O engenheiro Duarte José Pacheco (1899-1943) nasceu em Loulé a 19 de Abril de 1899, quarto filho (de onze) de José Azevedo Pacheco e Maria do Carmo Pacheco. Orfão de mãe aos seis anos de idade e orfão de pai aos catorze anos, frequentou o ensino em Loulé até ao terceiro ano do liceu. No ano lectivo de 1916-17 transitaria para o Liceu de faro, cocluindo o 7º ano com 17 valores.
Formou-se em engenharia electrotécnica pelo IST em 1923 com 19 valores. Características como a inteligência, o raciocínio rápido e matemático e a invulgar capacidade de trabalho de Duarte Pacheco e que a máquina do Estado Novo foi hábil em transformar num ícone do regime, não explicariam a obra, apenas a glorificaram num jogo de propaganda.
Na foto seguinte o "Instituto Superior Técnico", em Maio de 1948 durante a "Exposição de Obras Públicas". No lado oposto da Alameda Afonso Henriques viria a ser construída a "Fonte Luminosa" também iniciativa deste estadista.
Instituto Superior Técnico (1942)
Fonte Luminosa (1948)
Em Outubro de 1925 Duarte Pacheco ingressou no corpo docente do IST como professor da disciplina de Matemáticas Gerais e dois anos depois tomou posse como director da mesma escola. Aos 28 anos foi Ministro da Instrução Pública e com 32 anos Ministro das Obras Públicas e Comunicações. Com 38 anos foi Presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
Emissora Nacional, em Pegões (1938)
É autor de projectos dos bairros sociais de Alvalade, Encarnação, Madredeus, e Caselas em Lisboa.
Bairro de Caselas Bairro de Alvalade
O Instituto Nacional de Estatística, a Casa da Moeda, Emissora Nacional, a Fonte Luminosa na Alameda Afonso Henriques, a Gare Marítima de Alcântara, a Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos, Estádio Nacional, Aeroporto da Portela, Aeroporto Marítimo de Cabo Ruivo, Parque Florestal de Monsanto, etc …são muitas das obras mandadas construir por Duarte Pacheco.
Instituto Nacional de Estatística (1935) Casa da Moeda (1941)
Gare Marítima de Alcântara (1943) Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos (1948)
Estádio Nacional (1944) Aeroporto de Lisboa (1942)
Mandou construir as auto-estradas Lisboa-Estádio Nacional e Lisboa-Vila Franca de Xira, pioneira da A1. Projectou a actual Av. de Roma, em Lisboa, e o bairro de Alvalade da forma como ainda hoje permanece, do ponto de vista imobiliário. Portugal deve-lhe a modernização dos serviços dos correios e telecomunicações.
Mandou construir a Estrada Marginal Algés-S.João do Estoril em 1934 tendo ficado concluída em 1940.
Duarte Pacheco dando início aos trabalhos de florestação de Monsanto (Lisboa) em 1938
Auto-Estrada Lisboa-Estádio Nacional (1944)
No desempenho dos cargos públicos que lhe foram confiados, foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, em 29 de Junho de 1933, e com a Grã-Ordem de Santiago da Espada, a 9 de Dezembro de 1940. A 9 de Junho de 1941 foi homenageado pelos municípios do País, como forma de agradecimento pela pronta resposta como reagiu aos prejuízos causados pelo ciclone de 15 de Fevereiro desse mesmo ano.
Escritório particular de Duarte Pacheco
Morreu no Hospital de Setúbal, consequência de hemorregias internas causadas pelo esmagamento de uma das pernas, a 16 de Novembro de 1943 na sequência de um acidente de automóvel, ocorrido na véspera, no regresso da visita às obras da estátua de D. João IV em Vila Viçosa, e a caminho de um Concelho de Ministros. O acidente ocorreu na estrada nacional 4 em Montemor-o-Novo, perto das instalações da Marconi. Quando o «Buick Roadmaster» se despistou na Nacional 4, a 15 de Novembro de 1943 ….. Portugal perdeu o melhor Ministro das Obras Públicas e Comunicações até hoje. Tinha apenas 44 anos de idade.
Carro acidentado de Duarte Pacheco
Da acção política de Duarte Pacheco resultou um enorme edifício que compõe uma obra vasta. A mesma obra que, na sequência de uma morte brutal e prematura, o regime político tornou mito.
Funeral de Duarte Pacheco
Em 16 de Novembro de 1953, com a presença do Presidente do Conselho Dr. Oliveira Salazar, foi inaugurado em Loulé um monumento em memória do engenheiro Duarte Pacheco
«É complicado tentar descrevê-lo usando frases que não terminem em pensamentos de como seria Portugal, hoje, se tal não tivesse acontecido. Duarte Pacheco era progresso, era vontade de fazer e de melhorar e foi vitima da sua força e paixão de viver a vida.»
Fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Arquivo Municipal de Lisboa, Old Portugal
3 comentários:
Um grande Homem e um grande Português
O maior Estadista desde O Marquês de Pombal !
And this was my great uncle. Edgar Pacheco
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