Corveta Afonso de Albuquerque, de 1884
Canhoneira Pátria, de 1904
Torpedeiro Mondego, de 1921
Fragata Corte Real, de 1958
Corveta Afonso de Albuquerque, de 1884
Canhoneira Pátria, de 1904
Torpedeiro Mondego, de 1921
Fragata Corte Real, de 1958
Resultante da fusão entre a “Companhia Lisbonense de Iluminação a Gás” (1848) e a “Companhia Gás de Lisboa” (1887), constituíu-se a 10 de Junho de 1891, em Lisboa, a sociedade “Companhias Reunidas de Gás e Electricidade” (CRGE), para produzir e distribuir gás e electricidade.
1942 1943
A CRGE toma posse de todas as instalações de produção e distribuição de gás existentes à data da sua constituição: as fábricas de gás da Boavista e de Belém, os gasómetros da Boavista, Pampulha e Bom Sucesso, e cerca de 400 000m de canalizações. O número de consumidores privados era à época, superior a 13 000, sendo o preço fixado para o gás de 45 reis/m3 e de 30 reis quando utilizado para o accionamento de motores.
A iluminação a gás inaugurou-se em Lisboa nas noites de 29 e 30 de Julho de 1848, com os primeiros 28 candeeiros. Ainda antes da assinatura do primeiro contrato para a iluminação a gás de Lisboa (1847), entre o governo e a “Companhia Lisbonense de Illuminação a Gaz”, já estavam arrendados os armazéns nos 2 e 3 da Praia da Boavista, para instalar a fábrica. O carvão era descarregado no denominado Cais do Carvão, ali junto, seguindo para a fábrica, onde era destilado em retortas. Seguiam-se depois operações de lavagem, arrefecimento, condensação e depuração, antes do armazenamento do gás nos gasómetros. Em 1852 existiam na Boavista cinco gasómetros e duas baterias de fornos totalizando 120 retortas
Fábrica de Gás da Boavista
Expande-se a rede de canalização de gás para os concelhos de Oeiras, Cascais, Sintra (1899) e Setúbal (1903), tendo neste último adquirindo uma fábrica de gás aí existente.
Em 1915 a rede de gás está praticamente estabilizada, com uma capacidade de produção nas 2 fábricas que atingia 35 000 000m3/ano e 500km de canalizações; o número de consumidores aumenta para 36 700. Será no período da 2ª Guerra Mundial que se sentirá um significativo aumento dos consumos e do número de consumidores, apesar das dificuldades na obtenção de combustível, quando o Governo decidiu aplicar um plano de restrições aos consumos de energia eléctrica, deixando livres os do gás.
Fábrica de Gás de Belém
Em 1938, a decisão do governo em celebrar o duplo centenário do Mundo Português (1140-1640-1940) com uma Exposição Monumental em Belém, veio acelarar a resolução do problema da transferência da Fábrica de Belém. Pretendia-se que os terrenos junto à Torre de Belém estivessem desocupados em 1940, tendo sido decidido construir uma nova fábrica, na zona oriental da cidade. No entanto, a nova fábrica de gás não pôde começar a produção em 1940, conforme previsto, pelo que se realizou a Exposição do Mundo Português com a fábrica junto à Torre de Belém em laboração.
A fábrica continuaria a funcionar em Belém até 1949, anunciando-se em Dezembro daquele ano a venda da sua estrutura e materiais em hasta pública, e, em 7 de Junho de 1950, registava-se fotograficamente a demolição das altas chaminés de alvenaria. A área desocupada pela fábrica foi transformada num jardim, conferindo à Torre de Belém um enquadramento mais digno e limpo.
1910 1940
A localização da nova fábrica de gás na zona oriental, junto ao rio, com boas ligações ferroviárias e rodoviárias, permitiria um fácil abastecimento e uma eficiente distribuição dos subprodutos. Conforme acordado, o Estado entregaria às CRGE 39.000 m2 de terra na margem da Matinha, na zona oriental de Lisboa. Considerando a área insuficiente para a instalação da nova fábrica, as CRGE optaram por adquirir a Quinta da Matinha.
Sofrendo sucessivos atrasos devido às dificuldades de abastecimento, criadas pela II Guerra Mundial que eclodira, a fábrica começou a sua laboração, em regime experimental, em Novembro de 1943, sendo a sua capacidade de produção diária de 75.000 m3 de gás extraído da hulha. A fábrica seria oficialmente inaugurada a 8 de Janeiro de 1944, ocupando 4 dos 20 hectares conquistados ao rio.
Fábrica de Gás da Matinha
Os procedimentos incluiam 5 fases distintas: numa 1ª fase, após o descarregamento do carvão na ponte-cais e respectivo transporte por meio de vagonetas sobre carris até ao Edifício dos Fornos, o carvão era destilado em retortas verticais; na 2ª fase, de depuração, eram retirados ao gás o alcatrão, o amoníaco e o enxofre; numa 3ª fase, seria extraído o benzol; numa 4ª fase procedia-se à armazenagem do gás no gasómetro de 30.000m3; por último, a 5ª fase incluia os procedimentos necessários ao transporte do gás, que passava por compressores que lhe conferiam alta pressão, para ser distribuído na rede de 300mm.
