Restos de Colecção: fevereiro 2014

28 de fevereiro de 2014

Exposição Histórica do Ministério das Finanças

A "Exposição Histórica do Ministério das Finanças" foi inaugurada em 5 de Julho de 1952, no novo edifício do Ministério das Finanças situado na Avenida Infante Dom Henrique, a Oriente da Praça do Comércio, em Lisboa.

Ao mesmo tempo desta Exposição forma inauguradas, também, a escadaria monumental, o pátio interior aclaustrado, e algumas dependências do andar superior do edifício do Ministério das Finanças em ligação com a escadaria, tudo da autoria arquitecto Porfírio Pardal Monteiro. O amplo edifício do Ministério já tinha, em suas alas, havia alguns anos a funcionar secretarias e serviços.

 

O átrio que precede a escadaria de entrada, foi decorada com baixos relevo de Leopoldo de Almeida, e duas esculturas em pedra situadas no alto da escadaria monumental, foram da auto ria do escultor de Álvaro Brée. Parte  das paredes desta escadaria seriam revestidas de frescos de A. Rebocho.

No centro do pátio interior, ou claustro, dentro de um lago foi implantado um obelisco, traça de pardal Monteiro, coroado por uma esfera armilar, e assente sobre uma base arquitectónica, com figuras escultóricas de dragões e grifos, da autoria de Maximiano Alves.

Este edifício veio ocupar a área da velha alfândega pombalina, concluída em 1772, e que por sua vez substituiu as casas da alfândega provisória levantada depois do terramoto, e que ardeu em 1764.

«Lembremo-nos de que assentou ali cerca, antes do Terramoto, a velha alfandega de D. Manuel e D. João III, com a Casa dos Contos, o Tribunal das Sete Casas, Mesa Grande, o Paço da Madeira. Tudo afinal evocações do comércio e da fazenda dos tempos velhos.»

Quanto à "Exposição Histórica do Ministério das Finanças" ...

«A exposição patenteada em dezenas de salas e camaras oferece um alto interesse. Ela pretende comemorar o século e meio que passam sobre a criação do Ministério da Fazenda, e os vinte anos que distam da investidura do sr. dr. Oliveira Salazar, já ministro das Finanças na Presidência do Conselho.
Mas a exposição recua a muito mais do que a 1801, tempo do príncipe regente D. João.»

Auto de inauguração da Exposição Histórica do Ministério das Finanças

in: Arquivo Contemporâneo do Ministério das Finanças

O coche setecentista, exibido na entrada, veio do Museu dos Coches, tapeçarias do Museu de Arte Antiga e do Palácio da Ajuda, Quadros famosos vindos do Museu da Cidade ainda no Palácio da Mitra,etc.

«Depois vêm os gráficos da evolução da dívida pública, evolução de saldos orçamentais, receitas, impostos, etc., etc., que é o livro aberto dos nossos dias.»

 

 

 

Todos os departamentos do Ministério das Finanças, ou com ele relacionados, tiveram representação gráfica e documental, nomeadamente a Fazenda Pública, as históricas alfândegas, os impostos, a contabilidade, a Junta de Crédito Público, os serviços geográficos e cadastrais, o Instituto Nacional de Estatística, a Casa da Moeda, etc.

 

 

 

«Em volume oferecem um interesse distinto as salas relativas aos serviços alfandegários e fiscais, com maquinaria curiosa. Uma balança em bronze da casa da Índia (1803), padrões de pesos e medidas, apetrechos náuticos, a miniatura de uma das famosas galeotas reais. Tudo isto, e muito mais, se relaciona com o Ministério da Fazenda ou serviços que o precederam.» 

  

 

 

Bibliografia: todos os textos entre comas, foram retirados do jornal “Diário de Lisboa”

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Arquivo Municipal de Lisboa

27 de fevereiro de 2014

Antigas Viaturas Militares (3)

Ambulância “Horsch” de 1932

Autocarro de passageiros “Ford”

Moto “Royal Enfield” de 350 cc

Viatura de transporte “Chevrolet” Canada

fotos in: Viaturas Militares Portuguesas

26 de fevereiro de 2014

Agência da CGD na Guarda

A “Caixa Geral de Depósitos” (CGD) foi criada pela Carta de Lei de 10 de Abril de 1876, no reinado de D. Luís, sendo na altura Ministro da Fazenda Serpa Pimentel e presidente do 34º Governo Constitucional Fontes Pereira de Melo.

A partir de 1929 a “Caixa Geral de Depósitos” passa a designar-se “Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência”, denominação que se manterá até 1993. Na sua organização, divide-se em serviços privativos e serviços anexos - a “Caixa Nacional de Previdência” e a “Caixa Nacional de Crédito”. Estes dois serviços anexos configuram entidades com personalidade jurídica e autonomia financeira, mas administradas pela “Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência”. Na “Caixa Nacional de Crédito” são centralizados todos os serviços e operações do Estado que respeitem a crédito agrícola e industrial, a quaisquer outras operações de crédito, sejam quais forem os Ministérios por onde este haja sido concedido, e quaisquer outras operações de crédito de conta do Tesouro.

