A viagem inaugural do "Foguete" entre Lisboa e Porto em Abril de 1953. Nesta foto a atravessar a ponte D. Maria Pia no Porto.
«Em pouco mais de quatro horas”, sem incidentes e dentro do horário previsto» o novo comboio ligou Santa Apolónia, em Lisboa à estação de S. Bento, no Porto. Assim dava conta o Boletim da CP de Abril de 1953, com referência à viagem oficial inaugural daquele que ficou conhecido como “o foguete”.
Com duas automotoras e uma lotação de 174 lugares em composição normal, eram muito cómodos, pois os assentos ofereciam a facilidade de se poder mudar a posição dos encostos. O “Foguete” ficou conhecido nas décadas de 1950 e 1960 pela inovação no conforto e luxo para a época dos serviços prestados relativamente aos anteriores “Rápidos”, que faziam a mesma ligação em cinco horas.
O novo comboio era composto por uma automotora FIAT série 500-1953 a diesel , que substituiu a composição de máquina e carruagens. A CP comprou três comboios construídos em Itália. Circulavam a uma velocidade máxima de 120 km/h e tiveram, em média, uma ocupação diária de 356 passageiros, em 1956, e de 382 no ano seguinte, de acordo com estatísticas da época citadas por José Eduardo Neto da Silva e Jaime Amaro na edição n.º 0 do 1º trimestre de 2002 da publicação “O Foguete”.
Tinha ar condicionado e «serviço de refeições servidas no lugar ocupado pelo passageiro», esclarecia o boletim da CP. As carruagens eram todas de primeira classe, tendo os passageiros que pagar taxa de velocidade e marcação de lugar. Além das elites nacionais – artistas de cinema e teatro, futebolistas e classe política - viajava sempre uma brigada de mecânicos para resolver avarias. Foram, de resto, as constantes avarias que deixavam, por diversas vezes, o “Foguete” em plena via, que marcaram o princípio do fim deste comboio.
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