O “Solar da Alegria” abriu como restaurante em 23 de Dezembro de 1923, na Praça da Alegria, 56 em Lisboa. Neste restaurante, com «magnifico serviço para banquetes, almoços, lunch, jantares e ceia», «a toda a hora do dia ou da noite», actuava uma “jazz band”, ou um quarteto alternadamente.
Prédio onde esteve instalado o “Solar da Alegria”, em foto de Novembro de 1964
22 de Dezembro de 1923 23 de Dezembro de 1923
24 de Dezembro de 1923 27 de Dezembro de 1923
No final da década de 20 do século XX, assiste-se à institucionalização da profissionalização do fadista através do já mencionado Decreto nº. 13.564/1927. O processo estava em curso, contudo, desde a ampliação dos espaços de atuação do fado, - dos quais se destacou um dos primeiros espaços em que se cantava o fado regularmente aberto em 1923, o “Club Montanha” - e do surgimento de uma nova geração de fadistas profissionais - Berta Cardoso, Hermínia Silva, Ercília Costa e Alberto Costa são os nomes que mais aparecem nas páginas do jornal “Guitarra de Portugal” , fundado em 1923 por João Linhares Barbosa - os quais vão consolidar o fado inclusivé internacionalmente. De acordo com o livro “Para uma História do Fado” de Rui Vieira Nery, as exigências legais de adaptação dos espaços artísticos, definidas pelo decreto mencionado, fizeram surgir a ideia da criação de locais exclusivos. Trata-se das “Casas de Fado”.
Berta Cardoso actuando no “Solar da Alegria”
29 de Dezembro de 1923
Conta o autor que a pioneira foi o “Solar da Alegria”, inaugurada, como já referido anteriormente, em 23 de Dezembro de 1923. Em finais de Julho de 1929 encerra e reabre em 6 de Fevereiro de 1931, com direcção de Deonilde Gouveia e Júlio Proença, com um novo elenco de artistas composto por: Alberto Costa e Rosa Costa, a que se juntam Deonilde Gouveia e Júlio Proença. O acompanhamento fica a cargo de João Fernandes e Domingo Costa, na guitarra portuguesa, e Santos Moreira na viola.
13 de Julho de 1929
Notícia no jornal “Guitarra de Portugal” em 6 de Fevereiro de 1931 7 de Fevereiro de 1931
O jornal “Guitarra de Portugal”, e por ocasião da reinauguração, dedica matéria especial na edição de 6 de Fevereiro de 1931: «cicatrizaram-se as cavernas do pulmão doente e o fado, o trovador genial da nossa querida Lisboa, vai respirar a plenos pulmões: vai abrir o Solar da Alegria” ». Na edição de 18 de Abril de 1931, esta cas de fados já é tratada como «o maior templo do Fado». Ainda segundo Rui Vieira Nery, em espaços como o “Solar da Alegria”, buscava-se dignificar o gênero, o qual gozava então do status simbólico-identitário de canção nacional: «a regra fundamental é a do silêncio absoluto durante a execução .’ Silêncio que se vai cantar o Fado’ é a recomendação que mais frequentemente se lê em inscrições na parede ou se ouve anunciar a um eventual apresentador».
Fadista Alcídia Rodrigues
1936
19 de Dezembro de 1936
Após grandes obras de remodelação e com novo proprietário, Manuel de Oliveira, e novo director artístico Filipe Pinto, reabre o “Solar da Alegria” em 13 de Julho de 1938.
O “Solar da Alegria” foi a segunda casa em que Amália Rodrigues actuou, em 11 de Janeiro de 1940, no início da sua carreira de fadista, logo depois de se ter estreado no “Retiro da Severa” em 10 de Junho de 1939.
11 de Janeiro de 1940
Quanto ao final desta famosa casa de fados nada consegui saber, mas creio ter encerrado definitivamente a seguir a 14 de Março de 1949, já que foi a última referência publicitária que encontrei. Se algum dos leitores souber informar-me, muito agradecia para que este apontamento histórico fique completo.
14 de Março de 1949
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Fadocravo, Publisite, Fado-Uma Canção da Humanidade, Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian, Museu do Fado
2 comentários:
Uma cena de sangue ocorrida no Solar da Alegria
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Grato pela sua informação adicional.
Cumprimentos
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