Capas de partituras de músicas de antigos filmes portugueses realizados entre 1936 e 1938.
1936
1937
1938
Capas de partituras de músicas de antigos filmes portugueses realizados entre 1936 e 1938.
1936
1937
1938
A "Cooperativa Lisbonense de Chauffeurs - S.C.R.L." foi criada em 22 de Abril de 1925, com sede e garagem na Rua Almirante Barroso, em Lisboa, tendo os seus estatutos sido publicados no "Diario do Governo" de 5 de Maio de 1925.
Apresentação dos primeiros onze táxis “Citröen” , “de palhinha”
Os mesmos onze táxis “Citröen” “de palhinha” estacionados junto à Câmara Municipal de Lisboa
Esta Cooperativa foi criada por 50 chauffeurs e sócios da "Associação de Classe dos Chauffers do Sul de Portugal", tendo como principais dinamizadores, António Casimiro Manso, Albano Pinheiro, José Rodrigues Ferreira, Aníbal Costa e António Loureiro, que ficariam a fazer parte da primeira direcção. Os primeiros 11 táxis eram da marca "Citroën" Type B2 Taxi, - 1.452 cm3, 20cv, e caixa de 3 velocidades, velocidade máxima de 70 km/h e custo de 25.700 francos - que ficaram apelidados de "o palhinha" já que a cabine dos passageiros era revestida exteriormente por palhinha trançada.
“Citröen” type B2 Taxi, original, utilizado pela "Cooperativa Lisbonense de Chauffeurs” em 1925
O mesmo modelo actualmente, e impecavelmente mantido por um coleccionador em Inglaterra
13 de Novembro de 1925 18 de Janeiro de 1926
Foi a "Cooperativa Lisbonense de Chauffeurs” que introduziu no serviço de táxi o uso dos taxímetros, facilitando, e acima de tudo, embaratecendo o serviço a táxi.. Até essa altura o preço de cada viagem era combinado com o chauffeur consoante o percurso. E quanto aos taxímetros …
30 de Abril de 1925
Entretanto em 14 de Novembro do mesmo ano de 1925, a sua frota aumentaria para 30 táxis da mesma marca e modelo. Em 1929, já com uma frota de 70 táxis, do novo modelo “Citröen” type B14 Taxi, as instalações da "Cooperativa Lisbonense de Chauffeurs" já era na Avenida Visconde de Valmôr, com a garagem e oficinas na Rua Visconde de Santarém.
Em 9 de Dezembro de 1928, são inauguradas as carreiras de "Auto-cars" entre Monte Estoril Cascais e Sintra, pela "Cooperativa Lisbonense de Chauffeurs". Na foto seguinte, o "Auto-car" junto às instalações da "Comissão de Iniciativa e Turismo do Concelho de Cascais", no mesmo dia que era inaugurado o placard do jornal "O Século".
26 de Dezembro de 1929
Novo modelo “Citröen” type B14 Taxi de 1929
1942 Táxi “Packard” da “Cooperativa Lisbonense de Chauffeurs”
Táxis “Citröen” e “Plymouth” da “Cooperativa Lisbonense de Chauffeurs”
Um concorrente em anúncio de 24 de Dezembro de 1925
Acidente com um táxi da “Cooperativa Lisbonense de Chauffeurs” em 22 de Dezembro de 1928
Com o evoluir do negócio a “Cooperativa de Chauffeurs Lisbonense” entrou no negócio do transporte de passageiros.
Em Dezembro 1928, esta empresa inicia o serviço regular de transporte de passageiros entre Cascais e o Monte Estoril, tornando-se, assim, pioneira no transporte em táxis e em autocarros na zona de Cascais, operando ao abrigo da concessão atribuída pela “CITC - Comissão de Iniciativa e Turismo de Cascais”. Em Julho seguinte, anuiria ao pedido da CITC para aumentar o número de carreiras diárias entre Monte-Cascais-Sintra, «a pedido dos habitantes desta região e de Sintra». Dois anos volvidos, a CITC solicitaria a criação de ligações bi-semanais, à Quinta-feira e Domingo entre Estoril-Cascais-Sintra-Mafra, para satisfazer os interessados em assistir aos concertos de carrilhão no “Palácio Nacional de Mafra”.
1949
Fotogramas do documentário “Congresso Luso-Brasileiro” (sem data) na “Cinemateca Portuguesa”
Também a morosidade do serviço de malaposta entre Cascais e Sintra (que saía da origem e seguia para Lisboa antes de rumar ao destino) levaria a CITC a contactar a “Cooperativa Lisbonense de Chauffeurs”, solicitando o transporte gratuito das malas nos autocarros que ligavam Estoril-Cascais-Sintra.
Visando o interesse turístico do triângulo Lisboa-Sintra-Cascais/Estoril, noticiava-se, em 9 de Junho de 1930, a criação de um serviço combinado entre a CP, a “Sociedade Estoril” e a “Cooperativa Lisbonense de Chauffeurs”, com bilhetes à venda e horários afixados nas gares do Rossio e do Cais do Sodré, desde 5 de Junho.
