Restos de Colecção: maio 2014

30 de maio de 2014

Desfile de Sapadores Bombeiros em 1931

O dia 13 de Maio de 1931, foi consagrado à "Festa da Cidade" de Lisboa. A comissão administrativa da “Câmara Municipal de Lisboa” elaborou um programa que, no qual, figuravam como números principais a parada do material de combate a incêndios do “Batalhão de Sapadores Bombeiros”, na Praça do Comércio e a uma exposição de flores no “Parque Eduardo VII”.

A parada, que foi animada pela banda da Marinha, foi constituída pelas seguintes viaturas:

«15 prontos socorros "Mercedes Benz", 5 carros para comandantes de companhia, 2 carros para 1º e 2º comandantes, 2 carros auto-tanques, 4 "Magyrus" mecânicos, 1 auto-mangueiras, 2 camionetas, 1 bomba "Romania", carroças de regas, (tipo inglês), camions de regas, lixo e distribuição de carnes; galeras, tractores, escavadoras, celindros, britadeiras, etc.» in: “Diario de Lisboa”

Nesta parada,  também foi incluído o primeiro material volante dos serviços municipais adquirido durante os primeiros cinco anos da vigência da comissão administrativa do município - desde o 28 de Maio de 1926 - , a fim de ser apreciado pelo Chefe de Estado General Óscar Carmona. Acompanharam-no neste evento o Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Lisboa o general Vicente de Freitas, comandante Quirino da Fonseca e Franco e capitão Francisco Vilar comandante do “Batalhão de Sapadores Bombeiros”, além de outras individualidades.

 

Lembro que tinha sido no ano anterior, em 1930, que o “Corpo de Bombeiros Municipais de Lisboa”, criados em 1852 e entretanto renomeados de “Corpo Municipal de Salvação Pública” em 1926, foi transformado em “Batalhão de Sapadores Bombeiros”.

Esta parada teve início com um desfile de viaturas do “Batalhão de Sapadores Bombeiros” desde a Rotunda à Praça do Comércio fazendo uma demonstração no Rossio.

 

 

  

 

 

Começando por afirmar que «alguma coisa ha em que, daqui por diante, Lisboa se poderá orgulhar de possuir o melhor da Europa.», aqui fica a página do “Diario de Lisboa”, do mesmo dia, acerca do “Batalhão de Sapadores Bombeiros” de Lisboa.

DL.1

Exemplos e carros de combate a incêndios que desfilaram, no quartel do “Batalhão Sapadores de Bombeiros” da Graça

fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa

29 de maio de 2014

Pavilhão de Exposição da “Mabor”

A fábrica da “Mabor- Manufactura Nacional de Borracha”,  foi inaugurada a 6 de Abril de 1946 em Lousado, no concelho de Famalicão, cuja história pode ser consultada no artigo publicado neste blog, no seguinte link: Mabor - Manufactura Nacional de Borracha

Nas fotos seguintes, o pavilhão da “Mabor” presente na “Feira Popular de Lisboa, no antigo parque da Palhavã, em Lisboa, no início dos anos 50 do século XX.

 

 

 

           

 

Foto da instalações fabris da Mabor - Manufactura Nacional de Borracha em Lousado

fotos in: Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian

28 de maio de 2014

Mocidade Portuguesa Feminina

A organização nacional denominada Mocidade Portuguesa”, formalmente instituída pelo Decreto-Lei nº 26.661, de 19 de Maio de 1936, pretendia abranger a juventude do «Império Português» e os núcleos de portugueses no estrangeiro.

A “Mocidade Portuguesa Feminina” (MPF), foi regulamentada através do Decreto-Lei n.º 28 262, de 8 de Dezembro de 1937 , definida como «secção feminina da organização nacional Mocidade Portuguesa (M.P.F.) a cargo da Obra das Mães pela Educação Nacional (O.M.E.N.)».

 

De acordo com o texto deste diploma, esta organização «cultivará nas filiadas a previdência, o trabalho colectivo, o gosto da vida doméstica e as várias formas do espírito social próprias do sexo, orientando para o cabal desempenho da missão da mulher na família, no meio a que pertence e na vida do Estado.»

 

 

Em Dezembro de 1937 é nomeada Comissária Nacional da MPF Maria Baptista dos Santos Guardiola - professora de matemática, reitora do “Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho” e uma das três primeiras deputadas portuguesas - encabeçando a direcção da MPF, influenciando definitivamente a organização. Ao mesmo tempo seriam também nomeadas outras comissárias nacionais adjuntas: Maria Luísa Saldanha da Gama Vanzeller, médica que tinha sido dirigente de organizações femininas da “Acção Católica”, depois deputada e vice-presidente do “Instituto Maternal”, e Fernanda Almeida d'Orey, ex-dirigente do escutismo feminino e mãe de muitos filhos, ao contrário das maioria das dirigentes solteiras da MPF. Em 1947, seria também destacada para o comissariado nacional Aurora David, professora católica. 

O primeiro número do Boletim mensal da “Mocidade Portuguesa Feminina” de 13 de Maio de 1939

 

  

As datas charneira do início da "Mocidade Portuguesa Feminina" foram: 1938, quando a organização saiu pela primeira vez a conhecimento público; o ano de 1942, quando a vida associativa escolar foi atribuída às Mocidades; e, depois de cinco anos de reforço da obrigatoriedade de filiação e de hegemonia das Mocidades, 1947, quando as actividades das duas organizações de juventude foram integradas nos planos escolares.

Curso para graduadas em 1939

 

 

O facto de a "Mocidade Portuguesa Feminina" ter tido uma implantação quase exclusivamente escolar explica e estreita subordinação da periodização da vida às relações que manteve com a Escola e o Ministério da Educação Nacional. Por outro lado , a "Mocidade Portuguesa Feminina" organizou separadamente as jovens e actuou de forma independente da "Mocidade Portuguesa", com programa, vida autónoma e direcção própria.

Exposição de trabalhos manuais e textéis efectuados pela “Mocidade Portuguesa Feminina”

   

Visita da MPF ao “Museu Nacional de Arte Antiga”

 

 

Mocidade Portuguesa Feminina” nas boas vindas ao regresso do General Carmona, da viagem às colónias em 1939

A 6 de Julho de 1966 foi feita “Membro-Honorário da Ordem da Instrução Pública”. Em 8 de Novembro de 1971, através do Decreto-Lei 484/71, o ministro José Veiga Simão deu início ao princípio do fim das Mocidades ao transformá-las em «associações nacionais de juventude abertas á adesão voluntária». Três anos depois, a “Mocidade Portuguesa Feminina” foi extinta, juntamente com a “Mocidade Portuguesa”, a “Legião Portuguesa”, a “Acção Nacional Popular” e a “PIDE/DGS”, pelo Decreto-Lei 171/74, de 25 de Abril.   

BIbliografia:  "A Mocidade Portuguesa Feminina nos Dez Primeiros Anos de Vida (1937-47)” de Irene Flunser Pimentel - Instituto de História Contemporânea, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

fotos in: Arquivo Municipal de Lisboa, Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian, Hemeroteca Digital