Restos de Colecção: Restaurante "Castanheira"

29 de maio de 2015

Restaurante "Castanheira"

O restaurante “Castanheira" abriu as suas portas em 16 de Abril de 1949, na Estrada da Torre, no Lumiar em Lisboa. O seu fundador e proprietário foi João Castanheira de Moura (1865-1961), nascido em Vila Seca, Tábua. Veio para Lisboa, onde se estabeleceu e, com o tempo, funda 246 estabelecimentos de produção e venda de pão, além de ter sido um dos fundadores da "FEP - Federação Espírita Portuguesa" em 1926.

Postal do restaurante “Castanheira”

Primeiro anúncio publicitário, em 23 de Abril de 1949,  aquando da sua abertura

João Castanheira de Moura (1865-1961)



    

Artigo na revista “Illustração Portugueza” em 1 de Fevereiro de 1915 e anúncio de 1906

 

O restaurante “Castanheira” foi implantado na vasta propriedade do seu fundador, Sr. Castanheira de Moura, possuindo café-bar, 2 salas de restaurante que ladeavam um grande salão-restaurante com capacidade para 300 pessoas, e com pista de dança, onde aos Sábados e Domingos actuava uma orquestra privativa.

Entrada do restaurante “Castanheira” e capa de ementa




“Diário Popular”, de 8 de Junho de 1955


“Gazeta dos Caminhos de Ferro”, de 1 Janeiro de 1963


Com um vasto parque automóvel, e, para completar este conjunto, estava equipado com uma “Esplanada-Cinema”, inserido num agradável parque que no Verão funcionava de molde a permitir que os clientes, que jantassem no restaurante, pudessem assistir à exibição de filmes. Mais tarde este parque veio a ser dotado de pequenas salas independentes tipo "moradia" para ali se fazerem banquetes de casamentos, batizados e outros eventos sociais.

Grupo do “Jornal do Comércio” junto ao écran do “Esplanada-Cinema”



«o cinema era ao ar livre (em principio só funcionaria no Verão), numa esplanada por detrás do restaurante numa zona cimentada, era um bocado pobre mas era o que havia, com o pessoal sentado em cadeiras e os filmes eram projectados num pano branco, íamos de eléctrico do Campo Grande até ao fim da linha que era no Lumiar que custava 5 tostões e depois a pé até ao Castanheira cuja entrada custava 10 ou 15 tostões?". Houve ainda mais dois cinemas naquela zona mas já um pouco afastados do Lumiar e que eram: O Cine Estrela no Campo das Amoreiras na Charneca do Lumiar e o Cine Texas na rua de Santo António também na Charneca do Lumiar.» in: “Citizen Grave

Recordo que, o Sr. Castanheira de Moura, e seus herdeiros foram até aos finais da década de 60 do século XX, os proprietários dos terrenos, a onde foi construído o “Bairro da Cruz Vermelha”, no Lumiar, terrenos esses onde eram cultivados cereais para alimentar a fabrica de farinha que também era de sua propriedade, localizada nas traseiras do Restaurante.

Aspecto em Setembro de 2010, depois de encerrado nos anos 80 do século XX


Seria definitivamente demolido em Novembro de 2010.

fotos in: Arquivo Municipal de LisboaHemeroteca Digital, Ruas de Lisboa com Alguma História

6 comentários:

APS disse...

Foi uma pena ter acabado este restaurante. Mas o terreno era enorme, mas existia muitos interesses urbanísticos.

Estava à procura da "FEP-Federação Espírita Portuguesa, e vim dar ao CASTANHEIRA, cujo o sócio era simultaneamente seu dirigente.

Fiquei contente de me ver na foto do grupo do JORNAL DO COMÉRCIO, nos nossos almoços anuais, eu era na época o mais novo de todos e de laço.(Influencia do coro da FNAT).

Um abraço
APS

José Leite disse...

Caro Agostinho Sobreira

Conheci muito bem este restaurante, quando era bem mais jovem.

Ia com os meus pais e uns tios, meus almoçar ao Sábado, almoço dançante, e noutros dias.

Nunca me esqueço que tinha para sobremesa um "Manjar de Príncipe" que era fantástico.

Abraço
José Leite

jose macedo disse...

Gostaria de saber do filho do Snr. João Moura que é o Snr. João Castanheira de Pinho de quem era amigo. Alguém me poderá informar? Muito obrigado.
Porto, 12 de Janeiro de 2018.

Tio emprestado carlos de Pádua lol disse...

Era um dos restaurantes preferidos do Pai. Íamos todos os fins de semana, almoçar, e dançar, na pista de dança e a orquestra a tocar naquela varanda lá em cima...coisa que os Pais sempre fizeram questão, era sabermos dançar, logo desde miúdos. Lá aconteceram muitas festas de casamento de Família, e muitos almoços de Natal numa das salas lá de trás. A festa de baptizado da minha Irmã, mais nova foi aí na sala principal. No Natal chegamos a ser 200 e tal, tudo Família, e temos filmes desses encontros. Nós os miúdos depois do almoço íamos para o jardim. e brincávamos no palco do cinema ao ar livre. Meu Deus que saudades, desse momentos, aí nesse restaurante maravilhoso!!!
Carlos Moreira de Pádua

Luis Dinis disse...

Confesso que, nascido em 1971, nunca tinha ouvido falar neste restaurante.

Comprei um copo pirogravado com o seu nome deste restaurante, e fui pesquisar, tendo encontrado esta publicação.

Parabéns pelo artigo, e pelo blog, é extremamente interessante.

Um cordial abraço.

Luís Dinis

Paulo Garcia disse...

Boa Noite
Sou nascido na estrada da torre num prédio que tinha um café no RC frente ao colégio SÃO João de Brito também conhecido pelo colégio dos padres. Hoje existem lá dois cafés pelo já não sei qual o prédio exato pois são em prédios ao lado um do outro. Os meus avós maternos moravam na quinta de Santo António no final da Estrada da torre. O meu avô Mário de nome era conhecido em todo o Lumiar Pelo Ti Benfica tal era o seu fervor clubista e a mulher era a ti lúcia, ela vendia flores e ele legumes na praça do Lumiar, alguém conhece?
Assi fui várias vezes ao cinema e passei muitas vezes na estrada entre os edifícios da moagem, ainda me lembro da passagem superior por onde passavam os cereais e a farinha de um edifício para o outro. Alguém conheceu um taxista chamado Zé que aí morava com a mãe, tinha a alcunha do Zé da antena?
Tantas saudades e tristeza por nada já existir.
cumprimentos a todos
Paulo Garcia