Restos de Colecção: março 2018

28 de março de 2018

“Quarteto” - Quatro Salas Quatro Filmes

O “Quarteto” - 4 Salas 4 Filmes -  propriedade de Pedro Bandeira Freire e projectado pelo arquitecto Nuno San-Payo, foi inaugurado em 21 de Novembro de 1975, na Rua Flores de Lima (paralela à Avenida Estados-Unidos da América), em Lisboa.

Pedro Bandeira Freire (1939-2008), foi fundador da “Livraria Opinião”, tendo sido autor de vários livros de poesia e teatro, tendo mesmo publicado em 2007 o volume de memórias "Entrefitas e Entretelas". Foi ainda letrista, jurado em festivais de cinema nacionais e estrangeiros e colaborador da imprensa, rádio e televisão, exercendo inclusivamente funções de consultor de cinema na RTP. Estreou-se na realização com a curta-metragem "Os Lobos" (1978) e foi actor em "A Crónica dos Bons Malandros" (1984), filme realizado por Fernando Lopes com base no livro homónimo do jornalista e escritor Mário Zambujal. Foi ainda argumentista em "A Balada da Praia dos Cães" (1987), longa-metragem de José Fonseca e Costa a partir do romance com o mesmo nome de José Cardoso Pires.

Pedro Bandeira Freire

          

O “Quarteto” era constituído por quatro pequenas salas de cinema, com lotação total de 716 espectadores, situadas entre a cave 1º piso térreo. No rés-do-chão ficavam o bar e bilheteiras.

No dia seguinte à sua inauguração o jornal “Diário Popular”, relatava:

«As quatro salas, com uma média de 170 lugares cada - para cujo funcionamento trabalham 22 pessoas - oferecem aos cinéfilos quatro filmes diferentes, a horas que se ajustam aos diversos interesses dos espectadores, num total de dezoito exibições diárias.
Os preços dos bilhetes no novo cinema - onde não há lugares numerados - são de 27$50 para as sessões da tarde e de 32$50 à noite.
Para assinalar a inauguração das quatro novas salas de cinema, a gerência do Quarteto enviou convites a diversas individualidades, entre as quais a representantes dos orgãos da informação. Lamentamos que os promotores desse acto inaugural, marcado para o meio da tarde de ontem, se tenham dele esquecido, pois não havia ninguém para receber os convidados, nem qualquer pessoa, idónea, que fornecesse elementos sobre o empreendimento.
Chegou-se, olhou-se e falou-se ... com gente estranha ao Quarteto.»

    

O aparecimento do “Quarteto” fez com que os lisboetas pudessem ter acesso ao apelidado “cinema alternativo”, longe da programação de êxitos seguros que, a revolução de 1974 colocava na ordem do dia noutros cinemas de Lisboa. No dia da sua inauguração, 21 de Novembro de 1975, o cinema foi esplendorosamente celebrado com quatro filmes: “Um Filme Doce”, de Dusan Makavejev; “E Deram-lhe uma Espingarda” de Dalton Trumbo; “Amor em Tons Eróticos”, de Zai Metterling e “S. Miguel Tinha um Galo”, dos irmão Tavianni. Daí para a frente foi um longo caminho de sucessos, paixão e reconhecimento pelo investimento feito nesta sala de cinema.

   

O “Quarteto” não se dirigia somente ao bairro onde estava inserido, mas sim para toda a cidade e arredores, visto que as pessoas se dirigiam a este espaço por causa de um determinado filme ou autor. O público poderia ser constituído por universitários, pelos cinéfilos formados nos cineclubes ou nos ciclos de cinema da “Fundação Calouste Gulbenkian”, pelos espectadores fiéis da Cinemateca, que em 1981 foi alojada numa das salas deste cinema devido a um incêndio que destruiu o edifício da Rua Barata Salgueiro e pelos simples espectadores que estavam fartos da programação sem grande qualidade que vigorava nas outras salas de cinema. Este espaço também se servia de esquemas de angariação de público como as extensões das Quinzenas dos Realizadores ou das Perspectivas do Cinema Francês, saídas do Festival de Cannes, mostras de filmes soviéticos, maratonas que assinalaram o inicio de actividades de revistas como “Isto é Espectáculo!” e “Isto é Cinema!” e até mesmo os aniversários do próprio cinema.

