Restos de Colecção: Salão Foz

27 de agosto de 2015

Salão Foz

O “Salão Foz”, foi inaugurado em 27 de Março de 1908, no “Palácio Foz, paredes meias com o “Central Cinema”, com entrada pela Calçada da Glória. Era propriedade da “Empreza Freire & Ereira”, da qual eram sócios Raul Lopes Freire - também proprietário do “Central Cinema” - e José Nunes Ereira.

Entrada do “Salão Foz” na Calçada da Glória

 

                                            1909                                                                                       1910

     

1913

6 de Junho de 1918

O “Salão Foz”, encerraria em 1913 para obras de transformação e renovação. Reabriria em 1 de Outubro de 1914, após de profundas obras de remodelação que incluíram um aumento da capacidade dos lugares da plateia, a construção de um novo balcão superior que circundava a sala e onde sobre um dos lados se abriam amplas janelas com vista para o pátio do palácio. A juntar a todas estas alterações a sala passava a ter um palco amplo que lhe permitia receber um leque maior de espectáculos, como representações teatrais e musicais.

Interior do “Salão Foz” depois da reabertura em 1914

Publicidade e respectiva notícia em 10 de Outubro de 1916

 

                                           1916                                                                                      1917

  

1 de Agosto de 1917

Cartaz exterior para inscrição de programas de 1918

Em 17 de Agosto de 1918 o “Salão Foz” é arrendado ao empresário Arthur Emaúz, que acumularia com a gerência do Chiado Terrasse e do Salão Trindade”. Nesta nova fase, passa a incluir espectáculos de variedades na sua programação fazendo deles o seu cartaz principal relegando para segundo plano as exibições cinematográficas, tomando as características de um verdadeiro music-hall.

Bilhete de Convite

Respectivo envelope


gentilmente cedido por Carlos Caria

24 de Maio de 1926

Em 29 de Janeiro de 1929 o “Salão Foz” é completamente destruído por um incêndio, que tendo tido início às 2 horas da madrugada terá sido, provavelmente, provocado por um cigarro, que começando no palco se estendeu rapidamente aos camarins e escritório. Quanto ao combate ao incêndio o “Diario de Lisbôa” noticiava...

«Dois obstaculos surgiram, porém: a falta de agua que só vinte minutos depois adquiriu pressão suficiente para as mangueiras funcionarem e o alpendre que a Carris cololcou ao fundo da Calçada da Gloria, fazendo com que desse lado apenas pudesse ser elevada uma escada «Magyrus», da Rua da Gloria.»

 

O "Salão Foz" tinha, na altura, em cena a revista "Mulheres e Flores" , de Lourenço Rodrigues e Álvaro Leal, e que no dia seguinte comemoraria a centésima representação. As consequências do combate ao incêndio estender-se-iam a outros dois estabelecimentos instalados nessa ala do “Palácio Foz”  o Club “Maxim’s” e o “Cinema Central”.

Depois de muitos anos encerrado (desde 1937 salvo erro), foi recuperado e a partir de 29 de Setembro de 1958  passa a albergar as instalações da “Cinemateca Portuguesa” - fundada em 1948 como “Cinemateca Nacional” - até 1980, ano em que se muda para as actuais instalações, na Rua Barata Salgueiro, em Lisboa.

A partir dos anos 80 do século XX, o espaço do antigo “Salão Foz” passou a funcionar como “Cinemateca Júnior”, - e que ainda se mantém actualmente -  sendo os filmes mudos acompanhados ao piano, aliás como acontece também com as outras salas da Cinemateca.

                                                                                           1977

A “Cinemateca Júnior” é um serviço da “Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema”, criado em 2007 e direccionado para os espectadores infantis e juvenis. As actividades têm como base a “Exposição Permanente de Pré-Cinema”, dando ao público a possibilidade de interagir com os objectos expostos, conhecendo o seu funcionamento e a sua importância histórica, sensibilizando-o para o cinema, não só como entretenimento, mas também como arte e memória de uma arte. Aos Sábados à tarde sessão de cinema.

fotos in: Cinemateca Portuguesa, Cinema aos Copos, Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Hemeroteca Digital

1 comentário:

Sempre em Festa disse...

Excelente informação, obrigada!

Estou a estudar um texto de Irene Lisboa com o título "A Bailarina" e nele há referência a uma bailarina do Salão Foz, pelo que tive curiosidade em saber onde se localizava e que tipo de edifício se tratava.