Restos de Colecção: Colónia Balnear Infantil de “O Século”

12 de outubro de 2017

Colónia Balnear Infantil de “O Século”

A Colónia Balnear Infantil de O Século”, abriu no, lugar de Cae Água em São Pedro do Estoril, ocupando ás instalações da antiga “Fábrica de Conservas Carlos Correia”.

 

Esta meritória obra, que acaba de comemorar os seus 90 anos de existência, foi criada por João Pereira Rosa, então director do Jornal “O Século”, com o intuito de proporcionar féria e banhos de mar às crianças desfavorecidas. Pela Colónia Balnear passaram e continuam a passar todos os verões milhares de crianças, mutas das quais veriam o mar pela primeira vez na sua vida.

                   João Pereira Rosa                       Crianças de partida para a Colónia de Férias, na Estação do Cais do Sodré

 

 

Em 1943, o Conde de Monte Real, Jorge Cardoso Pereira da Silva de Melo e Faro, ofereceu a verba necessária para serem adquiridos 8.000 m2. de terreno, em São Pedro do Estoril, junto à recentemente aberta ao trânsito “Estrada Marginal”, local onde veio a ser construída a nova, e actual, Colónia Balnear Infantil de “O Século”.

Novos edifícios da “Colónia Balnear Infantil de “O Século”

 

1938

 

 

Para financiar a construção e seu funcionamento, João Pereira Rosa consegue obter da Câmara Municipal de Lisboa, autorização para construir no “Parque José Maria Eugénio” , na Palhavã, em Lisboa, a “Feira Popular de Lisboa” cuja receita reverteria para a Colónia Balnear. A “Feira Popular de Lisboa”, idealizada por Gustavo Matos Sequeira e Leitão de Barros, viria a ser inaugurada em 10 de Junho de 1943.

“Feira Popular de Lisboa”, em Palhavã

Em 1961 a “Feira Popular de Lisboa” transfere-se para Entre-Campos

Em 1998, é criada a Fundação “O Século”, para prosseguir e desenvolver a obra social do jornal “O Século”, tendo sido reconhecida como Fundação de Solidariedade Social, obtendo o estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS).

 

«Atualmente, as colónias de férias para crianças carenciadas são, apenas, uma das diferentes valências que compõem a extensa e relevante obra social desenvolvida pela Fundação.

O apoio a crianças em risco e a ajuda aos idosos e aos mais desfavorecidos fazem parte da ação diária e permanente da Fundação, que se divide por 15 áreas sociais distintas, com uma vasta intervenção social:

Os Lares de Acolhimento de crianças e jovens em risco “Casa do Mar e a “Casa das Conchas”; as “Casas da Ponte”, apartamentos de autonomização; o “Século dos Pequeninos”, que alberga a Creche e o Pré-escolar; o Centro de Atividades de Tempos Livres “Mudar o Futuro»; o PIEF (Programa Integrado de Educação e Formação); a Loja Social; o Serviço de Apoio Alimentar; o Serviço de Apoio Domiciliário; o Centro de Acolhimento de Emergência, que recebe pessoas em risco; o Centro de Apoio à Família e Aconselhamento Parental, “Relógio de Areia” e as Empresas de Inserção Social e Profissional “Alba” e “Fénix”.»  in: site da Fundação “O Século”

fotos in: Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian (Estúdio Mário Novais), Arquivo Municipal de Lisboa

5 comentários:

Unknown disse...

Obrigado memoria muito interressante

Unknown disse...

Em 1958 e 1959, eu e minha irmã tivemos a oportunidade enquanto crianças desfavorecidas, residindo no humilde bairro do Tarújo em Campolide, de frequentar esta colónia balnear. Parabéns ao blogue "Restos de Colecção" por inevitavelmente nos conseguir arrastar para esses tempos idos revivendo memórias que causam melancolias.

Unknown disse...

Olá amigos da colônia infantil de O Século
Foi nos anos 1968-1969 que passei nessa Instituição umas lindas férias.
Nunca me esqueci desse lugar muito bonito
Muito obrigado àqueles que me deram a oportunidade de passar aí umas semanas com muita alegria, não esquecer as funcionárias que faziam um grande trabalho.

Um grande abraço

Antero da Costa Machado

Anónimo disse...

Eu fui uma das criancas que passaram ferias nos anos de 1960 e so posso dizer que foi um horror. Nao me lembro de muito excepto das feces pela casa de banho toda (urinois e tudo) e da camisa de noite branca que eu vestia, quando a minha pobre mae viuva me foi buscar ao comboio. Tudo o que eu tinha levado para a colonia tinha desaparecido, incluindo as cuecas... As fotografias deste artigo fazem lembrar-me de filmes sobre os fascistas e nazis na segunda guerra mundial... espero que o tratamento das criancas seja muito melhor agora nos anos 2020. Esta claro, nunca mais voltei e de maneira alguma recomendaria esta organizacao. Nenhum pais civilizado aceitaria as condicoes que a Colonia de Ferias do 'Seculo' oferecia quando eu era crianca.

toko disse...

Eu, estive no final dos anos 40, tenho fotos minha quando lá estava!
Actualmente, estou a 3 meses de completar 86 anos de idade!
Ainda recordo de muita coisa desse tempo!