Restos de Colecção: julho 2014

31 de julho de 2014

Fábrica de Material de Guerra de Braço de Prata (3)

Recordo que a “Fábrica de Material de Guerra de Braço de Prata”, localizada na freguesia de Marvila em Lisboa, começou  a laborar em 1908 sob a designação de “Fábrica de Projécteis de Artilharia”.

Acerca do seu historial, consultar neste blog o seguinte link: “Fábrica de Material de Guerra de Braço de Prata

 

 

 

 

Consultar também o seguinte link: “Fábrica de Material de Guerra de Braço de Prata (2)

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

30 de julho de 2014

Estação de C.F. do Estádio Nacional

A “Estação de Caminho de Ferro do Estádio Nacional”, parte integrante do complexo desportivo do Jamor projectado pelo arquitecto Miguel Jacobetty Rosa, era o terminal dum curto ramal ferroviário que ligava a estação da Cruz Quebrada (Linha de Cascais) ao Estádio Nacional no Vale do Jamor, orientado na direção do terminal Cais do Sodré.

 

Foi aberto à exploração - regulamentada pelo Decreto-Lei n.º 35867, de 18 de Setembro de 1946 - em 16 de Junho de 1944 (6 dias depois da inauguração do próprio estádio) e destinava-se a serviço eventual de passageiros em dias de eventos desportivos importantes, circulando comboios com partida da Estação do Cais do Sodré antes de cada evento e no sentido inverso depois de este terminado.

Passagem superior da Estrada Marginal sobre a linha entre o Estádio Nacional e a estação da Cruz Quebrada

Esta Estação tinha como principal característica, as arcadas que delimitavam todo o edifício. No eixo de simetria do edifício principal erguia-se uma torre que se destacava, afirmando a sua verticalidade no conjunto e fazendo lembrar as estações de caminho de ferro regionais. Esta torre era encimada com um telhado de 4 águas bastante inclinadas, um relógio e um cata-vento que relembravam o gosto mais tradicionalista da arquitectura portuguesa.

  

Porta da Estação de Caminho de Ferro do Estádio Nacional

O ramal do Estádio Nacional viria a ter serviço regular de passageiros entre 17 de Julho de 1950 e 1 de Novembro de 1979, aquando do encontro de futebol Portugal-Noruega, o seu último uso comercial. Foi desafetado ao domínio público ferroviário pelo Decreto-Lei n.º 92/85 de 1 de Abril de 1985, estando já na altura «em estado de completo abandono e degradação»

Esta Estação e o seu ramal, foram demolidos e no seu lugar foi construído o “Complexo de Piscinas do Jamor” que foi inaugurado a 1 de Outubro de 1998.

 

Acerca da história do “Estádio Nacional” consultar artigo neste blog no seguinte link: Estádio Nacional”.

Fotos in:  Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

29 de julho de 2014

Curiosidades Automoblísticas (12)

Automóvel “Peugeot” na Rotunda (futura Praça Marquês de Pombal), em Lisboa

 

Largo do Corpo Santo, em Lisboa

“Semana Citröen”, em 1931, no stand da Avenida da Liberdade, em Lisboa 

 

Oficinas da “Citroën” na Rua António Serpa, em Lisboa

Publicidade em 1929

  

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Arquivo Municipal de Lisboa, Hemeroteca Digital

27 de julho de 2014

Lago do Jardim do Campo Grande

O jardim, começou a ser criado com a plantação de um exuberante arvoredo no reinado de D. Maria I. no espaço do antigo “Campo 28 de Maio”, em Lisboa. Ao longo do século XIX este espaço de lazer serviu para circulação de carruagens e cavaleiros. Mais tarde, foi construído um lago para barcos de aluguer.

"O antigo Campo de Alvalade, o Grande. - Quando a Rainha Santa Isabel fez celebrar pazes entre seu esposo e filho ... - Alvalade, campo de manobras militares antes de «Alcácer-Quibir». - D. Maria I, benemérita do Campo Grande. - Nos tempos, aqueles, em que um poço dava dinheiro. - Um palácio, D. José e uma certa Madre Paula ... - Antigamente já havia hospitais «fora de portas ....» - Uma feira que era uma das maiores do país. - As corridas de cavalos ingleses e as aposta de muita valia." in: Revista Municipal (1948)

“Campo Grande” no início do século XX

 

Em 16 de Julho de 1948 a Comissão de Toponímia da cidade de Lisboa, alteraria a designação de Campo “28 de Maio”, para, simplesmente, “Campo Grande”. Igualmente seria mudada a designação da Avenida Alferes Malheiro, para Avenida do Brasil.

"O Campo Grande no tempo dos chapéus «de coco». - A fuga da gente «elegante». - A agitação política e o Campo Grande. - Quando havia em Lisboa risonhos «cafés» de «camareras» e trens de praça no Rossio. - Um macaco embalsamado que não metia susto a ninguém. - O Campo Grande, passeio predilecto de costureiras e «magalas». - Votado a um completo abandono ... - Procurando remediar o mal, com remédios de pouco efeito. - O ciclone de 1941 destruiu grande parte do que restava. - As grandiosas obras em curso no Campo «28 de Maio»." in Revista Municipal (1948)

Planta Topográfica 9P de Alberto Sá Correia, de Outubro de 1907

Planta Topográfica de 1907

O “Lago do Campo Grande” estava dotado de barcos a remos e de um chalet / quiosque para venda de refrescos

 

 

 

Em 1944 o Ministro das Obras Públicas engº Duarte Pacheco manda remodelar profundamente em estilo modernista. Para tal encomenda o projecto ao arquitecto Keil do Amaral, e a obra irá decorrer entre 1944 e 1948. De referir que este arquitecto tinha sido o responsável do pavilhão de Portugal na Exposição Internacional de Paris em 1937., e do “Pavilhão de Chá” de Montes Claros, inaugurado em 9 de Julho de 1942, e que mais tarde viria a ser o Restaurante “Montes Claros”.

Projecto inicial para o Bar da Ilha do Lago

Escultura de Canto da Maya no topo da “Ilha do Botequim”

Esculturas de Rocha Correia na ponte para o pavilhão da esplanada

 

          


gentilmente cedido por Carlos Caria

 

"E é assim que a pradaria dos tempos da Rainha Santa Isabel e do aguerrido Rei Sebastião; o bosque do tempo de D. Maria I e do Conde de Linhares, D. Rodrigo de Sousa Coutinho, ministro de Estado; o parque da época queiroziana dos «Dâmasos Salcede» e dos «Conselheiros Acácios»; o «passeio» quase deserto dos nossos dias - o Campo Grande - se está integralmente modificando para nos proporcionar belas tardes de sol primaveril, ou de frescura estival, mas sempre de tranquilidade, de quietação ... de sossego, em certos dias tão desejadas, pelos dinâmicos habitantes de uma cidade trabalhadora e cosmopolita como é presentemente esta NOSSA LISBOA". in Revista Municipal (1948)

Pavilhão do “Restaurante Alvalade”

 

Interior do “Restaurante Alvalade”

Mais tarde, em 1970, este pavilhão restaurante seria demolido e daria lugar a um novo edifício de 2 pisos que albergaria 1 restaurante e 1 bar de luxo mantendo praticamente a mesma designação: “Alvalade restaurants”. Em 1974 e após encerramento deste restaurante, o edifício foi remodelado e transformado no seu interior, para ser o centro comercial e cinema “Caleidoscópio” inaugurado em 1 de Novembro de 1974.

“Alvalade Restaurants” inaugurado em 1972

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Arquivo Municipal de Lisboa