O “Salão Foz”, foi inaugurado em 27 de Março de 1908, no “Palácio Foz”, paredes meias com o “Central Cinema”, com entrada pela Calçada da Glória. Era propriedade da “Empreza Freire & Ereira”, da qual eram sócios Raul Lopes Freire - também proprietário do “Central Cinema” - e José Nunes Ereira.
Entrada do “Salão Foz” na Calçada da Glória
1909 1910
1913
6 de Junho de 1918
O “Salão Foz”, encerraria em 1913 para obras de transformação e renovação. Reabriria em 1 de Outubro de 1914, após de profundas obras de remodelação que incluíram um aumento da capacidade dos lugares da plateia, a construção de um novo balcão superior que circundava a sala e onde sobre um dos lados se abriam amplas janelas com vista para o pátio do palácio. A juntar a todas estas alterações a sala passava a ter um palco amplo que lhe permitia receber um leque maior de espectáculos, como representações teatrais e musicais.
Interior do “Salão Foz” depois da reabertura em 1914
Publicidade e respectiva notícia em 10 de Outubro de 1916
1916 1917
1 de Agosto de 1917
Cartaz exterior para inscrição de programas de 1918
Em 17 de Agosto de 1918 o “Salão Foz” é arrendado ao empresário Arthur Emaúz, que acumularia com a gerência do “Chiado Terrasse” e do “Salão Trindade”. Nesta nova fase, passa a incluir espectáculos de variedades na sua programação fazendo deles o seu cartaz principal relegando para segundo plano as exibições cinematográficas, tomando as características de um verdadeiro music-hall.
Bilhete de Convite
Respectivo envelope
gentilmente cedido por Carlos Caria
24 de Maio de 1926
Em 29 de Janeiro de 1929 o “Salão Foz” é completamente destruído por um incêndio, que tendo tido início às 2 horas da madrugada terá sido, provavelmente, provocado por um cigarro, que começando no palco se estendeu rapidamente aos camarins e escritório. Quanto ao combate ao incêndio o “Diario de Lisbôa” noticiava...
«Dois obstaculos surgiram, porém: a falta de agua que só vinte minutos depois adquiriu pressão suficiente para as mangueiras funcionarem e o alpendre que a Carris cololcou ao fundo da Calçada da Gloria, fazendo com que desse lado apenas pudesse ser elevada uma escada «Magyrus», da Rua da Gloria.»
O "Salão Foz" tinha, na altura, em cena a revista "Mulheres e Flores" , de Lourenço Rodrigues e Álvaro Leal, e que no dia seguinte comemoraria a centésima representação. As consequências do combate ao incêndio estender-se-iam a outros dois estabelecimentos instalados nessa ala do “Palácio Foz” o Club “Maxim’s” e o “Cinema Central”.
Depois de muitos anos encerrado (desde 1937 salvo erro), foi recuperado e a partir de 29 de Setembro de 1958 passa a albergar as instalações da “Cinemateca Portuguesa” - fundada em 1948 como “Cinemateca Nacional” - até 1980, ano em que se muda para as actuais instalações, na Rua Barata Salgueiro, em Lisboa.
A partir dos anos 80 do século XX, o espaço do antigo “Salão Foz” passou a funcionar como “Cinemateca Júnior”, - e que ainda se mantém actualmente - sendo os filmes mudos acompanhados ao piano, aliás como acontece também com as outras salas da Cinemateca.
1977
A “Cinemateca Júnior” é um serviço da “Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema”, criado em 2007 e direccionado para os espectadores infantis e juvenis. As actividades têm como base a “Exposição Permanente de Pré-Cinema”, dando ao público a possibilidade de interagir com os objectos expostos, conhecendo o seu funcionamento e a sua importância histórica, sensibilizando-o para o cinema, não só como entretenimento, mas também como arte e memória de uma arte. Aos Sábados à tarde sessão de cinema.
fotos in: Cinemateca Portuguesa, Cinema aos Copos, Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Hemeroteca Digital
1 comentário:
Excelente informação, obrigada!
Estou a estudar um texto de Irene Lisboa com o título "A Bailarina" e nele há referência a uma bailarina do Salão Foz, pelo que tive curiosidade em saber onde se localizava e que tipo de edifício se tratava.
Enviar um comentário