Três postos depressores na cidade15 garantiam a redução da pressão do gás para níveis que permitissem a sua utilização. Estes postos depressores tinham o seu funcionamento continuamente registado no quadro geral de controle da fábrica.
Para além das instalações de produção, existiam na fábrica reservatórios de água, poços artesianos e dois sistemas subterrâneos de abastecimento de água, com a finalidade de assegurar o funcionamento normal e o serviço de combate a incêndios. Uma subestação eléctrica que garantia o funcionamento das instalações da fábrica e a sua iluminação, e também uma destilação de alcatrão (onde lhe seriam retirados subprodutos como benzol, óleos fenólicos, óleos pesados, naftalina, etc. e onde era produzido alcatrão para estradas).
Para consultar a história do gás butano (botija) em Lisboa, consultar post de 29 de Novembro de 2009 com o título: “Gazcidla” na etiqueta ‘Gás’
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
Capas de partituras de canções, algumas do teatro de revista, do início do século XX.
fotos in: Ephemera
A “Escola Prática Comercial Raul Dória” , foi um estabelecimento de ensino particular fundado na cidade do Porto a 30 de Novembro de 1902, por Raul Montes da Silva Dória. Vocacionada para o ensino técnico comercial, esta Escola teve início na Monarquia, passou pela Primeira República e veio até ao ano lectivo de 1963/1964. Instalada durante dois anos na rua do Bonjardim, rapidamente sentiu necessidade de mudar de instalações, o que ocorreu em 1904 para a rua Fernandes Tomás, onde veio a permanecer três anos, altura em que se fixou definitivamente no denominado Palácio das Lousas, na rua Gonçalo Cristóvão, a 9 de Outubro de 1907.
Na Rua do Bonjardim … Rua Fernandes Tomás … … e na Rua Gonçalo Cristóvão
Vista lateral da Escola, no Palácio das Lousas Corpo Directivo da Escola
Considerada a primeira Escola de ensino comercial na Península Ibérica, baseou-se em métodos de instituições europeias colocando a tónica no ensino prático, para o qual possuía instalações e material didáctico onde os alunos praticavam o que aprendiam na teoria. A finalidade da Escola Prática Comercial Raul Dória era suprimir as necessidades que se faziam sentir nas casas de comércio, dando-lhes conhecimentos práticos e técnicos de imediata utilidade.
Interiores da Escola onde foram criados cenários de instituições financeiras, administrativas e outras
Entre o conjunto dos cursos leccionados destacavam-se: Preparatório, Elementar/Empregado de Comércio ou Escritório, Complementar, Caixeiro-viajante, Colonial, Secundário/Superior de Comércio, Economia Doméstica e Guarda-Livros, sendo que este último, foi o curso mais frequentado. A Escola recebia alunos externos e internos, ministrava cursos nocturnos e por correspondência. Vista como um estabelecimento modelo, era preferida a nível nacional pelos que desejavam seguir a carreira do comércio. Desde o ano lectivo de 1910/1911 até ao ano lectivo de 1963/1964, a Escola obteve 8450 inscrições/matrículas, verificando-se uma maior procura de formação nesta Escola, durante toda a década de 1910 até ao ano lectivo de 1923/1924. (...)
1910
Publicidade em 1908 Ficha de Matrícula Revista “Guarda-Livros”, 1908
A “Escola Prática Comercial Raul Dória” fechou as suas portas no final do ano lectivo de 1963/1964, ao fim de 62 anos de actividade. Com o encerramento da Escola, o Palacete das Lousas que albergou a Escola durante 57 anos, foi demolido para dar lugar ao actual edifício do Jornal de Notícias, nas imediações da Trindade
A nova “Escola Profissional Raul Dória” iniciou a sua actividade em 1 de Outubro de 1990, com os cursos de “Técnico de Contabilidade”, “Técnico de Informática de Gestão” e “Técnico de Serviços Comerciais/Comércio Externo”. A Escola funciona actualmente na Praça da República, no Porto, junto ao Instituto Francês, tendo inicialmente funcionado na Rua Santa Catarina, e posteriormente, na Rua Fernandes Tomás, e tem cerca de 200 alunos distribuídos por cinco cursos conferindo o diploma de fim de estudos secundários equivalentes ao 12.º ano e qualificação profissional de nível III (UE).
