais senti influencia politica da parte dos promotores ... ( obvio que Deus Patria e Familia eram motos ...)

Anónimo disse...

Depois de lidas todas as declarções e independentemente das criticas de cariz contra que sempre se vaõ fazendo ,falando da minha experiencia pessol.Pois foi lá que aprendi a andar a cavalo ,no Quartel da GNR no Carmo...e tanbem fiz vela ...e pilotei avião e fui produtor e locutor do Rádio Universidade ali á Estefânia :Comigo estavam futuros grandes nomes da radio e TV...foi por acaso que não segui essa carreira...:)...e andei pelos acampamentos e fui maqueiro em Fátima ...e já agora tambem frequentei a Milicia e até fui Cte de Centro dum Colégio particular .Olhem só tenho que dizer bem da MP que as más linguas denominavam de "Bufa"...diverti me imenso e só me fez bem e ainda por cima era tudo de "borla"...o resto é "conversa"...:)

Anónimo disse...

Frequentei a escola primaria na década de 50 e não me obrigaram a filiar-me na MP. Quando entrei no liceu, em 1960, já fui obrigado e filiar-me, comprar a farda e a participar nos desfiles e actividades, algumas delas opcionais. Velhos e bons tempos em que havia camaradagem e um rumo estável, sem sobressaltos. Éramos felizes.

Unknown disse...

No D. João de Castro entrei na Mocidade em 1963, depois fiz vela até 1974 tendo um 3º lugar num campeonato nacional depois do 25 de Abril ainda estive no secretariado de juventude no
montanhismo e nunca me fez mal, e nunca teria a oportunidade

José Reis Loureiro disse...

Foi dita muita coisa a respeito da Mocidade Portuguesa por pessoas que, de certeza, nunca lá foram filiados. Tudo o que de negativo se disse a respeito desta instituição, foi feito de má fé ou aproveitamento político. Muitas mentiras foram ditas e a primeira delas foi o facto de afirmarem que todos os jovens recém saídos da escola primária, seriam obrigados a filiarem-se. Eu Filiei-me em 1955 apenas porque quis, e vi alguns filiados serem expulsos por o seu comportamento não coincidir com os rígidos princípios de boa educação estabelecidos. Fiz vela na categoria de lusitos e ganhei a única regata de que participei em Lisboa, em 1957. Velejei também em sharpie 9mt2. Ao longo da minha vida, velejei em diversos tipos de barcos mas, recentemente, eu e uns amigos da vela juntamo-nos e, porque já estamos na reforma, resolvemos reavivar a categoria do Sharpie 12mt2. Assim, adquiridos os planos, construímos 10 barcos dessa categoria, que no verão podem ser vistos a velejar em Esposende, terra de nortada. Falei aqui na vela porque sempre foi o meu desporto favorito, mas participei de muitas outras atividades da Mocidade Portuguesa. A este respeito, e talvez só a este respeito, digo bem haja Dr. Salazar.

Jorge Pedro disse...

Boa tarde/noite a todos:
Efectivamente andei na MP até aos meus 17/18 anos, tendo sido Cte de Grupo. Fiz, como muita gente (milhares) acampamentos; desporto, passeios. Todos os que lá estavam, não me lembro que estivessem contrariados. Ainda hoje, aqui em Coimbra de onde sou natural e resido, nos juntamos para um almoço de confraternização de antigos graduados da MP. A amizade continua e lembramos factos da nossa juventude. Quantas "juventudes partidárias" fazem isso?!!!...NENHUMA!...Como alguém aqui escreveu, diz-se muitas e enormes mentiras sobre a MP pq as pessoas de agora não sabem o que é partilhar, o que é inter-ajuda, amizade verdadeira! As pessoas hoje olham muito para o seu umbigo e na minha altura, juntavamo-nos jovens de diferentes categorias sociais e económicas, com a mesma farda, onde o riquismo e a ostentação não era visivel!....a farda "equiparavamo-nos"!

ROB disse...

Lamento nunca ter podido tomar parte nas actividades da MP do Colégio de S. Luís, em Espinho.
E porquê?
Porque, se bem que fosse obrigatório que todo o jovem pertencesse à MP... Tinha de pagar a farda!
Ora a minha família mal tinha dinheiro para o sustento diário e para a roupa civil quanto mais para um uniforme que alguns meses depois deixaria de me servir!
Claro que no Exército não se pagava o uniforme: ia-se pagando. Por isso cheguei a receber um pré de...$50 (cinquenta centavos)!!!!
Mas agradeço à MP ter-me facultado manuais de estudo, gratuitos, do 1º ao 5º ano do Liceu/Colégio!
Não esquecer que a revista juvenil CAMARADA, dos finais dos anos 50 e princípios de 60, era uma publicação da MP, ainda que o seu título soasse a ideologia contrária.
Abraço amigo!

Anónimo disse...

Cessem as vozes ignorantes: que são agora todas as juventudes partidárias - em termos de conhecimentos e educação cívica - face ao abrangente e valoroso conteúdo, que não era qualquer lavagem ao cérebro daqueles jovens, da valorosa educação, em conteúdo em termos de saber e de valores (cívicos morais e éticos) contidos na educação que lhes facultavam e ministravam. Também, sentido de corpo e sã amizade e camaradagem. Actividades ocupacionais que lhes despoletavam capacidades físicas e mentais de toda a ordem. Então, vícios nefastos de toda a ordem, destruidores da mente e da saúde corporal, comprometedores de todo o capaz desenvolvimento, O corpo da Mocidade Portuguesa não os conheciam. Os seus corações eram puros, altivos, voluntariosos, promessa de futuros Homens íntegros!

Anónimo disse...

Não consigo - ainda hoje não consigo - identificar qualquer vestígio de tentativa de me terem tentado injectar qualquer conteúdo de natureza fachista ou de natureza rácica ( entenda-se racismo) em todas as acções e palavras dos dirigentes da MP. Valores, conhecimentos da nossa História e amor à minha Pátria (à minha nação) de nove (9) séculos, que só os portugueses edificaram com esforço Hercúleo e rios de sangue vertido sobre este solo (Portugal) derramado. Respeito, silêncio em Memória de todos os nossos Herois já passados, desde D. Afonso Henriques e de Viriato (o general pastor) e Sertório (seu companheiro nas lides)... Não me injectaram, facultaram-me esta e outra informação bem válida.

Gládio disse...

Estive filiado num centro da Mocidade Portuguesa, lá na minha cidade.
Fachismos não me foram inculcados alo. Leituras construtivas de valores nas mentes dos jovens; actividades ocupacionais que nos desenvolviam capacidades psico-físicas.
Também ali encontei a nossa História, desde a fundação desta Nação (deste Estado) de nove séculos. Este estado edificado por muitos Herois condutores de um Povo - o povo português. Destes Herois recebemos esta nação ou Este Estado, que é só nosso, dos Portugueses. Assim o recebemos como herança; assim o devemos conservar; e assim o devemos transmotir aos presnetes e futuros vindouros.
Na M.P. tive consciência de valores que me ajudaram a ser, hoje, um Homem íntegros. Ali, vícios destruidores da juventude, nem sabíamos o que isso pudesse ser. As ávores conhecem-se pelos seus frutos. Como é agora e virá a ser no futuro...