O conjunto formado pelos "Edifício Aviz" e "Lisboa Sheraton Hotel", foi promovido entre 1966 e 1970, pelas empresas "Tecnical - Empresa de Construções S.A.R.L." e a americana "ITT Corporation", respectivamente.
O espaço que veio a ser ocupado por este conjunto, já era emblemático para a cidade de Lisboa. Primeiramente ocupado pelo "Palacete Silva Graça", propriedade de José Joaquim da Silva Graça, dono do jornal "O Século", e concluído em 1907, palacete onde posteriormente onde se instalou o famoso "Aviz Hotel", inaugurado em 24 de Outubro de 1933, com projecto do arquitecto Vasco Regaleira (1897-1968), que entre 1934 e 1935 viria a ser presidente do "Sindicato Nacional dos Arquitectos", actual "Ordem dos Arquitectos".
"Aviz Hotel"
Inicialmente o projecto do arquitecto Fernando Silva (1914-1983) era de construir 2 torres gémeas que foram apelidadas de "Edifícios Aviz", tendo a construção do primeiro "Edifício Aviz", a cargo da empresa "Empec - Empresa de Estudos e Construções, Lda.", começado em 1966. Com a conclusão deste em 1969, foi posta de parte a ideia da construção do segundo "Edifício Aviz", e foi iniciada a construção do "Lisboa Sheraton Hotel", em 1970, cujo projecto também foi da autoria do arquitecto Fernando Silva.
O "Lisboa Sheraton Hotel", na altura propriedade da multinacional americana "ITT Sheraton" abriu ao público em 15 de Agosto de 1972, mas só seria oficialmente inaugurado pelo Chefe de Estado Almirante Américo Thomaz (1894-1987) em 9 de Novembro de 1972.
Foi durante muitos anos o edifício mais alto do país, com os seus 30 andares (incluindo as 5 caves) e 92 metros de altura. O Hotel tinha 401 quartos e suites e cerca de 400 funcionários. Oferecia nas suas instalações uma piscina exterior aquecida, um ginásio e salas de massagens. O "Panorama" restaurante e bar, ex-líbris do hotel, no topo do edíficio com um terraço de vista deslumbrante sobre Lisboa, viria a ser um dos melhores restaurantes da cidade e local de eleição da alta sociedade.
Por ocasião da sua abertura não oficial, o jornal "Diario de Lisbôa" descrevia assim o "Lisboa Sheraton Hotel":
O novo hotel pertence a uma cadeia internacional de estabelecimentos de hotelaria, que alastra da América para todo o mundo. O velho era uma casa apalaçada, de quartos grandes, ao gosto de determinada época, onde viveram as mais diversas personalidades mundiais, desde o general Eisenhower até à Rainha Isabel.
Para agrado dos clientes foi concebida a decoração. No vasto «hali» de entrada e recepção pode logo ver-se uma cerâmica de Querubim Lapa. Junto dos elevadores (quatro, que demoram trinta segundos a percorrer os vinte e oito pisos) um painel de azulejos do século XVII. Tapetes desenhados e pensados por vários artistas portugueses preenchem outras paredes. Em alguns quartos existem quadros da autoria de Mário Silva. Tudo isso permite ao director comercial, Mendes Leal, afirmar que o Sheraton «tem a melhor e maior colecção de objectos antigos e modernos de qualquer hotel português».
Começando pela cave: há um «grill» e um snack-bar. O primeiro, o «Alfama» é de serviço à carta. O segundo, um pouco mais barato (uma refeiçao ficará mais ou menos por cem escudos), é o «Caravela». Tem uma feição moderna, e o serviço está a cargo de hospedeiras, algumas das quais recrutadas entre estudantes universitárias. Ainda na cave, há lugar para lojas, tabacaria, boutique, cabeleireiro, etc. que serão concedidas à exploração de particulares.
No piso da recepção existe ainda uma pequena sala de conferências, divisível em três, por um moderno processo de portas, importado da América. Esta sala tem capacidade para 150 pessoas. Seu nome, « Algarve».
No piso seguinte fica um enorme salão de festas com 450 metros quadrados, com capacidade para 700 ou 800 pessoas.
O piso seguinte é de administração. Depois começam os quartos, todos iguais, distribuídos em número de 17 por cada piso. 45 destes quartos têm cama larga, sendo os restantes de camas separadas. Canais de rádio, música gravada, gira-discos e possibilidade de instalar um aparelho de televisão em cada quarto, juntamente com o ar condicionado dão um aspecto agradável a cada um dos aposentos.
O 23.° e 24.° andares são ocupados por 22 suites, das quais 8 são de luxo. Assim chegamos ao último piso ocupado por um grande restaurante com vista panarâmica, sobre a cidade. Existe também um bar, e uma sala de espera. Ai existe uma das cinco cozinhas com que o «Sheraton» está equipado. Este é um dos sete locais onde é possível fornecer comida, dentro deste luxuoso estabelecimento hoteleiro.
A completar diremos que o hotel tem garagem privada com capacidade para 70 carros, tem três elevadores de carga, e um gerador próprio de corrente, para as emergencias.
Quanto a empregados são em número de 400. Como curiosidade deve assinalar-se que seis antigos empregados do Hotel Aviz voltaram ao local em que este estava situado. Agora com outras categorias profissionais, bastante mais velhos, com uma certa saudade do hotel desaparecido.»
Etiqueta de bagagem
Depois da profunda renovação efetuada em 2007, que fez com que o "Lisboa Sheraton Hotel" ficasse como um dos mais modernos da cidade, indo de encontro às necessidades dos seus clientes, incluindo, e com uma maior profundidade, o SPA e áreas públicas.
O actual "Sheraton Lisboa Hotel & SPA", conhecido como a «oitava colina de Lisboa» pertenceu, a partir de 1998, ao grupo americano “Starwood Hotels & Resorts”, que viria a ser incorporado no grupo americano "Marriott International".