            

Outra iniciativa foi  as célebres sessões da meia-noite que o “Quarteto” promovia e que se prolongavam pela noite fora nas suas quatro salas. Esta iniciativa denominava-se de “A Memória do Cinema” e o seu slogan era Cinema até ao desfalecimento e muitas situações bizarras ocorreram nestas sessões como: espectadores que faziam as necessidades fisiológicas dentro das salas, como também a demora de um espectador em abandonar em sala...quando os funcionários estranharam a demora, descobriram que ele estava morto. Fora um "cinéfilo até ao desfalecimento", na opinião de Pedro Bandeira Freire.

Este espaço também se dedicou ao teatro, sendo que a primeira peça exibida foi  “A Verdadeira História de Jack, o Estripador”, protagonizada por Ana Zanatti e Zita Duarte e encenada por Carlos Avillez. A autora, Isabelle Hupert, esteve presente na plateia no dia de estreia.

Apesar do seu grande sucesso até aos anos 90 do século XX, foi decaindo já durante o novo século XXi, tendo encerrado, definitivamente, em 16 de Novembro de 2007, em consequência de uma vistoria da “Inspecção Geral das Actividades Culturais”, que considerou não reunir condições de segurança, em virtude de não ter saídas de emergência em número suficiente, não estar equipado com sistema de detecção de incêndios, e os revestimentos de paredes e pavimento serem inflamáveis.

Na altura, era a “Associação Cine-Cultural da Amadora” que explorava o cinema, que, no ano anterior, estava ainda nas mãos da distribuidora “Filmes Castello-Lopes”. Entretanto, o edifício foi comprado em 2013 pela “Igreja Plenitude de Cristo”, que acabou por não o utilizar. Depois das devidas obras de transformação, promovidas pela sua nova proprietária, a firma “Eternoriente”, foi convertido em edifício de escritórios, em 2017.

fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Cinemas do Paraíso

27 de março de 2018

Antigamente (144)

Vapor da “Parceria dos Vapores Lisbonenses” saindo da antiga “Estação do Sul e Sueste” , em Lisboa

1912

“Valentim de Carvalho, Lda.”, na Rua Nova do Almada e carro “Fordson” de distribuição

 

“Transpraia” na Costa da Caparica, em 1967

Auto-Tanque “Mercedes”, do “Batalhão de Sapadores Bombeiros” dento do quartel da Avenida D. Carlos I, em Lisboa 

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Municipal de Lisboa

24 de março de 2018

Estação Agronómica Nacional

A “Estação Agronómica Nacional”, nasceu em 16 de Novembro de 1936, depois de um período de alguma indefinição, caracterizado pelo advento e morte de várias estações agrárias de vida efémera. É herdeira de uma tradição iniciada com as primeiras investigações agronómicas efectuadas na “Estação Agronómica Experimental”, criada em 1869 e cuja vocação se dirigia à investigação sobre o emprego de substâncias fertilizantes na agricultura, à semelhança do que, na época, acontecia um pouco por toda a Europa. Aquela Estação, cujo nome, atribuições, estrutura orgânica e meios de trabalho foram variando ao longo dos anos, sofreu profunda reforma em 1936 através do Decreto-Lei nº 27 207 de 16 de Novembro de 1936 (“Reforma Rafael Duque”) que criou, à semelhança do “Laboratório Químico Central”, a “Estação Agronómica Nacional”. Em 23 de Março de 1937, tomou posse o seu primeiro Director, o Professor António Pereira de Sousa Câmara.

Exteriores da Estação Agronómica Nacional” na “Quinta da Aldeia”, na Bobadela

 

A instalação da “Estação Agronómica Nacional” na “Quinta da Aldeia”, na Bobadela, junto a Sacavém, implicou algumas alterações à propriedade cuja existência remonta ao século XVII. A quinta terá entrado na posse da família Braancamp Freire, em 1865, na sequência das obras do caminho de ferro que atravessou a propriedade. Com uma área de cerca de 67 ha, e integrando terra salgada, arneiros, olival e várzea, a quinta desenvolvia-se até à margem do rio Tejo.