É em 1939 que é inaugurada a agência da “Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência”, na cidade da Guarda, tendo sido projectada pelo arquitecto Luís Cristino da Silva.

 

  

               

 

É a partir da reforma de 1929 que a Caixa se pode começar a afirmar como estabelecimento de crédito, alargando os limites em que até então praticamente se continha, de financiamento do Estado.

A “Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência” deixa de poder realizar operações de crédito agrícola ou industrial, descontos ou financiamentos a particulares, com o aval do Governo, sendo as contas correspondentes transferidas para a “Caixa Nacional de Crédito”. Poderá, no entanto, continuar a prestar financiamentos à administração central, local e entidades corporativas, através dos ministérios, das Câmaras Municipais, diversas entidades públicas de coordenação económica e corporações (designado genericamente “Crédito ao Sector Público e Corporativo”).

1933

Entre 1938 e 1943, o arquitecto Luís Cristino da Silva seria responsável por outras duas agências da “Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência”, a de Castelo Branco e a de Leiria.

                        Agência de Castelo Branco                                                             Agência de Leiria

 

Agência da “Caixa Geral de Depósitos” da Guarda (uma das) actualmente

    

A 20 de Agosto de 1993 “Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência” é transformada em sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, de que só o Estado pode ser detentor, passa a denominar-se “Caixa Geral de Depósitos, SA”, e rege-se pelas mesmas normas das empresas privadas do sector.

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

23 de fevereiro de 2014

Salões de Bilhares em Lisboa

Segundo se julga saber, as primeiras mesas de bilhar (correspondentes às actuais mesas de carambola) terão aparecido em França em 1469. Em 1475 Luís XI concede as primeiras licenças para a exploração de salas de bilhar. Em 1516 e 1560 surgem as primeiras mesas de bilhar em Espanha e Inglaterra, respectivamente.

O Bilhar de competição (inicialmente apenas com a carambola) nasce em Portugal em 1930, com a criação, no Porto, da “Federação Portuguesa dos Amadores de Bilhar” que, em 1932 organizou, em Espinho, o III Campeonato do Mundo de Bilhar Livre. A representação Portuguesa coube a Alfredo Ferraz e a Portugal da Mata. A prova foi ganha pelo espanhol Butron que, com uma série de 500 carambolas iguala o recorde do mundo. Em 1936 nasce, em Lisboa, a “Associação Portuguesa de Bilhar”.

“Academia de Bilhar da Esperança” na Avenida D. Carlos I, no início do século XX

Loja de Bilhares de José Alexandre de Senna, na Rua Nova do Almada em Lisboa (anúncio de 1899)

   

Anúncio de 1907

Stand da “Casa Sampaio” (já extinta e com sede no Largo da Graça em Lisboa) na V Exposição das Caldas da Rainha

Como exemplo dum salão de Bilhares em Lisboa, pela qualidade e pormenor das fotos, escolhi o “Café Portugal” inaugurado, no Rossio em Lisboa, a 16 de Abril de 1938, e aqui já tratado num artigo específico no seguinte link: Café Portugal”. Pelas suas dimensões pode-se aquilatar da quantidade de adeptos que este desporto granjeou entre os anos 30 e 60 do século XX.

Salões de Bilhares do “Café Portugal” em 1938

 

 

 

Outro salão de Bilhar muito famoso era o do Café Chave D’Ouro”, também no Rossio e inaugurado em 1916, que equipou este estabelecimento a partir de 1936, a quando da sua reforma, conduzida pelo arquitecto Norte Júnior.

Salão de Bilhar do “Café Chave d’Ouro”, no Rossio

Salão de Bilhar do “Café Gelo”, no Rossio

Já agora, o salão de Bilhar do Palácio de Belém …

Outros cafés lisboetas famosos, longe do Rossio, ofereciam salões de Bilhares como, o “Astória” na Avenida da Igreja, o “Café Londres” na Praça de Londres, etc.

Só em 1958 o Bilhar europeu passou a dispor de uma organização, a “CEB - Confederação Europeia de Bilhar” englobando 15 Federações, entre as quais a “Federação Portuguesa de Bilhar”. Um ano mais tarde cria-se a “UMB - União Mundial de Bilhar”, que viria a alargar a sua zona de influência a quase todo o mundo.

Actualmete, a modalidade de Bilhar abrange três grandes sectores: a Carambola, o Pool e o Snooker.
A Carambola, desde 1936, e o Pool, desde 1990, estão integrados na “Federação Portuguesa de Bilhar”, com os seus calendários regulares de provas oficiais em cada época.

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Digital