A loja de ferragens, arames e metais para a construção civil "Rocha, Amado & Latino, Lda.", foi fundada em 1880, na Rua Nova do Almada, em Lisboa sob a sua primeira denominação: "Silveira & C.ª ".
Do livro "Praça de Lisboa", organizado por Carlos Bastos, e publicado de 1945, retirei o seguinte apontamento histórico:
Em 1885, tendo saído o sócio José M. Chicharo e entrado, em sua substituição, Domingos José Marques Guimarães, o pacto social modificou-se para Silveira & Guimarães, que se conservou até 1890, passando então a Silveira, Guimarães & C.a, em virtude de haver ingressado na Sociedade António Augusto Marques Guimarães, filho de Domingos José Marques Guimarães.
Pela retirada de António Nunes da Silveira, em 1913, a firma passou a girar sob a razão social de António Guimarães & C.a, sendo formada por António Augusto Marques Guimarães e Carlos Júlio Ferreira da Rocha, êste último até então empregado da casa, para a qual tinha entrado em 1901 como marçano. Muito embora, em 1916, Joaquim Raimundo Amado viesse compartilhar da sociedade, dêsse facto não resultou qualquer alteração da firma.
Em 1918, porém, com a morte do sócio António Augusto Marques Guimarães, os dois sócios sobreviventes admitiram como novo sócio a Latino Nunes Ferreira e adoptaram a firma Rocha, Amado & Latino.
Em 1921, finalmente, com a entrada dos sócios António Gonçalves da Silveira, Manuel Ferreira da Rocha e Bruno Renato Ferreira da Rocha, constituíu-se a actual firma Rocha, Amado & Latino, Lda.
Assim os actuais sócios são Carlos Júlio Ferreira da Rocha, Joaquim Raimundo Amado, Latino Nunes Ferreira, António Gonçalves da Silveira, Manuel Ferreira da Rocha e Bruno Renato Ferreira da Rocha, a cuja harmoniosa e inteligente colaboração se deve o próspero incremento tomado pela casa nestes últimos anos, de modo a dignificar as brilhantes tradições criadas pelos fundadores.
O primeiro estabelecimento fundado pela firma Silveira & C.ª foi na Rua Nova do Almada 13 e 15 e ai continua sendo a sede da casa, que nêle explora especialmente o comércio de ferragens e ferramentas. No entanto, ampliando a sua esfera de acção, a actual firma, em 1921, montou um novo estabelecimento à Rua da Boa Vista, 54, onde exerce o ramo de metais e arames e em 1934, outro ainda, na Rua da Prata, 82, destinado especialmente ao negócio de arames, rêdes, gaiolas e todos os trabalhos de arameiro.
De progresso em progresso, perseverando sempre na manutenção duma continuidade comercial condigna das tradições criadas em quási um século de brilhante existência, a actual firma Rocha, Amado & Latino, Lda, constitue um alto exemplo de actividade, permanente e progressiva, sendo por isso merecedora dos maiores louvores e das mais justas referências.
Ocupando hoje sólida posição no mercado interno, a sua vasta clientela estende-se a todo o País, não havendo localidade distante ou modesta em que deixe de contar com dedicados fregueses e amigos.»
Em Outubro de 2011, o panorama das lojas de ferragens na Baixa lisboeta, e segundo um artigo do "Gabinete de Estudos Olissiponenses" da autoria de Guilherme Pereira, e que passo a transcrever, era o seguinte:
Se 8 destes 9 estabelecimentos estão concentrados na Baixa poente - R.Fanqueiros, R.Madalena, Poço do Borratém, mais existem na R. Boavista e no Conde Barão, tradicionalmente zonas deste tipo de comércio de máquinas e ferramentas. São estabelecimentos de espaço diminuto a médio - pois os grandes armazéns, as grandes firmas foram fechando ao longo do último quartel do século XX acompanhando a desindustrialização da capital: JB Fernandes; Senna, Botto & Leitão; Horácio Alves; Rocha, Amado e Latino Lda. (R.Prata e R.Nª Almada); Teixeira Lopes & Neves; Francisco José Simões, J.Pinto Coelho (na Boa Hora), Sociedade Aços e Metais.»
A mencionar: "Loja de Ferragens José M. de Almeida Duarte" - 1836 (Calçada do Combro); "Costa & Costa, Lda." - 1922 (R. João das Regras); "Casa Guedes" - 1922 (R. Portas de Sº Antão); "Silmosi" - 1946 (Rua da Conceição); "Ferragens G. Lemos, Lda." - 1948 (R. da Madalena); "Mundo das Ferramentas" - 1970 (R. João das Regras; "Caromel" - 1996 (R. do Comércio); "Brilhipotencia" - 2011 (R. de S. Paulo).
fotos in: Hemeroteca Digital de Lisboa
1 comentário:
Recordo com muita saudade as lojas do meu pai Antonio de Sousa Rodrigues da Silveira e dos seus socios , eram lindas as lojas , fui lá muitas vezes ter com o meu pai
Guida Silveira
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