Primitiva entrada para a “Quinta da Aldeia”

Foi então construído um novo edifício, segundo projecto do arquitecto Guilherme Rebelo de Andrade,  para albergar a "Estação Agronómica Nacional", paralelo à Estrada Nacional e sobranceiro ao rio Tejo. Este edifício albergava, laboratórios, biblioteca, anfiteatro e gabinetes da direcção. Era então constituída por sete departamentos disciplinares: Citologia e Genética, Fitopatologia, Melhoramento de Cereais e Forragens, Solos, Química, Sistemática e  Fitogeografia e Pomologia.

 

 

Estação Agronómica.9 

Fronteiro à área designada de arneiro, foram construídos abrigos, estufas, insectários e pequenos laboratórios. As várias construções existentes na quinta foram adaptadas para depósitos de plantas, celeiros, armazéns para as alfaias agrícolas, entre outros. A antiga casa da quinta, a partir de então designada de "Casa do Agrónomo", foi transformada em habitação para técnicos, especialistas de fora e estagiários.

A partir de 1950, a pressão motivada pela concentração industrial na zona envolvente de Sacavém, forçou a EAN a  procurar novas instalações. Mas, só em 1961 a “Quinta do Marquês”, em Oeiras, propriedade do Estado com mais de 130 hectares, foi entregue à “Estação Agronómica Nacional”, para que esta aí se instalasse e desenvolvesse investigação exclusivamente agrária. Mudar-se-ia em 1966, contribuindo directamente para a organização e desenvolvimento de outras
instituições de investigação nacionais, designadamente a “Estação Nacional de Fruticultura Vieira Natividade” (criada a partir do seu antigo departamento de Pomologia), a “Estação Nacional de Melhoramento de Plantas” e o “Centro de Investigação das Ferrugens do Cafeeiro”, hoje integrado no “Instituto de Investigação Científica Tropical - IICT”.

Interiores e actividades da “Estação Agronómica Nacional” na Bobadela

 

 

 

 

 

Quando a “Estação Agronómica Nacional”, mudou de instalações para Oeiras, em 1956, o espaço que ocupava na Bobadela foi transaccionado entre o Estado português e a "Sacor", - que tinha inaugurado a sua Refinaria de Cabo Ruivo em 11 de Novembro de 1940 - tendo como finalidade a construção de um bairro para alojamento do pessoal operário que trabalhava na empresa, A construção do "Bairro Salazar" teve início em 1956 e inaugurado em 30 de Julho de 1960. O edifício que serviu de sede à EAN passou, então, a equipamento social do bairro.

Entrada para o “Bairro Dr. Oliveira Salazar” ou “Bairro da Sacor”

Vistas aéreas do “Bairro da Sacor”

 

Com a criação do “Instituto Nacional de Investigação Agrária”, em 1974, a "Estação Agronómica Nacional", à semelhança de outros organismos de investigação agronómica, foi integrada naquele instituto de investigação. Com as reestruturações seguintes, a EAN constituiu sempre um dos serviços operativos do INIA e dos institutos que lhe foram sucedendo: INIAER, INIA e INIAP.

Campus em Oeiras

A “Estação Agronómica Nacional”, viria a ser extinta com a criação do “Instituto Nacional de Recursos Biológicos, I.P.”, prosseguindo a sua actividade científica no seio de diversas unidades de investigação e desenvolvimento tecnológico estabelecidas no âmbito da criação do “Instituto Nacional de Recursos Biológicos, I.P.”.

Bibliografia: “Arqueologia em Calendário” - Câmara Municipal de Loures
                    “Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária”

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), Hemeroteca Digital, Arquivo Municipal de Lisboa

20 de março de 2018

Maxime - Dancing

O “Maxime” Dancing, abriu as suas portas, na Praça da Alegria, 58-A em Lisboa, em 30 de Novembro de 1949, e propriedade de Carlos Cabeleira. Instalou-se num edifício que tinha acabado de ser construído, e projectado pelo arquitecto João Simões, na esquina com a Travessa do Salitre. No pequeno prédio ao seu lado, na Praça da Alegria, tinha acabado de encerrar nesse ano, a casa de fados “Solar da Alegria”.

