O primitivo “Theatro da Rua dos Condes”, destruído pelo terramoto de 1755, foi edificado, segundo um artigo do “Diário de Janeiro”, de 4 de Fevereiro de 1738, por iniciativa de um grupo de negociantes que requisitaram ao Conde da Ericeira uma porção do seu terreno, constituída por «(…) parte de hum picadeiro e do canto da rua para um Theatro de Ópera com 270 palmos de comprido e 110 por largo.»
Foi edificado no lugar onde fora a “Cadeia do Tronco” ou, presumivelmente, onde estivera situado um dos "pateos" em que se representava comédias - o “Pateo da Horta dos Condes” (por pertencer aos Condes da Ericeira, morgados da Anunciada) - entre 1765 e 1766, com traçado do arquitecto Petronio Mazzono.
“Theatro da Rua dos Condes” segundo gravura da revista “Occidente” de 1 de Julho de 1882
28 de Abril de 1886
O nome desta rua - Rua dos Condes - tem origem no facto de esta ter sido construída após o terramoto de 1755, nos terrenos dos Condes da Ericeira que eram donos da maior parte desta zona e que se estende até ao Largo da Anunciada. Este “Theatro da Rua dos Condes”, em 1782 passou à categoria de “Theatro Nacional Normal”, tal era a sua importância no panorama artístico. A administração era comum ao “Theatro de São Carlos”. A vida literária e teatral portuguesa passava forçosamente por ali. Lá se faziam representações de teatro e ópera.
O “Theatro da Rua dos Condes”, «possuía 23 camarotes em cada ordem, dos quais cinco ao fundo e nove de cada lado» e que «se desenvolvia em dois corpos paralelos e independentes, embora adossados. O que se dá a conhecer é uma sala simples, comprida e estreita, traçado sem rigor ». in: revista “Occidente”
«Até 1792 eram os principaes theatros publicos de Lisboa, o do Salitre, do Bairro Alto e da rua dos Condes; era n'este ultimo que mais frequentemente se davam operas; como todos podiam vêr ainda no anno que escreviamos, semelhante theatro era um edificio verdadeiramente vergonhoso e mal cheirosos, no qual se ouvia mal, via mal, e se estava encommodado, correndo-se o risco de se morrer assado ou esmagado, se a fatalidade accendesse um fogo rapidamente se desenvolvesse, e que lamberia decerto o misero barracão em pouco tempo.» in: livro de 1883, “O Real Theatro de S. Carlos", de Francisco da Fonseca Benevides
O escritor Camilo Castelo Branco ao transcrever uma carta de um amigo, num dos livros de «Noites de Insomnia: offerecidas a quem não pode dormir» , apresentando-o como um teatro extremamente desconfortável, em parte, pelas grandes variações de temperatura experienciadas em diferentes locais da sala – «No meio da plateia arde em fogo (…) o desgraçado espectador que acha ali lugar; pelos lados da mesma plateia vem um vento encanado pelos corredores, que atormenta todo o miserável que ocupa esses assentos». Os camarotes são apresentados como sendo «mesquinhos como tudo o mais», uma vez que o Teatro não tinha foyer, pelo que «cada um fica exposto à porta da rua ou no aperto dos corredores, até que chegue a carruagem que o há-de transportar»
1844 1864
O “Theatro da Rua dos Condes” fechou definitivamente as suas portas a 20 de Maio de 1882, após a última representação da peça “Os Sinos de Corneville”, tendo sido demolido, ainda nesse ano, quando uma comissão reunida com o objetivo de averiguar as condições de segurança nos teatros da capital o decretou um perigo para o seu público.
Nos terrenos do velho “Theatro da Rua dos Condes” , viria a ser construído, em 1888, um novo teatro, que ficou conhecido como o novo “Theatro da Rua dos Condes”. Entre a demolição de um e a construção do outro, esteve em funcionamento, naquele mesmo lugar, entre 1883 e 1886, um pequeno teatro denominado “Theatro Chalet”, comummente chamado “Chalet do Araújo”, nome retirado do seu proprietário: o actor Manoel José de Araújo. Este teatro vinha da zona do Salitre, onde funcionara desde 1843.
