Restos de Colecção: Atentado contra Salazar

16 de dezembro de 2010

Atentado contra Salazar

O anarco sindicalista Emídio Santana, em 4 de Julho de 1937 foi um dos autores do atentado a Oliveira Salazar quando este se deslocava à capela particular do seu amigo Josué Trocado, na Avenida Barbosa du Bocage, em Lisboa, para assistir à missa.

Salazar costumava ouvir missa na capela privada de um amigo, Josué Torcato, que vivia num palacete na Rua Barbosa do Bocage, n.º 96, nas Avenidas Novas, em Lisboa. A bomba foi colocada num esgoto, frente à casa, para ser detonada no momento em que o Presidente do Conselho chegasse de carro, manhã cedo. Assim se fez, mas o engenho estava mal colocado e a bomba explodiu para o lado contrário do automóvel.
Salazar saiu abalado, mas ileso, da explosão

             Buraco em resultado da explosão da bomba                                           O mesmo local nos anos 60

 

Na sequência do atentado, Emídio Santana, que militou nas Juventudes Sindicalistas e foi membro do Sindicato Nacional dos Metalúrgicos, filiado na antiga Confederação Geral do Trabalho (CGT) portuguesa, é procurado pela PIDE e foge para o Reino Unido, onde a polícia inglesa o prende e envia para Portugal onde é condenado a 16 anos de prisão.

                                                            Notícia do atentado no “Diário de Lisboa”

                               1937 Atentado a Salazar.3

                                clicar para ampliar

Nos jornais, durante dias, as vozes do regime publicaram orações à Rainha Santa Isabel (a padroeira do 4 de Julho), porque o “Doutor Oliveira Salazar fora miraculosamente salvo dum infamíssimo atentado contra a sua vida”.

                        

2 comentários:

Alfredo J. Eloy disse...

Blog Restos de Colecção:
Amigo José Leite,

O meus sinceros parabéns pelo magnífico acervo histórico que criaste!

Gostaria de contribuir, se possível, informação de caráter familiar que diz respeito ao atentado contra Salazar em Julho de 1937.
O meu objetivo é simplesmente o de promover a verdade sobre o meu Avô paterno – Alfredo da Conceição Eloy – que foi acusado injustamente de participar do atentado e esteve preso durante quase um ano (não sei em que prisão do PIDE) durante o período de 7 de Agosto de 1937 a 25 de Julho de 1938. A prova deste evento aparece na base de dados Arquivo Nacional Torre do Tombo em http://digitarq.arquivos.pt/details?id=4288219. Por erro burocrático o nome que aparece é “Alfredo da Assunção Eloi”.

De acordo com informação verbal do meu Pai (Franklim Alves Eloy, falecido em 1985), a quem foi permitido visitar o Pai na prisão, a polícia, poucos dias depois do atentado, já sabia que o meu Avô não tinha tido qualquer participação no mesmo. O meu Avô foi torturado na prisão e como consequência adicional do aprisionamento, foi enviado a uma colónia penal em África (não sei qual) e depois de algum tempo (não sei quanto) escapou da colónia penal e de alguma maneira regressou ao continente.
O meu Avô faleceu em Lisboa entre 1943 e 1946 (estou tentando conseguir o seu atestado de óbitos) e viveu quase toda a sua vida na Picheleira. O último endereço que tenho dele é 141 Calçada da Picheleira. Existe uma placa na Calçada da Picheleira com o nome “Alfredo Eloi” que creio se refere meu Avô. A placa aparece identificada em um outro Blog em http://apontamentoslisboa.blogspot.com/search/label/P%C3%A1tio%20de%20Alfredo%20Eloi

Muito obrigado e um abraço.
Alfredo J. Eloy
Dados Pessoais:
(760 –438-9553) – Residência, San Diego, Califórnia
(832)-250-4361 – Celular
alfredojeloy@gmail.com
eloy@istore.com
www.istore.com (companhia que fundei em 1994 e da qual sou diretor)
Perfil em LinkeIn: https://www.linkedin.com/pub/alfredo-j-eloy/28/732/936

Pedro disse...

Estranho a pena de 16 anos a que foi condenado o bombista. Acho pouco...sobretudo no contexto de uma ditadura e sobretudo porque o atentado foi dirigido contra um primeiro-ministro. Esta ditadura era de facto bastante original.