A Rainha D. Amélia, iniciando a sua obra anti-tuberculosa em Portugal, funda em 1893 o “Dispensário de Alcântara”, ou “Dispensário Rainha Dona Amélia”, que será uma das suas obras mais queridas, que manterá com fundos pessoais e a quem dedicará muitas horas de dedicado voluntariado, interessando com o seu exemplo muitas das damas da corte.
Como escrevi no artigo “Instituto Nacional de Assistência aos Tuberculosos”, em 1916 estimava-se que a tuberculose matasse 15 mil a 20 mil portugueses por ano, e no período de 1917 a 1922, entre 7 mil e 10 mil, por ano
Em 1934, o arquitecto Carlos Ramos vence o concurso público, lançado pela “Assistência Nacional aos Tuberculosos”, para a edificação de dispensários a construir em todas as sedes de distrito e de concelho, equacionando uma solução aplicável a circunstâncias regionais diversas e estabelecida a partir de critérios comuns de economia, rapidez e funcionalidade.
Interior do “Dispensário de Alcântara” em 15 de Maio de 1950
Quando a Rainha Dona Amélia visitou Portugal em 1945, insistiu em deslocar-se ao seu muito querido Dispensário de Alcântara, onde a rodearam dezenas de crianças, assistidas na mesma instituição que ela fundara havia mais de meio século.
Visita da Rainha Dona Amélia ao “Dispensário de Alcântara” em 1908
Visita da Rainha Dona Amélia a uma creche junto ao “Dispensário de Alcântara”, em 1945
E finalmente em 7 de Novembro de 1945, é publicado o Decreto-Lei n.º 35:108 através do qual é criado o “Instituto Nacional de Assistência aos Tuberculosos”, que absorveu a “Assistência Nacional aos Tuberculosos” criada pela Rainha D. Amélia.
1928 1933 1951
1945
Em 2006 o edifício principal do “Dispensário de Alcântara” encontrava-se devoluto, mantendo-se as Irmãs Missionárias no edifício anexo, localizado no limite oeste da propriedade. Esta congregação religiosa, que durante décadas desenvolveu actividade educativa e assistencial no dispensário, continuava a prestar cuidados nesta última área, funcionando na propriedade do antigo dispensário um "Banco alimentar", garantindo assim distribuição de alimentos à população carenciada da zona de Alcântara. Em 2010 estava já vazio e devoluto, com um letreiro “Vende-se” …
fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Biblioteca Nacional de Portugal, SIPA