O ensino das ciências veterinárias foi institucionalizado em Portugal por alvará régio de 29 de Março de 1830, onde se destacava a necessidade de «huma Escola Veterinaria para nella se conservarem as doutrinas que respeitam a esta arte de que muita utilidade deve resultar ao seu real serviço e ao publico. E convindo igualmente que estes conhecimentos se generalizem para utilidade publica na conservação e criação de toda a espécie de gado cavalar, vacum e lanígero».
A “Real Escola Veterinária Militar” seria incorporada em 1855 no “Instituto Agrícola” criado sob tutela do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria, onde passou a ministrar-se um curso misto de Agronomia e Veterinária, que formava veterinários-lavradores.
Instituto Agrícola e o Chafariz da Cruz do Taboado no troço da Galeria de Sant’ana do Aqueduto das Águas Livres
“Instituto d’Agronomia e Veterinaria”, no Lugar da Cruz do Tabuado, em Lisboa
Esclarecimento: No Largo da Cruz do Tabuado, (actual Praça José Fontana), confluíam a antiga Estrada da Cruz do Taboado/Carreira dos Cavallos (actual Rua Gomes Freire), a antiga Estrada das Picoas (actual Rua Engenheiro Vieira da Silva), a antiga Travessa do Abarracamento da Cruz do Taboado (actual Rua da Escola de Medicina Veterinária), a antiga Travessa do Sacramento (actual Rua Tomás Ribeiro), e a antiga Rua do Chafariz do Andaluz (actual Av. Duque de Loulé). Por ali existia também o já desaparecido “Chafariz da Cruz do Taboado” encostado ao troço da Galeria de Sant’ana do Aqueduto das Águas Livres.
No ano de 1864 verificou-se a junção do “Instituto Agrícola de Lisboa” com a “Escola de Veterinária Militar” (no Convento dos Brunos, ao Salitre), que fora fundada pelo Governo do Rei D. Miguel em 1830, criando-se, deste modo, o “Instituto Geral de Agricultura e Veterinária”. A reforma de 1886 viria a criar o curso de medicina veterinária no “Instituto de Agronomia e Veterinária”, o qual, em 1910, daria origem, no mesmo lugar, à “Escola de Medicina Veterinária” e ao “Instituto de Agronomia”.
No lugar da Cruz do Tabuado o “Instituto d’Agronomia e Veterinaria”
Canil Pavilhão de experiências
Edifício de aulas e laboratórios Hospital veterinário
Aula do microscópio Gabinete de física agrícola
Gabinete de microscopia Laboratório de bacteriologia
Leitaria experimental Sala de dissecações
Sala do conselho
Em 1918 passou a designar-se “Escola Superior de Medicina Veterinária” e a conferir o grau de doutor em medicina veterinária.
Em 1930 foi criada em Lisboa a “Universidade Técnica” englobando a “Escola Superior de Medicina Veterinária”, o “Instituto Superior de Agronomia”, o “Instituto Superior Técnico” e o “Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras”.
Edifício, inicialmente como “Escola Superior de Medicina Veterinaria” terminou como “Faculdade de Medicina Veterinária”, na Rua Gomes Freire, em Lisboa
“Escola Superior de Medicina Veterinária” em 28 de Setembro de 1932
Com a aprovação dos estatutos da “Universidade Técnica de Lisboa”, em Agosto de 1989, a “Escola Superior de Medicina Veterinária” passou a designar-se “Faculdade de Medicina Veterinária”. Actualmente esta "FMV-Faculdade de Medicina Veterinária", da Universidade de Lisboa, funciona maioritariamente nas instalações do Polo Universitário do Alto da Ajuda.
"FMV-Faculdade de Medicina Veterinária" no “Polo Universitário” do Alto da Ajuda
Em 2011 iniciou-se a demolição do primitivo edifício, na Rua dando lugar à nova sede da Polícia Judiciaria
Fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Faculdade de Medicina Veterinária
1 comentário:
Julgo haver um engano na descrição da localização da Escola de Agronomia e Veterinária inicial; era (ainda lá está) no actual Largo do Rato,o edifício que está no topo oeste, bem visível quando se vem da Rua Braamcamp ou da Rua Alexandre Herculano.
Igualmente, a designação do curso após a individualizado dos de Agronomia e Veterinária, este foi a Escola SUPERIOR de Medicina Veterinária (ESMV), que deu o nome à (ainda) actual Travessa, entre o Liceu Camões e o mamarracho da ampliação da nova sede da Política Judiciária, que ocupa toda a área da ex ESMV.
Como no século XX se continuou, e ainda se continua, a desfigurar zonas históricas de uma cidade, com milhares de hectares livres dentro do perímetro da cidade!
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