Após diversas alterações ao projecto original da autoria do arquitecto Manuel Joaquim Norte Junior (1878-1962), o “Cine-Teatro Carlos Manuel” foi inaugurado em 20 de Novembro de 1948, no Bairro da Estefânia na Vila de Sintra. Não sendo a mais significativa obra deste arquitecto, foi considerada como representativa de um estilo modernista tardio com elementos Art Deco.
Ante-projecto do arquitecto Manuel Joaquim Norte Júnior
Lembro que foi este arquitecto também responsável pelo projecto do “Casino de Sintra” construído entre 1922 e 1924 e inaugurado a 1 de Agosto de 1924 e que a sua história poderá consultar neste blog no seguinte link: “Casino de Sintra”
Esta sala de espectáculos foi implantada no local onde tinha funcionado a primeira sala de cinema da vila de Sintra, o “Sintra Cinema” (não confundir com o da Portela de Sintra, construído em 1947).
“Sintra Cinema”
Tendo sido durante 40 anos um espaço representativo do quotidiano social e cultural de Sintra, um incêndio em 1985 viria a atingir não só o espaço físico, mas também, as reminiscências à retórica estética deste meio regional. As matinés carnavalescas e os concertos de Natal são apenas alguns dos exemplos das actividades que marcariam memórias deste cine-teatro. Grande parte do edifício foi destruído, tendo o palco, os bastidores, o fosso de orquestra, a plateia e grande parte do balcão sido consumidos pelo fogo.
Até à posterior reconversão e reabilitação do “Cine-Teatro Carlos Manuel” para o “Centro Cultural Olga Cadaval”, Sintra contou com o apoio dos espaços disponíveis para aí albergarem os pontuais eventos culturais. A Trienal de Sintra e a Companhia de Teatro de Sintra foram alguns dos espaços utilizados.
Três anos após o incêndio iniciaram-se os primeiros estudos que pretendiam viabilizar uma mais vasta utilização do edifício. Sendo a Vila de Sintra já conhecida por albergar diversos eventos culturais, seria de todo útil a existência de um espaço com capacidade para responder às necessidades de tais eventos.
Os primeiros resultados desses estudos apontavam para a criação de um auditório com cerca de 1.200 lugares destinado a Ópera, Teatro, Concertos e Dança, e uma sala polivalente (estúdio de cinema/sala de congressos) com capacidade para 200 a 300 lugares. No entanto estas conclusões viriam a ser avaliadas e alteradas para salvaguarda do projecto original.
O Grande Auditório - hoje denominado “Auditório Jorge Sampaio” - veria reduzida a lotação mas alargada a sua funcionalidade. Os 1.005 lugares disponíveis passaram a estar distribuídos não só pela Plateia e Balcão mas também pelas novas galerias interiores. Esta sala não só passou a contar com a possibilidade de realização de congressos apoiados pelas cabines de tradução, mas também com melhores condições a nível cénico. A boca de cena, ligação com o corpo de cena, foi alargada para 14 metros de largura e 9 metros de altura.
Interior do “Centro Cultural Olga Cadaval”
De referir que, o “Centro Cultural Olga Cadaval” conta, ainda, com um segundo e pequeno auditório, o “Auditório Acácio Barreiros” com lotação para 270 espectadores.
fotos in: O Traço do Arquitecto na Paisagem Sintrense, Centro Cultural Olga Cadaval, Citizen Grave
3 comentários:
Não é mais um blog… É um blog para vos fazer rir, com crónicas, coisas que vocês também passam no vosso dia-a-dia. Serve isto para divulgar e humildemente vos peço para me ajudarem a divulgar. Pode ser, por favor? Obrigado
http://ocarteiravazia.blogspot.com/
"Carteira Vazia" ...
Se esta pequena ajuda der frutos, já fico contente.
Nem que seja para não continuar de "carteira vazia" ... :)
Felicidades e cumprimentos
José Leite
Tantos filmes vi no Carlos Manuel nos anos 60! No Sintra Cinema nunca entrei.
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