Sobre a nova Escola, os próprios familiares ficaram surpreendidos com a sua criação, pois não foram consultados, como esclareceria o neto de Raul Dória, Raul Narciso da Silva Dória, que a propósito escreveu::
«Aqui fomos surpreendidos, nós e o nosso pai, ainda vivo, com a publicidade feita à abertura da nova Escola. Como já tinham decorridos mais de 50 anos do desaparecimento do Avô e portanto o seu nome tinha caído “em domínio público” nada podíamos fazer. Entretanto, por contactos feitos com a Directora da nova Escola, viemos a saber tratar-se duma homenagem ao velho Professor, o que muito honrou a sua memória.».
fotos in: Hemeroteca Digital
Fairey III D, de 1924
De Havilland DH 82 Tiger Moth, de 1934
Airspeed Oxford, de 1943
Junkers JU 52, de 1952
A "FAP - Força Aérea Portuguesa" só foi criada em 27 de Junho de 1952, pelo que para informação mais completa aqui fica:
Até 27 de Junho de 1952, o ramo aéreo das forças armadas portuguesas estava dividido em dois ramos:
Aeronáutica do Exército
1914 - 1918: Serviço Aeronáutico Militar
1918 - 1924: Serviço da Aeronáutica Militar
1924 - 1952: Arma de Aeronáutica Militar
Aeronáutica Naval
1917 - 1918: Serviço de Aviação da Armada
1918 - 1931: Serviços da Aeronáutica Naval
1931 - 1952: Forças Aéreas da Armada
1952 - Força Aérea Portuguesa (fusão das Forças Aéreas da Armada e da Arma de Aeronáutica Militar)
“Compagnie Internationale des Wagons-Lits et des Grands Express Européens”, em português “Companhia Internacional das Carruagens-Cama e dos Grandes Expressos Europeus”, ou simplesmente “Wagons-Lits”, foi fundada por o belga Georges Nagelmackers em 1872 . Foi a primeira empresa a disponibilizar carruagens-cama e vagão-restaurante nos finais do século XIX e princípios do século XX.
Com a garantia de em Janeiro de 1907 o "Sud-Express" ter uma frequência diária, a associação “Propaganda de Portugal”, conseguiu um acordo com a “Compagnie Internationale des Wagons-Lits et des Grands Express Européens” a composição de um quarto comboio rápido semanal - o "Sud-America Express" - que saía da estação central do Rossio todas as quintas feiras, que era o dia seguinte ao da entrada do paquete proveniente da América do Sul na véspera. O primeiro comboio partiu na manhã do dia 21 de Junho de 1906, ao qual assistiram os directores e sócios da "Propaganda de Portugal".
“Sud-America Express” na sua partida inaugural, em 21 de Junho de 1906
Primeira loja em Portugal, na Rua do Carmo em Lisboa
Uma carruagem desta empresa, em Portugal
Agência da "Wagons-Lits", na Avenida da Liberdade em Lisboa
Agência da "Wagons-Lits", foi inaugurada na Avenida da Liberdade a 8 de Maio de 1948, em Lisboa pelo Chefe de Estado General Óscar Carmona. O projecto foi dos arquitectos Carlos Ramos e George Marshall. O mobiliário fornecido pela empresa “Olaio”
Interior da Agência na Avenida da Liberdade
Impressionado com os comboios nocturnos “Pullman” americanos, numa viagem que fez aos EUA entre 1867 e 1868, decidiu no seu regresso criar uma rede do género na Europa. Em 1874 funda a “Compagnie Internationale des Wagons-Lits” e a “Grands Express Européens”. A fusão destas duas companhias dar-se-ia dez anos mais tarde.
Em 1894 é criada a “Compagnie Internationale des Grands Hotels” como subsidiária, tendo para oferecer uma cadeia de hoteis luxuosos nas maiores cidades europeias e mundiais desde Paris a Pequim.
Sediada presentemente em Paris, a “Wagons-Lits” proporciona serviço de restaurante e catering nos comboios nocturnos e diurnos na Áustria, Itália, Espanha e Portugal, e no Eurostar de Reino Unido.
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
Em 1991 a “Wagons-Lits” foi adquirida pela cadeia de hoteis multinacional francesa “Accor”.
“Sud-Express”, de partida de Lisboa
Principais comboios da “Wagons-Lits”:
- “Orient Express” (Expresso do Oriente), iniciado em 1883, ligando primeiramente, três vezes por semana, em cada direcção, as cidades de Paris e Istambul na Turquia.
- “Nord Express”, iniciado em 1884, ligando paris a St. Petersburg na Rússia, via Alemanha e Polónia.
- “Sud Express”, iniciado em 1887, ligando Paris a Lisboa, que em conjunto com a Nord Express ligava St. Petersburg à costa mais ocidental da Europa, à cidade de Lisboa. Os passageiros aqui chegados podiam apanhar os vapores para as Américas.
- “Transsibérien” (Trans-Siberiano), ligando Vladivostok a Pequim. Esta viagem demorava 1 semana em cada direcção.
Em 1997 o departamento de viagens de turismo e lazer da “Wagons-Lits”, fundiu-se com a americana “Carlson Travel Network”, dando origem à nova companhia “Carlson Wagonlit Travel”. É esta nova companhia que ocupa presentemente as instalações da “Wagons-Lits” na Avenida da Liberdade, em Lisboa.