Restos de Colecção: Covina - Companhia Vidreira Nacional

6 de dezembro de 2011

Covina - Companhia Vidreira Nacional

“Covina - Companhia Vidreira Nacional, S.A.R.L.’” situada em Santa Iria da Azóia no concelho de Loures, foi fundada em 19 de Setembro de 1936, fruto da fusão de 7 fábricas, que se dedicavam à produção de vidro plano pelo processo manual do cilindro soprado. Seus fundadores Lúcio Tomé Feteira, com Artur Cupertino de Miranda, (Banco Português do Atlântico), e com João Bordalo (Lusomundo).

         

                                     

Lúcio Tomé Feteira nos anos 40, do século XX, viria a fundar a “Covibra” (Companhia Vidreira do Brasil), em Niterói perto do Rio de Janeiro, uma das maiores empresas de vidro do Brasil, e a “Companhia Paulista de Vidro Plano”, em São Paulo. Além das fábricas de vidro, investiu no sector mineiro, nos cimentos, na agro-pecuária e agro-indústria, na construção e no turismo.

A Covina introduziu em Portugal o fabrico mecânico de chapa de vidro plano, tendo para tal inaugurado novas instalações fabris, do outro lado da Estrada Nacional, a 4 de Outubro de 1969 . Trinta anos atrás nos finais dos anos 30 do século XX que tinha terminado em Portugal o fabrico manual de chapa de vidro. Era defeituosa a sua produção e desumanos os processos pelo esforço que exigiam aos seus trabalhadores.

                                              

Assim a “Covina” passou a comercializar: «Plagex», vidro «Isolux», mosaicos de vidro, vidros temperados «Rochedo» e laminado, vidros para automóveis curvos e planos, painéis rígidos de fibra de vidro, arrancadores de balastros,etc.

        

                                      

        

Construiu um bairro para os seus 1200 trabalhadores, a exemplo da “C.U.F.” entre outras, e uma estação de cargas e descargas por caminhos-de-ferro.

Em 1962 o grupo “Saint-Gobain”  (empresa fundada em Paris no ano de 1665) torna-se accionista de uma parte do capital (20%) da “Covina - Companhia Vidreira Nacional, S.A.”. Após o 25 de Abril, uma fatia de 80% do capital da vidreira, proporção pertencente a empresários portugueses, foi nacionalizada. Os restantes 20% mantiveram-se em poder da companhia francesa “Saint-Gobain’”

        

        

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

Em 1991, a “Cristaleria Española, S.A.” empresa do grupo “Saint - Gobain’”adquiria maioria do capital da Covina, com a compra da participação do estado português na sociedade. A Covina está incorporada na estratégia de desenvolvimento do grupo “Saint-Gobain’ formando uma entidade ibérica com a “Cristaleria Española, S.A”, conservando no entanto a sua identidade e relações privilegiadas com os países de língua e cultura portuguesa.

Mais tarde, em processo de privatização, a referida multinacional adquiriu ao IPE os 80% de capital que lhe faltavam e ficou proprietária absoluta da empresa. A designação de “Covina - Companhia Vidreira Nacional, S.A.” passa para “St. Gobain Glass Portugal”.

                                                                         “St. Gobain Glass Portugal”

                                

Em 2005 a “St. Gobain Glass Portugal” empregava 158 operários e facturou 58 milhões de euros.

O grupo “Saint-Gobain” , empresa líder mundial do vidro plano, afirma que não terá capacidade para continuar a investir em Portugal se tiver que comprar licenças de emissão de CO2 no mercado. O grupo francês, que produziu os vidros para a pirâmide do Louvre, Centro Cultural de Belém e para a Gare do Oriente, pretendia aumentar em 50% a capacidade do seu forno de Santa Iria de Azóia. Em 2007 instala um electrofiltro para cumprir as regras ambientais de União Europeia.

                                Publicidade em 1949 …                                                               … 1953

      

Em 2009 pára o forno da fábrica de Santa Iria de Azóia, suspendendo a produção durante o ano todo e procede a um plano de reestruturação pretendendo manter apenas 40 operários em vez dos 123 existentes..

9 comentários:

Anónimo disse...

... a Covina também tinha instalações na Marinha Grande...

José Leite disse...

Muito agardecido pela informação que adicionou

Cumprimentos

José Leite

Graça Sampaio disse...

Bem me lembro da Covina. O meu pai trabalhou como chefe de escritório na Fábrica de Limas Tomé Feteira em Vieira de Leiria,em 57/58, e a Covina era muita falada lá, naturalmente.

Um novo eu disse...

O conselho é Loures e não Vila Franca de Xira :) Mas gostei da informação!

José Leite disse...

Obrigado pela correcção.

Cumprimentos

Anónimo disse...

e desde há uns anos a Saint-Gobain Glass Portugal (ex-COVINA) deixou de produzir e .... passou a mero armazém de vidro importado

João Mexia Alves disse...

Vivi até aos meus 15 anos numa das 4 casas que havia dentro da fábrica Covina. O meu pai, Manuel Duarte Alves, foi até 1975 o director geral da Covina.

Manuel Cruz disse...

Não era na Marinha Grande, era na Guia (Pombal) onde começou a produção de vidro plano em Portugal. Antes o Lúcio trabalhou na fábrica de vidro da Vieira de Leiria e era casado com uma das filhas do industrial e teve a ideia de abrir a fábrica da Guia para produzir o vidro plano pelos métodos atuais, já que na Vieira era na base do soprado. Foi esta fábrica da Guia onde ainda existe parte do edifício à beira EN 109 que depois veio para Santa Iria da Azóia

Manuel Cruz ucross@netcabo.pt

Unknown disse...

Quem era o administrador da Covina nos anos sessenta?
Obrigado.