Restos de Colecção: Cinema Batalha

10 de janeiro de 2014

Cinema Batalha

O “Cinema Batalha”, foi inaugurado em 3 de Junho de 1947, na Praça da Batalha na cidade do Porto, sendo constituído por dois auditórios, um com capacidade para 950 lugares sentados (plateia 346, tribuna 222, balcão 382) e o outro para 135 pessoas. Tem ainda dois bares e um restaurante com esplanada.

 

O projecto deste cinema foi da responsabilidade do arquitecto Artur Andrade. Os outros intervenientes foram: os pintores Júlio Pomar, Augusto Gomes, António Sampaio e Altino, os escultores: Américo Braga e Arlindo Gonçalves.

 

 

Em 1906 era inaugurado na Boavista o “Salão High-Life”, transferindo-se dois meses depois para a Cordoaria, e era propriedade da firma “Neves & Pascaud”. Tratava-se de um edifício construído em madeira com telhado de  zinco. Em  29 Fevereiro de 1908 é transferido para a Praça Batalha, com a designação de "Novo Salão High-Life", que seria seguido pelo primitivo “Cinema Batalha” em 1913. Mais tarde em 1944 é demolido este primeiro “Cinema Batalha” e em 30 Setembro do mesmo ano é apresentado um projeto na Câmara Municipal do Porto, da autoria do arquitecto Artur Andrade, para a construção do “Cinema Batalha”, assinando o termo de responsabilidade o engenheiro civil Bernardino de Barros Machado. As obras decorreram entre 1944 e 1947.

                                                                                 “Novo Salão High-Life”                                                   

                       

                                                                     Primitivo “Cinema Batalha” em 1913

                                   

                                             

O pouco terreno disponível para a construção do cinema, a par do acentuado declive do mesmo, foram factores que dificultaram a elaboração do projecto do “Cinema Batalha”. A plateia resultou curta (19 filas) em consequência da implantação de um foyer, elemento indispensável de circulação pública neste tipo de edifícios. Ainda o encurtamento da plateia permitiu a construção de uma tribuna que assenta sobre as duas paredes do foyer. O foyer e a tribuna funcionam como elementos de ligação entre os pavimentos. O balcão, de maior lotação, apresentava projecção para o interior da sala e uma largura à retaguarda, facto que o tornavam a peça dominante do conjunto geral da sala. A lotação de espectadores ficou nos 1.082 lugares.

                                                             Local onde foi construído o “Cinema Batalha”

                                   

  

 

 

 

 

 

                                   

                    


                                                      1928                                                                                   1954 / 1965

 

Ao seu lado encontrava-se  o “Águia D’Ouro”, na Praça da Batalha, Largo Stº Ildefonso, que iniciou a sua actividade como cinema em 1908. Em 1931 foram feitas obras de remodelação, ficando com uma nova fachada onde foi acrescentado um símbolo com o seu nome.

                                                                     Teatro “Águia d’Ouro” em 1905

                                 

                                         Cinema “Águia d’Ouro” e “Batalha” práticamente lado a lado, em 1931

                                

Em 1974, nasce a sala-estúdio “Sala Bébé” na cave, que foi ocupar um espaço outrora de cafetaria, e em Agosto do ano 2000, fecha o “Cinema Batalha”.

Depois de seis anos fechado, voltou a abrir ao público em Maio de 2006, por arrendamento ao “Gabinete Comércio Vivo”, uma parceria da Câmara do Porto e “Associação dos Comerciantes do Porto” com diversas valências bar, restaurante, sala de espectáculos com 935 lugares, e a “Sala Bebé” com pouco mais de 100 cadeiras. De referir que só a “Sala Bébé” possuía cabine de projecção, equipada com um projector de 35 mm que datava da primeira metade do século XX. O “Gabinete Comércio Vivo” tinha sido criado para gerir os cinco milhões de euros disponibilizados pelo grupo Amorim para compensar os comerciantes pela inclusão de um shopping no Plano de Pormenor das Antas.

                                 

  

Em 31 de Dezembro de 2010, o “Gabinete Comércio Vivo” entregou as chaves aos proprietários, no último dia do contrato de gestão. A precisar de uma intervenção, o espaço está fechado, desde então, e sem destino.

Nota: Aconselho  a visita ao site “Old Portuguese Stuff ”, onde poderão apreciar fotos recentes dos interiores desta edifício.

Fotos in: Porto de Agostinho Rebelo da Costa aos Nossos Dias, Opsis - Base Iconográfica de Teatro em Portugal

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