Como consequência disso cria uma filial e oficinas em Alvide, Cascais, em edifício próprio.
Janeiro de 1941
Autocarro da “Cooperativa Lisbonense de Chauffeurs” junto è Estação do Estoril
Horário impresso em 31 de Julho de 1956
Emblema de chapéu de condutor Meio bilhete de autocarro “Palhinha”
últimos quatro objectos gentilmente cedidos por Carlos Caria
A "Cooperativa Lisbonense de Chauffeurs" viria a ser comprada, em 1973, pela "Companhia de Viação de Sernache, Lda." (fundada em 19 de Março de 1927) que por sua vez viria a ser integrada na "Rodoviária Nacional - E.P."
A Câmara Municipal de Lisboa perpetuou os “Táxis Palhinhas” na cidade através do Edital municipal de 25 de Outubro de 1989, atribuindo este nome a uma Rua no Impasse A à Rua da Fonte, na freguesia de Carnide, a Rua dos Táxis Palhinhas.
E nunca esqueçam que: «O transporte rapido e economico deve-se à Cooperativa Lisbonense de Chauffeurs - Taxis Citroën palhinha amarela»
Fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Digital, Memórias de Empresas e Autocarros Antigos, Fundação Portimagem, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdios Mário Novais)
O “Theatro Taborda”, localizado na Costa do Castelo, em Lisboa, construído por iniciativa de João Augusto Vieira da Silva e segundo projecto de Domingos Parente da Silva, foi inaugurado em 31 de Dezembro de 1870, em terrenos que tinham pertencido à cerca do “Coleginho da Companhia de Jesus”, integrando uma pequena ermida seiscentista com a invocação de São Francisco Xavier.
Exterior do “Teatro Taborda”
«A Sociedade
Taborda foi fundada em 16 de Janeiro de
1870 por Jesuino Francisco Chaves, Augusto
Freire, Gaspar Moreira, Francisco Homem,
Augusto César Vieira da Silva, Eduardo Coral
e outros. Entraram mais tarde para a
mesma Sociedade, tomando n'ella parte digna
de menção : Eduardo António Costa,
Júlio Xavier, Portulez pai e outros. Em seguida
á íundação da sociedade, prestou-se
João Augusto Vieira da Silva a mandar edificar
o theatro. a que se deu o titulo da
mesma sociedade, Theatro Taborda.
Depois
das obras começadas, no local da Costa do
Castello, prestou-se obsequiosamente a dirigir
a construcção e decoração do theatro o
archilecto Domingos Parente da Silva. O
Theatro Taborda foi inaugurado a 31 de dezembro
de 1870 com o seguinte espectáculo:
Hymno da Sociedade offerecido pelo professor
Augusto José de Carvalho ; A Sociedade
aos seus convidados, poesia de José
Ignacio de Araújo, recitada por Jesuino
Chaves ; O Mundo e o Claustro, drama em
3 actos, original de Lino da Assumpção,
desempenhado por Jesuino Chaves, Portulez,
Gaspar, Fernando Lima, Veríssimo Borges,
Júlio Xavier, Francisco Homem, G. Santos,
Libanio Ferreira, António Silva, Maria do Carmo e Augusta ; a comedia A
Grammatica desempenhada por Portulez,
Chaves, Gaspar, Veríssimo e Augusta ; e a
comedia O Morgado, desempenhada por
Chaves, Hygino Paulino. Fernando de Lima,
Portulez, Gaspar e Maria do Carmo.» in: “Diccionario do Theatro Portuguez” de Sousa Bastos (1908).
Traseiras do “Teatro Taborda” (na elipse) visto a partir do “Miradouro da Senhora do Monte”
O nome “Taborda” foi atribuído a este teatro em homenagem ao grande actor de teatro, da época, Francisco Alves da Silva Taborda (1824-1909), a quem Sousa Bastos não lhe poupa elogios: «incomparável, carater de ouro, artista sublime, joia mais preciosa do palco português, a mais veneranda relíquia da arte nacional».
Actor Francisco Taborda (1824-1909)
De referir no que respeita ao espectáculo de inauguração, o mesmo foi enriquecido com cenários de Rambois e Cinatti, recuperados do velho, e extinto, “Theatro das Laranjeiras”, ou “Theatro Thalia”.
Quanto à inauguração Fernando Midões escreveria em 2006: «A festa, muito à maneira da época, e devido à extensão do programa, durou até de madrugada. Iniciou-se com uma surpresa, a do “Hymno da Sociedade”, oferta do Prof. Augusto de Carvalho ao que se seguiram: declamações de poesia “A Sociedade aos seus Convidados” de José Inácio de Araújo, recitada por Jesuíno Chaves. o drama em três actos “O Mundo e o Claustro” de Thomaz Lino da Assumpção e duas comédias “A Gramática” e “O Claustro"».
