Em 9 de Julho de 1920, a "Companhia Portuguesa de Pesca’" é fundada com o capital de 3.600.000$00, instalando-se nas antigas instalações da "Fábrica de Algodão da Companhia Lisbonense" (antigo Convento de São Paulo), no Olho de Boi., em Almada.
Depois de algumas obras de remodelação, o complexo foi adaptado com oficinas, estaleiro, armazéns e elevadores de gelo, instalações frigoríficas, depósitos para combustível, um gerador próprio, máquinas de trituração de gelo, fundição, oficinas de rede e de poliano.
Instalações no Olho de Boi, em Almada
O crescimento da frota pesqueira da empresa ditou uma racionalização dos seus meios, dividindo as áreas de produção entre a zona ribeirinha de Lisboa (exploração de um cais em Lisboa para as descargas de pescado) e Almada. Nesta margem do rio, foi assim construído um bairro para os operários que laboravam na reparação da frota naval da empresa, um trabalho contínuo de manutenção dos navios. Nele habitavam várias categorias técnicas e respectivas famílias: electricistas, serralheiros, carpinteiros, caldeireiros, desenhadores, pedreiros, pintores. Foram também adquiridos os terrenos contíguos do Olho de Boi e, mais tarde, da Fonte da Pipa.
Até à década de quarenta, a pesca foi realizada ao longo da Costa, estando condicionada em tempo pelos rudimentares meios de refrigeração do pescado. O progresso técnico no processo de refrigeração a partir da segunda Guerra permitiu o incremento da pesca no mar alto.
“Alcatraz” de 1924 “Alcatraz” e “Liberal Primeiro”
“Alvor” “São Gonçalo”
O cais da "Companhia Portuguesa de Pesca" foi aumentado durante a década de cinquenta, época de maior produtividade da Companhia, de modo a facilitar a descarga do carvão mineral para os navios a vapor. Foram também construídos o refeitório e o vestiário. Neste período, a "Companhia Portuguesa de Pesca" chegou a possuir 25 navios, posteriormente transformados com motor, e 700 trabalhadores numa área total de 42 mil m2. Na década de setenta foi ainda construída uma oficina de electrónica e de niquelagem.
Após o 25 de Abril, esta Companhia entrou em declínio, o número de trabalhadores foi sendo reduzido e em 1984, quando foi dada como extinta, empregava 370 trabalhadores. Parte dos terrenos da antiga CPP são propriedade do Museu Naval de Almada /Câmara Municipal de Almada.
Título de 1 acção de 1920 Publicidade em 1943
fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Hemeroteca
10 comentários:
Hoje todos estes terrenos e instalações fabris estão ao abandono, e no estado de degradação, que de Cacilhas ao cais do ginjal, olho de boi e fonte da pipa, já é dificil transitar devido ao eminente estado de derrocada das instalações.
Não temos mesmo entidades ou gente capacitada para dar a melhor solução a estes problemas a começar pelo ICN.
Bom ano de 2011
Carlos Caria
Caro Carlos Caria
Um bom ano de 2011, também, para si.
Cumprimentos
José Leite
Bom Dia,
Sei que há um projecto em apreciação para o local, estando já os arqueólogos a verificá-lo.
Subi a bordo do Alvor várias vezes com o meu pai, tenho saudades desse tempo, quando Portugal tinha uma das maiores frotas marítimas da Europa...!!!
Um abraço
Carlos
Caro Carlos Caria
Tempos que já lá vão ....
Um abraço
José Leite
Que saudades tenho dos tempos em que navegava no Alcoa , Alvor e Alcatraz , tinha os meus 18 anos , estou com 64 , como o tempo passou.
Naveguei no Alcoa , Alvor e Alcatraz , trabalho muito duro , pois a conservação do peixe era a gelo , recordo dois Comandantes, Nortadas e jacob,realmente como o tempo passou.
Muito Bom dia
Gostaria de deixar uma informação útil em todos os sentidos.As duas fotos P/b das instalações da CPP são propriedade do Museu Naval de Almada /CMA e não das entidades referidas em rodapé.
Faço esta correcção porque não havia necessidade de apagar ( de forma um pouco artesanal) os nºs de registo.Pode ser confirmado no site da CMA/Divisão de Museus e Património Cultural.
Caro Anónimo
Muito Bom dia
Grato pela sua correcção. De onde fui retirar a informação, pelos vistos estava incorrecta. Vou proceder à alteração.
Quanto ao apagar dos números de registo apenas o fiz com o intuito de "limpar" as fotos e em nada alterou a essência da foto. Quanto á «forma um pouca artesanal»... cada um faz o que sabe e pode fazer.
De qualquer forma as fontes onde fui buscar as fotos estão referidas.
Mais uma vez grato pela correcção e pelo seu comentário
José Leite
Sr. José Leite.
O meu texto feito ao "correr da pena" não tem como objectivo criar polémica. Se o fez aqui fica o meu pedido de desculpas.A referência à forma artesanal resulta do facto de ser fácilmente visível.
Para terminar também lhe digo que visito com muito gosto e alguma regularidade (possível) este Blogue e que logo que me seja oportuno lhe farei chegar, a minha identificação bem como algumas fotos que contribuirão para a divulgação do nosso Património Indústrial e Naval.
Grato pela atenção dispensada.
Caro Anónimo
Fique descansado que não criou polémica.
Estou certo que ao abordar um "cem" número de temas bem diversos e indo buscar a outro "cem" número de fontes não estou isento de erros, omissões, inexatidões, etc.
Tento ser o mais correto e preciso possível, e conto tambem com a preciosa ajuda dos visitantes e seguidores deste blogue como o senhor(a)em me corrigirem.
Fico a aguardar a sua preciosa colaboração.
Grato pela sua atenção
Cumprimentos
José Leite
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