Prédio acabado de ser construído, em 1949, onde se instalaria o “Maxime”

No dia da sua inauguração o jornal "Diario de Lisbôa", noticiava:
«Na Praça da Alegria, em edifício recentemente levantado, abriu um «dancing» que se apresenta com um moderno luxo, que lhe dá direito a ostentar o nome do célebre «cabaret» parisiense, e que foi também o dum sumptuoso clube lisboeta. No vasto salão inaugurado fazem-se ouvir duas orquestras em dois palcos e, na pista, exibem-se vários números coreográficos.»

Quanto ao «sumptuoso clube lisboeta» que a notícia lembrava, referia-se ao “Maxim’s - Club dos Restauradores” que tinha sido inaugurado em 1908 e encerrado em 1939, e cuja história pode ser consultada neste blog no seguinte link: “Maxim’s - Club dos Restauradores”. Quanto aos «números coreográficos», tratavam-se de actuação de grupos de dança, dançarinas e cantoras, maioritariamente espanholas… Bem comentava, no filme “Leão da Estrela” de 1947, a D.Tereza (Cremilde de Oliveira) para a D.Carlota (Maria Olguim): «Isto está pr’aí tudo cheio de espanholas! É um horror … », a propósito de um “passeio” nocturno dos maridos, que tinha terminado num bar-dancing (de espanholas), em Espinho.

Anastácio da Silva (António Silva) e Simão Barata (Erico Braga) saindo do “Espinho Dancing” com espanholas (fotograma)

Foi no “Maxime” que o actor Raúl Solnado se estreou profissionalmente, no espectáculo idealizado pelo actor José Viana, “O Sol da Meia-Noite”, estreado em 10 de Dezembro de 1952, para comemorar o 3º aniversário do “Maxime”. Tratava-se dum atípico espectáculo de variedades idealizado para aquele palco onde faziam parte cantores, bailarinos, actores e as alternadeiras espanholas, as "irmanitas".

 

                     Angelita Laderma                                  Hermanas Bermejo                                      Tina Baronni

  

Ballet Pastor

Recordava Raúl Solnado, num artigo de Jorge Fonte, no jornal “Expresso” :
«E lá estava eu, estreante, cómico dentro daquele universo. Vinte e dois aninhos completamente inebriados, catrapiscando as bailarinas, encostando-me às cantores e passando a mão no pêlo da equipa de alterne. Sete quintas».
Dos vários sketches em que entrava, havia um que causava sempre sensação. Era o número dos noivos em que aparecia com um cão ao colo e contracenava com a bela Gina Braga (mãe do actor Carlos Cunha). Não demorou muito tempo para que o dono do “Maxime”, lhe aumentasse o cachet de 50 para 60 escudos.

10 de Dezembro de 1952

Quanto à estreia deste espectáculo o jornal “Diario de Lisboa” comentava:
«Faltava, sem dúvida, um centro de reunião propício, pelos seus requintes de conforto, ao convívio das melhores famílias da alta sociedade.
De subito, surge uma iniciativa arrojada, aliás coroada de êxito, com a inauguração do "Maxime", que hoje festeja o seu 3º aniversário com a estreia de "Sol da Meia Noite": uma nova modalidade de espectáculos em pista, concebido e realizado por Portugueses, com artistas nacionais, num conjunto em que participam alguns valores estrangeiros.
"O Sol da Meia Noite" - diz José Viana - não tem outras pretensões que não sejam as de constituir um espectáculo ligeiro e amável, limpo, diferente e sem responsabilidades de critica. Possui uma finalidade que deve conciliar a simpatia de todos, abrir um novo campo de acção, dentro dos «dancings» da capital, a artistas nacionais sem trabalho; restringir, dentro do possível, a vinda de elementos estrangeiros e acabar, de uma vez para sempre, com o deplorável processo de anunciar, ao microfone, as atracções que se exibem na pista. (…)»

7 de Dezembro de 1953

Para comemorar o 5º aniversário do “Maxime”, em 30 de Novembro de 1954 …

Nessa época o “Maxime” era de facto «o grande acontecimento na noite de Lisboa». A palavra "show" não existia, porque o termo "variedades" chegava para o consumo interno. Recentemente inaugurado, o botequim soava a luxo, com dois palcos para duas orquestras que alternadamente abrilhantavam o baile entre as 22h e as 5h da manhã. Baile, esse, que era interrompido por dois espectáculos, um à 1h da manhã e outro às 3h. Raúl Solnado conta que o esquema era o mesmo nos outros cabarets da cidade: o “Morocco” (do empresário teatral José Miguel) e o “Fontória”, também na Praça da Alegria, o “Ritz Club”, na Rua da Glória, o Cristal”, na Avenida da Liberdade perto do Parque Mayer, ou o Olímpia Club”, na Rua dos Condes.