“Grupo Dramático de Alhandra” no “Teatro Taborda”
Em 1908, o imóvel do “Theatro Taborda” seria adquirido por por João Antunes da Silva Júnior, que o manteria na sua posse até 1955, ao que se seguiria, em 1909, um pedido de autorização à Câmara Municipal de Lisboa para se proceder a alterações ao edifício, onde ainda vieram a realizar espectáculos de três sociedades recreativas: o “Círculo Católico”; o “Grupo Dramático Actor Joaquim Costa”; a “Academia Instrutiva do Pessoal dos Caminhos de Ferro Leste e Norte”.
Entretanto a actividade do “Teatro Taborda” é intermitente e passam a funcionar no edifício várias estações de rádio -“Rádio Continental”, “Rádio Restauração”, “Rádio Hertz”, etc.- tendo ainda, posteriormente, servido o imóvel como estúdio de gravações discográficas, armazém de mobílias e aparelhagens domésticas, etc. Entre 1954 e 1955, é inquilino Fernando Cardelho de Medeiros encontrando-se instalada no edifício a “Rádio Restauração”, posto transmissor de T.S.F. de que é proprietário. Em 1956 1956 Mariana Rodrigues Antunes da Silva Cruzeiro, cabeça de casal da herança de João Antunes da Silva, torna-se proprietária do edifício do “Teatro Taborda”.
Em 20 de Maio de 1966 a Câmara Municipal de Lisboa compra o imóvel com a intenção de o transformar em teatro municipal, ideia que foi logo depois abandonada, por se optar pelo “Teatro de São Luiz”.
O jornal “Diario de Lisbôa” num artigo de 18 de Outubro de 1968, acerca deste Teatro, noticiava:
«Esteve ameaçado de ser demolido, mas o Município adquiriu-o e agora, em boa hora, tomou a iniciativa de o reconstruir para poder continuar a servir a sua missão cultural e recreativa.
Foi na reunião de ontem que foi adjudicada ao sr. Luís Magalhães Pinto, por 210 contos, a obra de reconstrução.»
Reunião do “MUD - Movimento de Unidade Democrática” no “Teatro Taborda” em 10 de Novembro de 1945
Acerca desta reunião política o mesmo artigo do jornal “Diario de Lisbôa” de 18 de Outubro de 1968, recordava:
«Há anos, numa campanha eleitoral, o velho Teatro Taborda até pareceu remoçar, só de ouvir os discursos moços e vibrantes e os aplausos da assistência entusiasmada. Até parecia ter-se voltado ás noites de meio século atrás ... Era de política e governação que se tratava, mas havia animação e isso era o principal para as paredes velhinhas.»
Interior do “Teatro Taborda” nos finais dos anos 60 do XX
Em 1974, o edifício encontrava-se em muito mau estado de conservação, com parte das dependências ocupadas por uma família que a CML ali instalara, tendo o Ministério da Educação manifestado, junto do Município, o desejo de instalar serviços no mesmo. Mas, finalmente em 1980 é celebrado o contrato com vista à recuperação do teatro, sob a coordenação do “Gabinete Técnico da Mouraria” (e concretamente do engenheiro Jorge Evans de Sousa), com projecto de arquitectura da responsabilidade dos arquitectos Nuno Teotónio Pereira e Bartolomeu Costa Cabral. Com a falência da firma “AGERC” a quem as obras tinham sido adjudicadas, estas foram suspensas, sendo retomadas apenas em 1994.
Em 1 de Junho 1995, o “Teatro Taborda” é reaberto, inserido num conjunto de medidas tomadas pelos pelouros do Turismo e da Reabilitação Urbana dos Núcleos Históricos, da CML - projecto Integrado do “Teatro Taborda” e “Quinta do Coleginho”.
Vistas exteriores do “Teatro Taborda” actualmente
O grupo teatral “Artistas Unidos” sairiam deste Teatro em 2006, depois de o utilizarem até Junho de 2005, como grupo residente. No ano seguinte, 2006, e a convite da “EGEAC/Câmara Municipal de Lisboa”, estrearia o grupo teatral “Teatro da Garagem” - novo grupo residente - com a peça “À Procura de Júlio César” .
Interior reabilitado
“Café da Garagem”
«O Teatro da Garagem é uma companhia fundada em 1989 que dedica o seu trabalho artístico à pesquisa e experimentação, através da investigação de novas formas de escrita para teatro e de novas formas cénicas que a acompanham.
A companhia trabalha com um autor/encenador residente, um músico, um núcleo de atores, uma equipa de produção, um dramaturgista, um desenhador de luz, um cenógrafo e um figurinista. Para além das criações próprias, a partir de textos originais de Carlos J. Pessoa, a companhia desenvolve um trabalho com a comunidade, através das atividades do Serviço Educativo e dá a conhecer o trabalho de novos criadores através do Ciclo Try Better Fail Better.» in “Teatro da Garagem”.
Fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, EGEAC, Casa Comum