O “Hotel Internacional” localizado na Rua da Betesga, com confrontações com a Rua Augusta e Rua dos Correeiros, em Lisboa, abriu as suas portas em Novembro de 1914. Propriedade da firma “Francisco F. Gonçalves Junior & C.ª”, veio a ocupar o edifício do antigo “Hotel Camões”, na esquina da Rua da Betesga com a Rua dos Correeiros, e o edifício de esquina da Rua Augusta com a Rua da Betesga. Este último edfício foi mandado construir em 1909, por António da Silva e Cunha - proprietário da “Fábrica Confiança”, no Porto - e projectado pelo arquitecto José Christiano de Paula Ferreira da Costa (1850-1919).
“Hotel Internacional” e “Camisaria Confiança” em 18 de Julho de 1930 e no início dos anos 50 do século XX
Notícia em 29 de Setembro de 1914
Anúncio de 30 de Novembro de 1914 e cartaz publicitário em 1920
O “Hotel Camões” - que em 1894 tinha estado instalado na Travessa de São Nicolau, 13 - permaneceu no edifício de esquina da Rua da Betesga com a Rua dos Correeiros até finais de 1913, mantendo, também, o primeiro piso do edifício esquina com a Rua Augusta, altura em que o contrato de arrendamento passou para a nova firma que, arrendando todo o edifício contíguo esquina com a Rua Augusta, à excepção das lojas, instalaria o novo “Hotel Internacional”. De referir que este edifício esquina com a Rua Augusta, pertença de António da Silva e Cunha, fundador da “Fábrica Confiança” em 1883 na Rua de Santa Catarina no Porto, albergava nas suas lojas a famosa “Camisaria Confiança”.
Primitivo edifício na esquina da Rua Augusta com a Rua da Betesga
“Hotel Camões” na Rua da Betesga esquina com a Rua dos Correeiros e novo edifício com a “Camisaria Confiança”
Anúncio na “Gazeta dos Caminhos de Ferro”, em Outubro de 1913
Em 1919, o “Hotel Internacional” é adquirido pela firma “Sociedade Lusitana de Hoteis, Lda.” passando os contratos de arrendamento dos dois edifícios para o nome desta, conforme descrição seguinte nos anais da CML:
«O Hotel Internacional é explorado pela Sociedade Lusitana de Hotéis, Lda. em dois prédios classificados da baixa pombalina e contíguos, pertencentes a proprietários distintos, que constituem entre si uma unidade funcional para estes efeitos:
- Um sito na Rua dos Correeiros, nºs. 227, 229, 231, 233, 235, 237, 239 e Rua da Betesga, nº. 1, 1-A e 1-B, 1100-161, que tomou de arrendamento com excepção das lojas em 1919;
- e o outro sito na R. da Betesga nº 3, onde se situa a sua sede e que torneja com a Rua Augusta nºs 284-286, que igualmente terá tomado de arrendamento com exclusão da loja desse mesmo prédio.»
Anúncio em 1959 e etiqueta de bagagem
1920
Entre 2005 e 2009, “Sociedade Lusitana de Hoteis, Lda.”, de José e Alexandre Martins (pai e filho), fez profundas obras de renovação e transformação deste hotel, sob o projecto do arquitecto Nuno Lagartinho do gabinete “EAO- Portugal, Arquitectura, Lda.”, mudando a designação para “Internacional Design Hotel”.
Antes …
… e depois
«Do antigo “Hotel Internacional” mantém-se a fachada (agora com alguns tons de roxo) e o número de quartos (55), mas além do upgrade de duas para quatro estrelas, houve ainda uma rendição ao design, que está presente nos vários estilos de decoração. Hoje, os quatro pisos de quartos estão organizados por temas: o Zen (de inspiração asiática), o Urbano (com telas gigantes de graffitis, sobretudo do Bairro Alto), o Tribal (com motivos afro), e o Pop (com várias obras inspiradas nas de Andy Warhol). Cada piso tem perfume e música próprios e os quartos vão da gama S ao XL, subindo de preço não conforme o tamanho, mas sim de acordo com a vista sobre a cidade. Também os luxos vão aumentando à medida que se sobe na categoria dos quartos. Lá mais para cima fica o Heaven room, misto de business room, biblioteca e parlour de massagens por encomenda. A cor está presente em toda a parte. Desde o mobile com candeeiros, da autoria de Sofia Courteilles, cujas tonalidades são injecções cromáticas de cada continente, ao lilás da fachada, escolhido pelo arquitecto Nuno Lagartinho.» in revista “Publituris”.
fotos in: Hemeroteca Digital, Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca Nacional Digital, International Design Hotel
3 comentários:
Considero uma perda enorme terem abdicado daquelas varandas dos janelões !
Tenho muito interesse nesta postagem porque conheço descendentes do Sr, Machado.
Caro João Menéres
Para já não falar nos placards de verde horrível, e enormes, do "Novo Banco ...
Cumprimentos
José Leite
Sim, é verdade. Mas, quem sabe, se mais depressa se alterarão...
Um abraço.
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