O “Hotel Americano” terá aberto as suas portas no início da primeira década do século XX, propriedade da firma “Candeira & Vieitez”, ocupando o edifício nº 73 na sua totalidade na, então, Rua do Príncipe, actual Rua Primeiro de Dezembro esquina com a Calçada do Carmo, em Lisboa. Era igualmente propriedade do Hotel a “Brasserie Principe” - café restaurante e bilhares - que ocupava as lojas do mesmo edifício.
Postal publicitário e lateral do edifício do “Hotel Americano” (à esquerda na foto) na Calçada do Carmo
Publicidade no “Guia dos Caminhos de Ferro” de Outubro de 1913
Edifício do “Hotel Americano” com o “Grande Café d’Italia” (ex-Brasserie Principe) a partir de 1922 e respectiva publicidade em Julho de 1922
Nos finais do ano de 1931 o “Hotel Americano” é adquirido por Cecílio Fernandez, que o remodela e actualiza, tornando-o mais confortável e moderno, adquirindo a classificação de 2ª classe, segundo as normas do Decreto-Lei 19174 de 22 de Dezembro de 1930.
Aquando da sua reabertura, um artigo no jornal "Reporter X" de 25 de Dezembro de 1931, referia:
«Não faltavam por aí hoteis que de hoteis só tinham o nome, que por instalações sem comodidades de espécie alguma e por preços exorbitantes davam aos seus clientes a impressão de se encontrarem em qualquer país recondito, ao qual não houvessem chegado ainda vislumbres de civilização.
Hoje, está esse problema resolvido. o Hotel Americano, instalado no nº 73 da Rua Primeiro de Dezembro, em propriedade propria, veio acabar com essa falta que só nos envergonhava.(...)
Dispondo de aposentos onde nada falta, desde o luxo até á maxima comodidade, o Hotel Americano, sob a direcção do seu proprietario, sr. Cecílio Fernandez, compete com o melhor que nos tem sido dado conhecer lá fora.(...)
Desde a sala de jantar, ampla, confortavel e atraente, passando pelos aposentos, onde não foi esquecido o minimo requisito, nada ali falta para dar ao Hotel Americano foros de hotel de 1ª classe
E quando toda a gente poderia supôr que os preços seriam exagerados, surge-nos uma tabela que nos deixa incrédulos, pois é difícil conceber como com tão pouco dinheiro é possível servir tão primorosamente. Não se julge que exageramos. Em parte alguma era possível tal milagre, que doutra forma não pode classificar o que o sr. Cecílio Fernandez conseguiu, o que lhe vale, sem favor, ter uma clientela que, pelo numero e pela qualidade, é o melhor reclamo da sua casa.
Educado pelo dono e gerente do modelar estabelecimento, todo o pessoal do Hotel Americano, solícito, amável, atenciosos, auxilia a demarcar a boa impressão que em todos deixa o magnífico estabelecimento da rua 1º de Dezembro, obrigando aqueles que uma vez o frequentaram a nunca mais preferirem outro.»
Carta escrita em papel do “Hotel Americano”
Traseiras do “Hotel Americano” por ocasião do funeral do advogado e poeta Augusto Gil, em 28 de Fevereiro de 1929
8 de Janeiro de 1932
1934
1952 1961
O “Hotel Americano”, foi alvo de obras renovação e melhoramentos em 1960, após as quais não tive conhecimento da sua história até hoje. Apenas sei que o Hotel, passou a regime de Residencial de 2 estrelas e seria profundamente remodelado, ou melhor dizendo, reconstruído e redecorado a nível de interiores, já no século XXI, tendo mudado de nome para: “Americano Inn Rossio Hotel”
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Hemeroteca Municipal de Lisboa, Hotel Americano
1 comentário:
Me hosted com os meus pais em 165 e depois em 1969.
Ano passado (2019) tive o prazer de passar em frente ao Hotel. Muitas recordações !
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