Todavia, os anos de atividade deste espaço estão envolvidos em alguma incerteza, uma vez que há autores, como Luís Soares Carneiro, que apontam como possibilidade que a sua demolição tenha ocorrido apenas em 1888. O “Theatro Chalet” foi caracterizado por vários autores, entre eles Gervásio Lobato, como um «(…) reles barracão de madeira que, apesar de não ter grandes condições, deu ao seu proprietário lucros consideráveis.»
“Theatro Chalet”
«Havendo a camara municipal de Lisboa resolvido alargar a rua dos Condes, ficou decidida ao mesmo tempo a destruição da casa de espectaculos que d'ella tirava o nome. (...).
Hoje, no local em que existiu a construcção durante quasi cento e cincoenta annos, está armado o barracão denominado Theatro Chalet, cujo dono ainda explora o renome do velho colyseu, escrevendo as palavras Rua dos Condes em grandes letras no seu cartaz. E o caso é que o publico lá acóde, em chusma, todas as noites.
Porque se não há de aproveitar aquelle sítio para um theatro popular? Que necessidade haverá em fazer a rua dos Condes muito larga, se é só destinada a dar serventia á estreita rua das Portas de Santo Antão?.» in revista “Occidente”
Manuel José de Araújo, antigo actor, manteve uma parceria com o escritor Francisco Jacobetty que levou alguns êxitos a este espaço durante a sua curta existência.
1886
O proprietário do “Theatro Chalet” acabou por vender os terrenos do velho “Theatro da Rua dos Condes” a Francisco de Almeida Grandella, o abastado comerciante e futuro proprietário dos “Armazens Grandella & C.ª”. Após a demolição do barracão de madeira, deu-se início à construção do edifício do “Theatro Novo da Rua dos Condes”, cujas obras foram financiadas por uma sociedade encabeçada por Francisco Grandella, projectadas pelo arquitecto Dias da Silva, e formada por «títulos de dez mil réis, com garantia de entrada por meios preços nos espectáculos, quatro vezes por mez, e amortizáveis cada anno, por sorteio».
“Theatro da Rua dos Condes” inaugurado em 23 de Dezembro de 1888
Notícia da inauguração no “Diario Illustrado”
1909
gentilmente cedido por Victor Rodrigues
1910
Planta e preçário da bilheteira já em escudos
«Neste mesmo local foi edificado, em 1888, um outro theatro, custeado por Francisco Grandella, que se vai especializando em operetas e no teatro de revista, sem que a chegada do regime republicano opere qualquer mudança significativa na sua orientação. Com Luz Júnior como empresário, passa, no início de 1915, a animatographo, alternando a projecção de fitas com a apresentação de espectáculos de variedades. Em 1916, por iniciativa de Castello Lopes, assume-se definitivamente como o Cinema Condes»
“Theatro da Rua dos Condes” em 1903, por altura da visita do Rei de Espanha, Afonso XIII
Relativamente à sala do “Theatro Novo da Rua dos Condes”, recordamos a descrição de Sousa Bastos: «platéa é dividida em quatro classes: fauteuils, cadeiras, superior e geral. Junto ao palco há 3 pequeninas frizas de cada lado. Tem duas ordens de camarotes com 21 em cada uma». A decoração desta sala, que ostentava no tecto medalhões com retratos de grandes figuras do teatro português - como Garrett ou Emília das Neves - ficou a cargo dos cenógrafos Eduardo Reis e Júlio Machado e foi muito criticada por Sousa Bastos que fez uma apreciação extremamente negativa deste teatro, considerando acanhado o seu palco. Contudo, Gervásio Lobato, num tom mais otimista, escreveu: «(…) um theatrinho pequeno, mas muito fresco, muito elegante e muito aceado», com um interior que correspondia «(…) perfeitamente ao seu aspecto exterior, que produz muito boa impressão e apesar de não ter luxo de architectura, tem uma apparencia sympathica e elegante (…)».