Vasco Santana no cartaz do “Maxime”

Foi no “Maxime” que o fadista Alfredo Marceneiro, fez a primeira apresentação do «miúdo da bica», o fadista Fernando Farinha, como profissional.

Raúl Solnado afirmava que, em todos eles, o estilo das "variedades" pouco mudava. «Um ilusionista foleirote, um ou outro cantor já em fim de estação, por vezes um artista de circo, uma atracção com um nome mais sonante para estimular o pessoal e as inefáveis espanholas que cantavam ou dançavam e que aqui chegavam sempre com as suas gordas “madres” que enquanto faziam variados crochés não tiravam os olhos das suas niñas». Já nessa altura, a maioria acumulava o seu baile ou canto com funções de alterne, ou seja, sentavam-se nas mesas dos clientes para os levar a beber, e elas a simularem o mesmo,  aproveitando a distracção do cliente. «Enquanto a maninha pousava o copo cheio, na mesa vinha um empregado que despejava o espumante num guardanapo e ali colocava um novo já pronto para o serviço».

 

Depois dos seus tempos de glória, de uma lenta transformação com fado e folclores a horas próprias e meninas a despirem-se a horas impróprias, o “Maxime” acabou por fechar, e simultaneamente foi colocado «um pequeno, bastante pequeno até» anúncio num jornal que dizia simplesmente: «Cede-se exploração de Maxime.»

Em 12 de Janeiro de 2006, reabre o “Maxime”, onde o músico Manuel João Vieira, líder das bandas “Ena Pá 2000” e “Irmãos Catita” tentou recriar um novo cabaret português no “Maxime”, descolado do alterne. Foram, para o efeito, criadas a empresa “Companhia dos Milagres”, responsável pela gerência, e constituída por Bo Bäckström, Manuel João Vieira e Frank Coelho, e a firma “Joing”, inquilina do espaço no edifício, então, pertença do “Grupo Bernardino Gomes”.

2009 Maxime.1    Maxime.5

2009 Maxime.3

2009 Maxime.5 2009 Maxime.4

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2009 Maxime.6 2009 Maxime.7

Em 2006, José Cid e Vítor Espadinha foram responsáveis pelas maiores enchentes da casa. Desde então, José Cid actuou duas vezes por ano naquele palco. Foi o regresso em força do autor de grandes sucessos musicais dos anos 80. A par de António Calvário, Artur Garcia, Dina, Herman José, Lara Li, Lena D'Água, Phil Mendrix ou Simone de Oliveira, Cid e Espadinha fizeram parte da secção de artistas recuperados. Da programação diversificada, «embora nem sempre bem compreendida», considera o sueco Bo Bäckström, padrasto de Manuel João Vieira, também a Sétima Arte, esteve presente em Cinemaxime; O “Clube de Comédia” que juntou em palco o sexteto humorístico Aldo Lima, Bruno Nogueira, Eduardo Madeira, Francisco Meneses, Nilton e Óscar Branco.

            

       

Durante cinco anos o “Maxime”  misturou concertos de artistas como Jorge Palma ou José Cid com números de burlesco para um público mais jovem e descontraído. O espaço acabou por fechar, em 29 de Janeiro de 2011,  por sucessivas queixas de barulho do “Hotel Lisboa Plaza” (antigo “Hotel Condestável”), seu vizinho. Agora é propriedade de um grupo hoteleiro, que terá adquirido o edifício por cerca de dois milhões de euros e que inaugurará, neste ano de 2018, o “Real Maxime Hotel”, de quatro estrelas e 70 quartos.

Bibliografia:
- “Cabaré Maxime fecha no final de Janeiro”, no jornal “Expresso”, da autoria de Jorge Fonte, em 21 de Janeiro de 2011
- “A despedida do Cabaret Maxime” no “Visão Sete”, em 28 de Janeiro de 2011

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais),  Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Municipal de Lisboa