Companhia do “Theatro da Rua dos Condes” do actor Alves da Silva e representação da peça “A Pavorosa” em 1909
Pano publicitário no palco do “Theatro da Rua dos Condes”
Contrariamente ao “velho” “Theatro da Rua dos Condes”, a fachada principal do teatro ganhou nova orientação por questões de reorganização do espaço urbano, uma vez que a Avenida da Liberdade se tornara, entretanto, uma área de importância crescente no tecido urbano e social, pelo que a entrada lateral (a da Rua dos Condes) ficou desde então reservada apenas aos artistas e restantes funcionários do teatro. O público entrava agora por três grandes portas viradas para a Avenida da Liberdade, que se abriam para um vestíbulo através do qual se tinha acesso ao ”espaçoso salão-bufete”, que ocupava todo o piso térreo do teatro e cujo tecto fora executado pelo pintor Augusto Gameiro, em estilo árabe. Este mesmo vestíbulo dava, também, acesso à plateia - situada imediatamente acima do botequim - e pisos superiores, por meio de duas largas escadarias.
Os primeiros empresários a explorar o espaço foram Salvador Marques e Casimiro de Almeida. Juntos montaram uma companhia dirigida e ensaiada por Sousa Bastos e composta por Pepa Ruiz, Guilhermina de Macedo, Laura Godinho, Luiza d’Oliveira, Encarnação Reis e Isabel Ficke, bem como por Alfredo Carvalho, Sergio d’Almeida, Roque, Salazar, Mathias d’Almeida, Carlos Rocha, Caetano Reis, Pinheiro, Pereira d’Almeida, Lima e Cruz. Foi esta mesma companhia que, a 23 de Dezembro de 1888, inaugurou o espaço, com a opereta “As Duas Rainhas”.
Acerca da opereta “Negrito de Chaves” a revista “Serões”, comentava …
Ainda sobre esta opereta “Negrito de Chaves”, em que o elenco era composto por actores negros, o jornal “O Século” de 22 de Abril de 1911 escrevia: «Estreou-se ontem, a nova companhia de negros das nossas possessões ultramarinas, contratada pelo empresário Segurado e dirigida pelo actor José Rodrigues Chaves.». Nesse ano, a mesma Companhia também levaria à cena as operetas: “Grã Duquesa de Gerolstein”, “Boccácio na Rua”, “Amor Luso-Brasileiro” e “Reino da Bolha”.
Nas caves do “Theatro da Rua dos Condes” abriria um restaurante, onde se realizavam as reuniões gastronómicas do grupo maçónico “Os Makavenkos”. Este grupo, era uma sociedade gastronómica-filantrópica fundada em 1884 por Francisco de Almeida Grandella (fundador dos “Armazens Grandella & C.ª”) com fins de solidariedade e beneficência. Faziam parte, entre outros, o duque de Lafões (D. Caetano de Bragança), Bulhão Pato, Rafael Bordalo Pinheiro, D. Francisco de Sousa Coutinho e o almirante Ferreira do Amaral. Política e religião eram assuntos nunca discutidos, tendo o seu ex-líbris como divisa «Honni soit qui mal y pense».
23 de Dezembro de 1888
«Entravam bem trajados pela Rua dos Condes, como se fossem para o teatro. Empresários, políticos, artistas, médicos, jornalistas, aristocratas e plebeus, monárquicos e republicanos, maçons, ultraconservadores e revolucionários passavam as bilheteiras sem parar, desciam dois lanços de escada e tocavam à porta da sociedade 'secreta' dos makavenkos... um clube privado lisboeta para polígamos "de todas as qualidades, excepto os vadios", que gostavam de petiscar na mesa e na cama. Ali, cozinhava quem sabia e desfrutava quem podia, sempre em agradável companhia feminina, também aceite sem descriminação de classe, da nobreza à rua, conforme as paixões dos convivas.
À entrada, vestiam o modo de ser makavenkal: o prazer da boa mesa, da "alegre rapioqueira", e a compensação dos 'pecados' com actos de benemerência. Mas, ao fim de 26 anos, quebraram uma das regras. Ou nunca cumpriram essa de não falar de política e religião. No ano de 1910, na Casa dos Makavenkos, onde a prioridade era dar "largas à alegria e elasticidade à tripa", preparou-se a revolução. Na cave do Teatro Condes, edifício que já foi cinema e é agora o Hard Rock Cafe, os republicanos e maçons Francisco de Almeida Grandella, 57 anos, José António Simões Raposo, 35, José Cordeiro Júnior, 40, José de Castro, 42, Machado dos Santos, 35, e Miguel Bombarda, 59, conspiraram contra a monarquia, contra o rei D. Manuel II, de 21 anos e no trono havia 29 meses.» in: revista Única do jornal “Expresso”
A partir de 1917, ano em que foi inaugurado, o restaurante “Abadia” instalado nas caves do Palácio Foz, - com quem o “Theatro da Rua dos Condes” comunicava por meio de um túnel destruído pelas obras do Metro -, passavam também a realizar-se, neste restaurante o mesmo tipo de reuniões gastronómicas do grupo maçónico "Os Makavenkos".
A estreia do “Theatro da Rua dos Condes” como cinema e teatro de variedades, ocorreu a 30 de Janeiro de 1915, pela ”mão” da “Empreza do Salão Olympia” propriedade de Leopoldo O’Donnell, com o filme italiano “Cleópatra”. O jornal “a Vanguarda” no dia seguinte escrevia:
«A Empreza do Salão Olympia inaugurou hontem aquelle theatro com espectaculos de «cine» e variedades.
(...) «Las Hermanas Sanches» uma »parelha» de baile pouco propria para uma casa da cathegoria em que a Empreza O'Donnel quer collocar o Rua dos Condes. Apresente a empreza uma Dorita Ceprano, Isabel Perez, Mary-Marima, Estrella d'Andaluzia, Paquita Escribano, Eloisa Carbonell e muitas outras e então sim. No entanto louvamos a iniciativa.
O theatro foi restaurado. A pintura a branco e ouro dá-lhe um bonito aspecto. Assitencia muito escolhida. Ao espectaculo assistiu o sr. ministro da Bélgica. Fazemos votos por uma longa vida e prosperidades.»
Mas apesar destes simpáticos votos … as receitas insatisfatórias levaram rapidamente o primeiro empresário do animatógrafo, a abandonar o projecto. Depois de voltar a teatro a 26 de Março do mesmo ano com a reposição da revista “Feira da Vida”, encerra a 17 de Abril do mesmo ano e reabre a 18 de Novembro de 1915, com a «revista lyrico phantastico Quadros Vivos».
Lista da maioria das representações no “Theatro da Rua dos Condes” (novo) entre 1888 e Janeiro de 1915
Contudo, José Martins Castello Lopes viu no espaço uma oportunidade a aproveitar e a 5 de Fevereiro de 1916 deu início à exploração do espaço pela empresa “Castello Lopes, Limitada.” passando, desde então, a utilizar a designação oficial de “Cinema Condes”, tendo mandado pendurar sobre o ferro forjado das varandas dos primeiro andar dois letreiros com a nova designação. O edifício, construído em 1888, foi, no Verão de 1919, alvo de obras que alteraram significativamente o seu interior, aumentando a sua lotação e transformando o ambiente e a disposição da sala.
José Martins Castello Lopes
“Cinema Condes” e a Rua dos Condes e o edifício do “Atheneu Comercial de Lisboa” ao fundo
Logótipo de apresentação da película criado em 1940 e cuja fanfarra que acompanhava foi gravada nos Estados Unidos
1922
1918
1932
1934
Bilhete de Convite para matinée elegante
Esse mesmo edifício manteve-se no activo enquanto cinema até 1951, ano da sua demolição, para dar lugar a uma sala construída de raíz - projecto do arquitecto Raúl Tojal - especificamente para o efeito, com capacidade para 907 espectadores.
Proposta do arquitecto Jorge Segurado que não teve sequência
O novo “Cinema Condes” dispondo de plateia, 1.º e 2.º balcões, com espaços de apoio ao público, como bar tabacaria e bengaleiros seria Inaugurado a 30 de Outubro de 1952, com o filme “Encontro com o Destino”.
29 de Outubro de 1952
«A sua fachada moderna decorada com um enorme baixo-relevo de Aristides Vaz, indiciava as preocupações que se tinham posto no interior do recinto, expressas na confortável sala que se inaugurara em 1952, com capacidade para 1000 espectadores, na qual pontuavam as decorações de José Espinho e as pinturas de Fernando Santos». in: “Cinemas de Lisboa” de Margarida Acciaiuoli
«O arquitecto Raúl Tojal projectou e orientou a obra, o engº Alfredo Fernandes fez os cálculos de estabilidade, o engenheiros Mariz Fernandes e José Cabrera estudaram a instalção eléctrica e o engº Manuel Bívar a acústica; José Espinho projectou a decoração, Julio Santos, fez as pinturas decorativas, e Aristides Vaz os baixos relevos da fachada.
A cargo de António Costa esteve a construção total da obra que incluiu a abertura duma cave que serve de amplo bar para a plateia.(…)
O novo Condes apresenta-se com um filme novo também, novinho em folha, celulóide fresca, de cores frescas, com argumento jovial e até original. (...)
E a projecção revela a melhor e mais moderna aparelhagem - Visor 60.
A aparelhagem de projecção e som foi montada pelo electrtécnico Amaro Pereira da Silva, que construíu, também, para a mesma cabina, um projector de diapositivos de esplêndido efeito.» in: “Diario de Lisbôa”
Novo cinema “Condes” inaugurado em 30 de Outubro de 1952
Programa e preçário de 1953
Capa de Programa de 1966
Homenagem a José Castello Lopes (4º sentado a contar da direita), no “Cinema Condes”
Seus vizinhos o “Odéon” paredes meias na Rua dos Condes e no lado oposto a este, o cinema “Olympia” (foto da direita)
Acerca da história do cinema “Odéon” consultar neste blog o seguinte link: Cinema Odéon
Em consequência da americana Metro Goldwyn Mayer iniciar a produção de filmes em 70 milímetros, no início dos anos 60 do século XX, José Manuel Castello Lopes (filho de José Martins Castello Lopes) numa entrevista à revista “Visão”, em 1 de Fevereiro de 1996, afirmava:
«(...) Nessa altura, lançou-se nos filmes de 70 milímetros e na conversão de filmes antigos. Por causa disso, deitámos meio Condes abaixo para ampliar o ecrã e introduzirmos na sala o último grito em aparelhagens. A abertura foi um sucesso.»
José Manuel Castello Lopes no escritório da empresa com um poster do filme “E Tudo o Vento Levou”
Foto de António Pedro Ferreira, in jornal “Expresso”
Em Outubro de 1967, o “Cinema Condes” sofreu um incêndio que deixou a plateia calcinada. A propósito, e na mesma entrevista, José Manuel Castello Lopes recordava:
«Lembro-me do incêndio que destruiu o interior do Condes, no final dos anos 60, uma semana depois de se fazerem as obras de conversão para 70 milímetros. Depois, foi a abertura heroica em 38 dias, com Gérard à frente de uma equipa de muitos colaboradores extraordinários. Lá fora, pusemos um placard com os dias que faltavam para a abertura e as pessoas apostavam se conseguiríamos ou não abrir no dia ali indicado. Conseguimos! Com um filme chamado, ironicamente, "O Incerto Amanhã".»
Obs: Depois da morte de seu irmão Gérard Castello Lopes em 2011, José Manuel Castello Lopes ficou sozinho á frente da empresa de distribuição de filmes e é actualmente um dos poucos distribuidores antigos que restam.
Nota: A propósito desta última foto da sala de espectáculos queimada, como já repararam não publiquei fotos do interior dos dois cinemas “Condes”. Muito procurei, tendo igualmente recorrido a colegas de blogs, mas não consegui nada … tendo sido esta foto a única do seu interior que obtive.
O cinema “Condes” manteve-se como sala de projeção até 1997, ano em que deixou de poder competir com as novas salas de cinema dos centros comerciais, e por consequência tendo encerrado definitivamente.
Bilhete do ano do encerramento do “Condes” em 1997
Fotogramas a partir de documentário "Encerramento do Cinema Condes" na RTP Arquivos
Este edifício depois de ter sofrido profundas alterações ao nível do seu interior para receber, a partir de 2003, o “Hard-Rock Café” de Lisboa, mantém, ainda hoje, o seu aspeto exterior original.
Bibliografia: Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I. P
Fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Hemeroteca Digital, Citizen Grave